A pouco menos de seis meses para a abertura dos Jogos Olímpicos, vários ginastas estão reunidos para um estágio de treinamento no CT do Time Brasil, no Rio de Janeiro, para o início da temporada mais esperada do ciclo. Dentre eles, Arthur Nory, que ainda não tem vaga olímpica, mas busca garanti-la através das Copas do Mundo. Ele já está com o calendário de treinos e competições definido até maio e seu primeiro compromisso será na na etapa do Cairo, em 15 de fevereiro.
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“Depois dos Jogos Pan-Americanos a gente já sabia que ia ser puxado. Esse começo do ano, de 10 de fevereiro a 11 de março, terão três etapas de Copas do Mundo, já valendo pontos, já valendo ranking. Ai fecha tudo em maio, na Copa do Mundo de Doha, que define as duas vagas olímpicas por aparelhos. A gente já sabia de tudo isso, já viemos nos preparando para isso. Estou com a expectativa alta, de treinar o que eu preciso fazer na barra fixa. Num cenário mundial é um dos aparelhos que mais tenho chances de conquistar a vaga. Então, estamos focando muito nele”, contou o ginasta em evento comemorativo de 6 meses para os Jogos Olímpicos no Esporte Clube Pinheiros, equipe que defende.
Arthur também poderia treinar e competir para outros aparelhos, como o solo, onde foi medalhista olímpico em 2016. Mas a preocupação física o fez abrir mão da disputa, assim focando totalmente na prova de barra fixa. “Os outros aparelhos já não rola, fisicamente pode me machucar um pouquinho e acabar me afastando ou me tirando da disputa do aparelho principal”, explicou o atleta.
Nory faz contas até a vaga olímpica
Será a primeira vez desde que integra a seleção brasileira adulta que Arthur Nory começa o ano olímpico sem confirmação de vaga para os Jogos. Em 2016 e 2021, o ginasta integrou os times que confirmaram vaga por equipes por meio do Campeonato Mundial de 2015 e 2019, respectivamente. Dessa vez, sem Caio Souza ou Arthur Zanetti, o Brasil ficou apenas na 13ª posição geral, a 0.166 da última vaga para Paris. Apenas Diogo Soares está confirmado nominalmente, pelo 26º lugar nas classificatórias do Mundial de 2023. O Brasil ainda confirmou mais uma vaga individual para o país, com a 13ª colocação geral.
“Não acho que seja pressão, mas é um sentimento muito novo para a gente, porque desde que eu comecei a integrar a seleção a gente sempre conseguiu a vaga por equipes. Então é tudo novo, a gente teve uma descarga de sentimentos muito grande no Mundial e no Pan. Agora é pensar que é só mais uma competição, só mais uma etapa, ir tranquilo para fazer o meu, porque é muito possível. Sei que tenho condições totais de disputar com todo mundo que tá lá disputando”, explicou Arthur.
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Para Nory, a maior chance de se garantir na sua terceira Olimpíada é ser um dos dois melhores ginastas do mundo por aparelho e que ainda não asseguraram vagas por outros meios. Campeão mundial na barra fixa em 2019 e bronze em 2022, o brasileiro é um dos cotados a garantir vaga até abril.
“Inconscientemente, o Arthur Nory aqui dentro faz as contas de cabeça, já vai ver quem vai participar. É meu, sempre fui assim, muito curioso, sempre pesquisei. Mas acho que é importante a gente saber com quem estamos competindo, aonde, horário, até pra nossa cabeça estar mais preparada, então esse treino também é importante. Então sempre tenho o meu caderninho guardado para as contas, mas agora é focar em mim, dar meu máximo e ser feliz”, contou sorridente o atleta.
Calendário cheio de Nory
A primeira competição da temporada será a Copa do Mundo do Cairo, de 15 a 18 de fevereiro. Em seguida, o ginasta deve participar de mais duas etapas, em Cottbus, na Alemanha, entre 22 e 25 de fevereiro, e depois em Baku, de 7 a 10 de março. Após essa bateria de competições, Arthur Nory deve encerrar a corrida pela vaga olímpica na Copa do Mundo de Doha, no Catar, de 17 a 20 de abril, quando será fechado o ranking mundial por aparelhos e definidos os últimos contemplados para os Jogos de Paris.
