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Rebeca Andrade inscreve salto novo para os Jogos de Paris

Rebeca Andrade tentará colocar seu nome no código de pontuação nos Jogos Olímpicos de Paris com o Yurchenko com tripla pirueta

Rebeca Andrade durante sessão de treino. Ela vai apresentar um salto novo nos Jogos Olímpicos Paris-2024
Rebeca Andrade em treino antes dos Jogos Olímpicos de Paris (Foto: Marina Ziehe/COB)

Agora é oficial. Nesta quinta-feira (25), a Federação Internacional de Ginástica (FIG) divulgou a lista de elementos novos que atletas irão tentar nos Jogos Olímpicos Paris-2024. E a campeã olímpica Rebeca Andrade inscreveu um salto novo para tentar ganhar novamente a medalha de ouro no salto sobre a mesa, onde deve ter uma batalha dura contra a norte-americana Simone Biles.

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Já falamos sobre esse salto novo por aqui. Em uma reportagem recente no YouTube do Time Brasil, apareceu Rebeca Andrade treinando um Yurchenko com tripla pirueta. Atualmente, a ginasta costuma apresentar a versão com duas ou duas e meia piruetas do salto, como fez nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Mas para se aproximar do grau de dificuldade de Biles, Rebeca tentará a tripla pirueta em Paris. O salto novo recebeu um valor de dificuldade de 6.0, que foi definido pela FIG.

Explicando o salto

Para tentar uma medalha no salto sobre a mesa, cada ginasta deve apresentar dois saltos de famílias diferentes. Esses grupos estão no código de pontuação. Os Yurchenkos são os saltos mais utilizados atualmente na ginástica artística feminina. Nesse tipo de salto, após a corrida a ginasta faz um rodante no chão antes de abordar a mesa, ajudando a gerar mais energia e velocidade. O nome desse tipo de salto veio da soviética Nathalia Yurchenko, a primeira a realizar esse tipo de abordagem na mesa na década de 1980.

A versão mais utilizada do Yurchenko é a com duas piruetas após a repulsão na mesa (5.0 de dificuldade), que leva o nome de Svetlana Baitova, campeã olímpica por equipes com a União Soviética em Seul-1988. Esse salto, por exemplo, é feito por Flávia Saraiva e Jade Barbosa no time brasileiro. A versão com duas e meia pirueta (5.4 de dificuldade) leva o nome de Simona Amanar, dona de sete medalhas olímpicas, incluindo o ouro no aparelho em Atlanta-1996. Rebeca Andrade fez o Amanar na final de Tóquio-2020. Agora ela deve tentar o seu próprio salto nos Jogos Olímpicos de Paris.

Rebeca x Simone

Uma das disputas mais esperadas dos Jogos Olímpicos de Paris é o embate entre Rebeca Andrade e Simone Biles na ginástica artística feminina. A dupla foi junta ao pódio em cinco das seis provas do Campeonato Mundial do ano passado. No salto, Simone Biles apresentou o “Biles 2”, um Yurchenko com duplo mortal carpado, o mais difícil do código de pontuação com 6.4 de dificuldade. No Mundial, Simone caiu nele na final, ficando atrás de Rebeca Andrade. Agora, a brasileira tenta aumentar em oito décimos sua dificuldade para tentar compensar a diferença da nota de partida para a estadunidense.

As duas fazem o mesmo segundo salto atualmente: o Cheng. O elemento – que leva o nome da chinesa Cheng Fei – tem 5.6 de valor de dificuldade. Ele consiste um Yurchenko com uma meia volta extra na abordagem para a mesa, seguido de um mortal para frente com uma pirueta e meia. Atualmente, Rebeca Andrade tem tirado notas melhores nesse salto do que Biles, com destaque para o Cheng quase perfeito que ela fez nos Jogos Pan-Americanos no ano passado. Assim, aumentando a dificuldade do primeiro salto, Rebeca Andrade fica mais próxima de alcançar Simone Biles, com a possibilidade de vencê-la, mesmo sem uma queda da adversária.

Jornalista formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e viciado em esportes

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