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Lorrane dedica medalha olímpica para irmã que faleceu em abril

Ainda em luto após morte de irmã, Lorrane Oliveira ganhou a medalha de bronze com a equipe brasileira de ginástica artística

Lorrane Oliveiras nos Jogos Olímpicos de Paris-2024
(Foto: Miriam Jeske/COB)

Paris – Três meses atrás, a seleção feminina de ginástica artística estava em Troyes, na França, se preparando para uma competição que o time iria fazer na Itália nas semanas seguinte e conhecendo o local onde o time brasileiro iria fazer a aclimatação final para os Jogos Olímpicos de Paris. Mas durante a viagem, Lorrane Oliveira recebeu uma péssima notícia, de que sua irmã Maria Luiza tinha falecido, com a atleta voltando de imediato para o Brasil para ficar com sua família. Após conquistar a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Paris, Lorrane disse que o que pensava no momento era em Maria Luiza.

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“Foi uma fase difícil para mim. Não esperava passar por isso nem estar nos meus segundos Jogos Olímpicos de luto. Confesso que pensei em desistir, em não vir, abrir mão. Mas essa equipe maravilhosa me ajudou diariamente. Me deram o tempo que eu precisava”, disse a ginasta que ficou a chegar três semanas sem treinar. “Eu chorava todos os dias. Para treinar, tinha dias que eu não treinava, mas elas estavam sempre me apoiando. Às vezes eu não fazia nada, mas só precisava de um abraço e elas estavam ali, toda a equipe multidisciplinar, principalmente a psicóloga Aline, meu psiquiatra Hélio, eles foram essenciais nessa fase”, completou.

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Foco na saúde mental

Hélio Fádel, psiquiatra do COB, acompanha Lorrane desde 2022 e auxiliou a atleta durante esse processo. “Em situações assim, buscamos dar o mais imediato e completo amparo para a atleta. O fato de ela estar em viagem às vésperas de uma competição importante exigiu uma ação coordenada entre todos os profissionais que a acompanhavam. Isso envolveu a equipe médica presente, psicologia e psiquiatria (mesmo à distância), além do máximo suporte da coordenação da ginástica artística. Foi optado, juntamente à atleta, que ela retornaria ao país e, então, a médica da equipe (Lara Ramalho) a acompanhou de volta. Toda a rede de apoio foi montada e uma supervisão mais constante entrou em vigor”, explicou Hélio.

O psiquiatra está com a equipe de Saúde Mental do COB presente nos Jogos Olímpicos de Paris que também conta com cinco psicólogos e um coach. Na Vila Olímpica, dentro do prédio do Time Brasil, há uma sala dedicada para atender os atletas nesse sentido.

Equipe do Brasil no pódio da ginástica artística nos Jogos Olímpicos de Paris
Lorrane (no centro) com suas colegas de seleção brasileira no pódio em Paris (Foto: Miriam Jeske/COB)

Em Paris-2024, Lorrane Oliveira garantiu a medalha de bronze na competição por equipes da ginástica artística feminina, se apresentando nas barras assimétricas na final. Ao longo de sua trajetória na capital francesa, ela teve o amparo da equipe de saúde mental do COB. “A Lorrane teve essa sensibilidade de que poderíamos ajudá-la e incorporou os cuidados em saúde mental desde então e foi adquirindo consciência de como é o processo terapêutico (o que estava implicado no curto, médio e longo prazo). E é natural que, às vésperas de uma competição tão importante, direcionemos a condução terapêutica para ajudar a atleta na sua performance e bem-estar”, finalizou Hélio.

Jornalista formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e viciado em esportes

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