O último fim de semana teve a realização da Seletiva Olímpica de ginástica artística dos Estados Unidos. O evento confirmou o grupo que vai em busca do quarto ouro estadunidense na competição por equipes em Jogos Olímpicos. Mas a semana da Seletiva o destaque acabou sendo para lesões que tiraram algumas das favoritas da competição. Assim, o time norte-americano terá Simone Biles, Jordan Chiles, Sunisa Lee, Jade Carey e Hezly Rivera.
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As escolhidas
A princípio, o que chama atenção neste time é a falta de renovação, o que é incomum na ginástica dos Estados Unidos. Dos cinco nomes, quatro estiveram em Tóquio-2020 e apenas Rivera fará sua estreia olímpica. Isso se deve principalmente a dois fatores. O primeiro é a falta de um grande talento que chamasse a atenção. Além de Rivera, apenas duas outras ginastas que surgiram neste ciclo olímpico estavam entre as candidatas ao time: Tiana Sumanaseekera e Joscelyn Roberson, com a última sendo uma das reservas do time.
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O outro ponto foi uma flexibilização das regras da seleção dos EUA que permitiu que atletas que competem no NCAA, a liga universitária do país, pudessem aliar à carreira na liga e na ginástica olímpica. O NCAA segue regras diferentes da ginástica artística internacional e, geralmente, marcava o fim de carreira de várias ginastas de ponta. Em um esporte onde muitas atletas atingiam o auge antes dos 18 anos, era comum que a liga universitária fosse o último passo para essas atletas.
Mas neste ciclo olímpico, vários nomes que competem no NCAA seguiram na ativa na ginástica “olímpica”. Das ginastas que vão à Paris, Chiles, Carey e Lee tiveram passagens pelo NCAA, assim como Leanne Wong, que também está entre as reservas do time. Isso, aliado com a ginástica ter cada vez mais atletas conseguindo manter o alto nível após os 20 anos contribuiu para que as veteranas se destacassem na seletiva olímpica.
Desfalques importantes
Mas o time dos Estados Unidos não terá alguns nomes importantes que foram atingidos por lesões durante a Seletiva Olímpica. O maior desfalque é Shilese Jones. Ela foi um dos principais nomes dos EUA neste ciclo olímpico, ganhando seis medalhas em Campeonatos Mundiais. Além disso, Jones era uma forte candidata ao pódio no individual geral e nas barras assimétricas. Uma lesão pequena no ombro já a deixou de fora do Campeonato Nacional algumas semanas atrás. Mas no aquecimento do primeiro dia da seletiva, Shilese Jones rompeu um ligamento no joelho, e teve que se retirar da disputa.
Skye Blakely e Kayla Di Cello tiveram a mesma lesão: rompimento no tendão de Aquiles. Skye se contundiu no treino de pódio, fazendo uma acrobacia no solo. Ela era considerada um nome certo na equipe, com boas notas na trave, no salto e nas assimétricas e era candidata ao pódio no salto em Paris-2024. Já Di Cello se lesionou duarante um salto no primeiro dia da competição. Ela foi campeã do individual-geral nos Jogos Pan-Americanos em Santiago no ano passado e tinha três medalhas em Campeonatos Mundiais.
Com as três lesões, o grupo de veteranas, com Simone Biles, Jade Carey, Sunisa Lee e Jordan Chiles parecia praticamente certo na equipe. Assim, sobrava uma vaga no time. Hezly Rivera, que teve boas notas nas barras assimétricas e na trave, onde Shilese Jones contava notas importantes para o time, acabou sendo a última escolhida.
No geral, o time segue como favorito ao ouro. Mas não tem o mesmo nível de vantagem que teria com Shilese Jones e Skye Blakely na equipe. A única preocupação é a trave, onde apenas Rivera, a menos experiente do time, fez boas séries nos dois dias da Seletiva Olímpica. Até mesmo Biles, conhecida por sua consistência, teve uma queda e desequilíbrios grandes no aparelho.
Na briga pelo pódio, China, Brasil e Itália aparecem como os principais postulantes a incomodar os Estados Unidos na final. Mas esses países teriam que ser perfeitos e contar com alguns problemas das norte-americanas para conseguir o título.
E os homens?
A Seletiva Olímpica também definiu a equipe masculina dos Estados Unidos em Paris-2024. Com Japão e China em outro patamar, os estadunidenses devem brigar pelo bronze com a Grã-Bretanha. No ano passado, os EUA conseguiu o bronze no Campeonato Mundial. Mas para Paris, o time não terá um dos pilares daquela equipe. Khoi Young, atual vice-campeão mundial de salto e cavalo, competiu muito mal na Seletiva e não vai a Paris. O time dos Estados Unidos terá Brody Malone, Fred Richard, Asher Hong, Paul Juda e Stephen Nedorosick. Young e Shane Wiskus serão os reservas.
Malone, campeão mundial da barra fixa em 2022, ficou o último ano sem competir por conta de uma lesão no joelho, mas retornou a uma boa forma física e competiu bem na seletiva. Já Richard, prata no individual geral no mundial passado, foi o melhor na competição, terminando em primeiro lugar na soma dos dois dias de disputa.
O que chama a atenção foi a escalação ousada de Stephen Nederosick. Campeão mundial de cavalo com alças em 2021, ele compete apenas no aparelho. O que é difícil na hora de montar um time no masculino com seis aparelhos em disputa. Em 2022, a comissão técnica dos Estados Unidos apostou em um time com Nedorosick, mas não deu certo com o país tendo uma rotação desastrosa no cavalo. Mas com o ginasta acertando, ele entra na combinação de melhor pontuação dos Estados Unidos. Agora basta esperar para saber se isso dará certo em Paris.