Após período fora das competições, Thais Fidélis volta a competir nos Jogos Sul-Americanos de Cochabamba e coloca como meta estar na briga por medalhas
A ginasta Thais Fidélis dos Santos, de 16 anos, quarta colocada no solo do Mundial de Montreal/2017, volta às competições nos Jogos Sul-Americanos de Cochabamba, na Bolívia (27 a 30/5/2018). Thais é uma das atletas do CEGIN que integram a seleção brasileira de ginástica artística feminina – Carolyne Pedro, Anna Julia Reis e Luiza Trautwein completam o grupo do Centro de Excelência da Ginástica do Paraná, com sede em Curitiba, que vai aos Jogos, junto com Flávia Saraiva e Jade Barbosa, pelo Brasil. A técnica chefe do CEGIN, Irina Ilyashenko, segue com a seleção brasileira para a competição.
Thais está entrando em forma, depois de ter ficado parada por algum tempo, mas mesmo assim o seu objetivo para os Jogos Sul-Americanos “é tentar medalha”. Também aposta nas chances do Brasil para ser campeão por equipe. “Eu penso nos pódios no solo e na trave.”
Para Irina Ilyashenko, o Brasil, pelos resultados, preparação e nome, deve ficar à frente das demais equipes nos Jogos Sul-Americanos. Mas sua preocupação central é ver Thais Fidélis competir bem. “É importante que a Thais comece a competir – a transição de menina para mulher, do ano passado para cá, tem sido difícil. Exige adaptação nossa e dela. Demos um passo para trás no grau de dificuldade com ela para que possamos avançar este ano novamente. O meu objetivo é que Thais comece a competir. Tem a Anna Julia, que entrou na seleção, a Carol (Carolyne Pedro), que está super bem preparada – vamos esperar que acerte e pegue final. Competindo bem, ainda mais com Jade e Flávia, vamos ter medalhas”, ressalta.
Também “dos Santos”, Thais se inspira em Daiane
Thais nasceu em Ribeirão Preto (SP) em 23 de julho de 2001 – começou a treinar na Cava do Bosque, aos 5 anos, com a “Tia Nicéia”. Mudou-se para Barueri foi em 2011, onde passou a trabalhar com o técnico Roger Medina. Chegou em Curitiba e no CEGIN em 2015. “Depois que eu passei a treinar em Curitiba com o Roger, a Irina junto, e com a estrutura dos aparelhos do CEGIN, o meu desempenho melhorou bastante.”
Não tem dúvida em apontar Daiane dos Santos como seu espelho na ginástica. Era pequena, uma menina de 8 anos, quando viu Daiane na TV. “Já estava na ginástica, mas a partir dali eu queria fazer igual a ela”. Assim como Daiane, Thais é “dos Santos”, e tem um biótipo parecido – é muito forte. Desde 2008 nenhuma brasileira havia chegado ao 4º lugar de um torneio importante como o Mundial no solo. “Ela (Daiane dos Santos) me inspira até hoje”, afirma.
Thais tem regularidade – sempre no pódio – desde a categoria infantil. Mas foi sua performance no Mundial de Montreal, em 2017, que trouxe sonhos, com pódios importantes também na categoria adulta. “Eu ganhei experiência em Montreal, nunca tinha ido a um Mundial, e gostei muito. Me fez sonhar em chegar a um Mundial novamente e ficar entre as três melhores em qualquer aparelho. Acredito eu que, por aparelho, vai ser na trave ou no solo. E nas Olimpíadas também. Queria disputar os Jogos de Tóquio, em 2020.”
Thais está no segundo ano do ensino médio no Colégio Estadual Professora Maria Aguiar Teixeira. Dividia uma casa, perto do CEGIN, com outras ginastas, mas há cerca de dois meses vive com a mãe, Francisca, e o pai, José. Os irmãos mais velhos, Denis Rogério e Patrícia, ficam na torcida. “Todo mundo torce e está sempre do meu lado.”
A rotina de Thais em Curitiba é treino, escola e treino, e as horas vagas usa com passeios em parques e shoppings, na maioria das vezes tendo como companhia as outras ginastas do CEGIN. Gosta de passear no Jardim Botânico de Curitiba, um dos cartões postais da cidade, perto de sua casa. “A gente vai lá pra ficar sentada, leva baralho para jogar truco, leva bola… Lá não entra bicicleta, mas é bem bom.”
Seus aparelhos favoritos e nos quais é mais forte são trave e solo. Além do grau de dificuldade da série em si, pelo Código de Pontuação definido pela Federação Internacional de Ginástica (FIG) para o ciclo olímpico até os Jogos Olímpicos de Tóquio, a parte artística da apresentação ganhou importância e uma ginasta pode ter até 1.60 de descontos na nota.