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Francisco Porath comemora 2024 e pensa no novo ciclo

Após ser eleito melhor técnico do Brasil em 2024, Francisco Porath pensa no novo ciclo olímpico para a seleção brasileira de ginástica artística feminina

Francisco Porath e Rebeca Andrade nos Jogos Olímpicos de Paris
(Foto: Ricardo Bufolin/CBG)

A ginástica artística brasileira teve um ano espetacular, com quatro medalhas conquistadas nos Jogos Olímpicos de Paris. Um dos responsáveis pelo resultado foi Francisco Porath. Treinador da seleção brasileira de ginástica artística feminina e há anos técnico de Rebeca Andrade, Chico foi eleito pelo Comitê Olímpico do Brasil o melhor técnico de esportes individuais do ano. Em entrevista ao Olimpíada Todo Dia, o treinador comemorou os resultados de 2024, mas também projetou o trabalho para os próximos anos.

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Após não se classificar para os Jogos Olímpicos de Tóquio com equipe completa, o Brasil teve um ciclo olímpico mais curto para Paris, com apenas três anos. Mas o time brasileiro conseguiu sempre se manter entre os cinco melhores times do planeta e ganhou a inédita medalha de bronze em Paris-2024. Para o treinador, um dos principais fatores para a campanha na França foi o planejamento feito com uma simulação prévia da aclimatação. “Fizemos uma competição na Itália, simulando a aclimatação da Olimpíada. E eu agradeço muito toda a equipe que conseguiu proporcionar isso. Quando a gente voltou para a França para a aclimatação olímpica, o ginásio estava do jeito que queríamos, com as modificações que a gente pediu. Então, isso fez total diferença”, explicou Francisco Porath ao OTD.

Em Paris-2024, após a aclimatação “perfeita”, o Brasil conseguiu seu melhor resultado da história na ginástica artística. Além da medalha de bronze na final por equipes, Rebeca Andrade ainda ganhou três medalhas individuais, com ouro no solo e pratas no salto e individual geral. “Agora é hora de comemorar esses resultados. Tivemos esse período com um boom que está todo mundo comentando e falando de ginástica. Mas já estamos pensando em 2025 e em 2026 que é quando começa a classificação olímpica para Los Angeles”, afirmou.

Francisco Porath auxilia Flávia Saraiva nos Jogos Olímpicos de Paris
(Foto: Ricardo Bufolin/CBG)

Mistura de gerações

Para o próximo ciclo olímpico, um dos desafios de Francisco Porath será balancear duas boas gerações da ginástica brasileira. Enquanto as ginastas que ganharam o bronze por equipes em Paris-2024 continuam a competir, elas devem ganhar a concorrência de nomes que estão chegando na categoria adulta e que têm potencial para conseguir uma vaga no time olímpico de 2028. “Eu acho que é o melhor cenário que a gente poderia ter. Sei que as meninas são novas, inexperientes ainda. Então a gente pode fazer essa mescla de competições onde a gente utilize essas meninas mais novas com algumas mais experientes”, explicou Chico.

O treinador também comentou que o fato do Brasil agora ter medalhas em competições por equipes, ajuda a motivar ginastas que não teriam chances de conquistar pódios individualmente, mas podem sonhar em ganhar uma medalha olímpica com a equipe brasileira. “Sempre falo que o resultado de uma equipe, todo mundo sai com medalha. Isso faz com que a menina que não é especialista em algum aparelho também se motivar para ganhar uma medalha, porque eu posso contribuir para a equipe”, completou.

Planejamento ano a ano para Rebeca

Francisco Porath trabalha há mais de 15 anos com Rebeca Andrade, acompanhando a atleta durante suas graves lesões e nos momentos de sucesso da maior medalhista olímpica da história do Brasil. A ginasta ganhou quatro medalhas em Paris e pretende continuar nos próximos anos, mesmo sem intensidade máxima. Durante os Jogos Olímícos, Rebeca Andrade revelou que não deve se apresentar mais no no solo, por conta do impacto causado pelas suas lesões antigas. Assim, ela deve competir como uma especialista, focando em aparelhos como o salto e as barras assimétricas.

Nesse final de ano, após os Jogos Olímpicos, Rebeca diminuiu o ritmo de treinos, aproveitando para descansar e também para cumprir compromissos com imprensa e patrocinadores. Mas quando pode, ela aparece no ginásio para fisioterapia e os treinos físicos. Ela não deixou claro suas intenções de competir na próxima Olimpíada, mas o treinador acredita que isso passa pela sua mente. ” A cabeça dela está muito boa também. Ela realmente sabe o que quer. A Rebeca quer realmente viver ano a ano. Mas acho que no nível de ginástica que ela chegou não tem como ela não começar 2025, não pensando em 2028. A Rebeca com certeza quer estar lá e vamos fazer de tudo para que isso aconteça”, finalizou o técnico da seleção brasileira de ginástica.

Jornalista formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e viciado em esportes

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