Paris – As lágrimas tomaram conta de Arthur Nory após a qualificação da ginástica artística masculina nos Jogos Olímpicos de Paris. Campeão mundial da barra fixa em 2019, o ginasta tinha como um dos seus maiores sonhos participar de uma final olímpica no aparelho. Mas um erro na sua série o deixou de fora do top-8 da Olimpíada.
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Na qualificação, Nory disputou apenas a barra fixa e teve uma falha logo no seu primeiro elemento de voo, um tkachev com pirueta. Ele foi muito alto no ar e na hora da retomada, pegou na barra com o corpo perto demais do aparelho. Como resultado, ele perdeu o embalo da série e não conseguiu consertar o erro. “Acabei indo para cima demais do aparelho e peguei ele muito perto. É uma fração de segundos, tentei arrumar ali, mas estava um pouco desequilibrado. Segui até o fim, mas sabendo que a nota estava comprometida”, explicou o ginasta.
Dar a cara a tapa
Arthur Nory também falou sobre a pressão que recebe tanto das pessoas que esperam bons resultados, como de quem torce contra o ginasta. Em 2015, ele se envolveu em um caso de racismo com o ex-ginasta Ângelo Assumção. E até hoje Nory ainda recebe críticas por conta da situação.
“Eu acho que o pior não é o que falam ou pensam de mim porque sei o que é. Mas é como eu me sinto. E eu agora me sinto muito mal. Eu acho que isso é pior do que qualquer coisa que venham me criticar. Esse sentimento que eu sinti quando falhei ali. E isso me machuca muito mais. Por a cabeça no lugar é questão de tempo e eu sei a força que eu tenho para conseguir levantar. Quanto mais eu apanho, mais eu tenho vontade de levantar e estar de novo ali e estar exposto mesmo. A gente tem um propósito, uma força surreal que trás essa capacidade de aguentar. E eu vou aguentar de novo, vou levantar e dar a outra cara pra bater e seguindo”
Los Angeles no horizonte
Para o futuro, Nory quer continuar na ginástica e tentar a final olímpica da barra fixa nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 2028. Agora é terminar Paris, para depois começar a pensar no próximo ciclo. Tem aí as possíveis finais do Diogo para torcer. E depois vou pensar. Vou continuar sim! Queo ir para Los Angeles com a equipe completa”, comentou.
No próximo ciclo olímpico, algumas mudanças previstas no código de pontuação, com o aumento de valores de alguns elementos difíceis do seu arsenal, pode ajudar Arthur Nory a conseguir boas pontuações, mesmo já com a idade avançada e com a concorrência crescendo. E ele quer chegar em 2028 mantendo seu amor pela ginástica. “Mas eu não vou perder o meu brilho, minha felicidade e a paixão que eu tenho por esse esporte.