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Paris 2024

Rebeca Andrade: “Não sou obrigada a voltar com medalhas”

Mesmo candidata a muitos pódios em Paris-2024, Rebeca não se vê na pressão para conquistar medalhas

Rebeca Andrade, de collant rosa durante apresentação do solo antes dos Jogos Olímpicos de Paris-2024
(Foto: Alexandre Loureiro/COB)

Rebeca Andrade, sem dúvidas algumas, será uma das principais estrelas dos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Dona de nove medalhas em Campeonatos Mundiais neste ciclo, a ginasta tem o potencial de ir muitas vezes ao pódio na capital francesa. No entanto, apesar da euforia gerada pela torcida brasileira com essa possibilidade, ela não se vê na obrigação de conquistar medalhas no megaevento.

“Todo mundo tem expectativa, mas eu gosto de falar que, o que as pessoas querem que eu faço ou que eu seja, não está nas minhas mãos. Eu só posso controlar o que eu posso segurar e a pessoa que eu posso segurar sou eu. É chegar na competição para fazer o meu melhor. Eu não sou obrigada a voltar com medalhas, mas eu quero medalhas, assim os torcedores também querem”, disse Rebeca ao Olimpíada Todo Dia.

“Tudo vai depender do meu trabalho e do que eu vou apresentar lá. Pra eu fazer uma boa apresentação, preciso treinar muito aqui. E pode ser que eu não esteja num dia tão bom, ou também não consiga fazer uma boa apresentação. Mas se eu tiver a certeza, saindo da competição, que eu não poderia fazer nada de diferente, estando no meu melhor dia ou não, é o que vale para mim”, completou.

Ela quer brilhar

Rebeca disputará em Paris-2024 a terceira edição olímpica da carreira. Em Tóquio-2020, ela faturou as duas primeiras medalhas olímpicas da ginástica artística feminina brasileira, com um ouro no salto e uma prata no individual geral. A paulista de 25 anos ajudou o Brasil a assegurar a vaga olímpica na capital francesa depois do histórico vice-campeonato mundial por equipes no ano passado.

Além desta prata, Rebeca Andrade ainda foi vice-campeã mundial no individual geral e no solo, no ano passado. Além disso, faturou um bronze na trave e um ouro no salto, superando inclusive a lenda Simone Biles. Em edições mundiais anteriores, a brasileira já havia faturado outro ouro no salto (2021), um ouro no individual geral (2022), prata nas barras assimétricas (2022) e bronze no solo (2023).

Com medalhas mundiais em todas as provas possíveis da ginástica artística, Rebeca chega credenciada para muitos pódios em Paris. “Eu quero muito poder brilhar, poder ser gigante, fazer as melhores apresentações que eu puder nessa Olimpíada, porque eu estou treinando bastante. Mas também vou entender se as coisas não acontecerem da forma como eu quero”, falou a atleta do Flamengo.

“É importante que as pessoas entendam isso. Às vezes, vencer não é só estar no pódio. Você não sabe o que a pessoa precisou passar para estar ali. Bater os seus recordes, vencer a si mesmo diariamente. Tem gente que não vai estar com a cabeça tão boa, tem gente que vai sentir a pressão muito forte. E se pra quem assiste já é difícil, imagina pra gente que treina pra caramba”, finalizou.

Paulistano de 23 anos. Jornalista formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Estou no Olimpíada Todo Dia desde 2022. Cobri a Universíade de Chengdu, o Pan de Santiago-2023, a Olimpíada de Paris-2024 e a Paralimpíada de Paris-2024.

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