A prata conquistada por Arthur Zanetti nas argolas reluziu como ouro na Rio 2016. Medalhista de ouro no mesmo aparelho em Londres 2012, Zanetti entrou no seleto grupo brasileiros com medalhas em mais de uma edição olímpica. Um feito digno de um atleta iluminado. E que ainda ajudou a colocar a ginástica artística masculina como uma das estrelas do Brasil na Olimpíada, ao se juntar à prata de Diego Hypólito e ao bronze de Arthur Nory, ganhos no solo.
Com uma prova sólida e empolgante, com nota de partida alta (6,8) e realização precisa, Arthur Zanetti conseguiu a pontuação de 15.733 – atrás apenas do grego Eleftherios Petrounias, que se aproximou da perfeição com seus 16.000 pontos. “A prata aqui foi muito emocionante. Estar competindo em casa e defendendo o título faz esse resultado ter um gostinho a mais. Essa competição foi um pouco mais disputada que a maioria das outras. Mas isso é competição. Fiz a minha prova, não olhei a série de ninguém, nem as notas. Fiquei olhando para baixo, pensando em coisas boas e na minha série, e depois subi nas argolas. Só fiquei sabendo do resultado quando vi a minha nota”, disse o ginasta brasileiro, já com a medalha pendurada no peito.Quando cravou os pés no chão, após a saída das argolas, Arthur Zanetti imediatamente sorriu e celebrou. Sentiu que uma medalha estava a caminho. “Comemorei, com felicidade, o fato de ter sido uma série boa. Vocês não sabem o que a gente passou para estar aqui. Não só eu. Toda vez, quando volto para a Vila e olho os outros atletas, penso que são campeões por terem chegado até aqui”, comentou o atleta.
O técnico, Marcos Goto, explicou que não só a nota de partida de Arthur Zanetti e do grego eram iguais, como suas séries também eram a mesmas. “Eram os mesmos exercícios exatamente, só mudava a ordem. O Petrounias foi quase perfeito e mereceu o ouro. Fizemos nossa parte, mas ginástica é momento. Se colocar todos os oito agora para competir de novo, o resultado pode ser todo diferente. Zanetti fez a prova dele, teve uma nota bem maior do que na classificatória e ficou em segundo lugar, mas com um gostinho bom, de trabalho bem feito. A gente veio aqui para ajudar o Comitê Olímpico do Brasil a ter o maior número de medalhas possível. Agradecemos o apoio e a estrutura que nos foi dada nesse ciclo. Missão mais do que cumprida. O objetivo era medalhar, e nossa ginástica fez o papel dela”, analisou Goto.
Arthur Zanetti agora só quer descansar. Pretende ficar com a família, viajar e até sair um pouco da rigorosa dieta a que um atleta como ele é submetido. Ainda assim, já pensa em Tóquio 2020. “É meu objetivo sim mais um ciclo. Muita gente falou para mim, quando voltei de Londres, que ia demorar muitos anos para a ginástica ter mais um resultado olímpico, e já no ciclo seguinte a gente conseguiu isso, o que mostra que crescemos bastante. Antes, a gente tinha uma medalha olímpica. Agora, a ginástica masculina tem outras três. O que a gente espera é que esse resultado se mantenha ou melhore. Todo mundo deve acreditar que é possível. O Diego é o maior exemplo disso, foi para três Olimpíadas e nunca desistiu do sonho dele. Nory também acreditou, melhorou a série dele. E eu também acreditei no meu potencial”, afirmou Zanetti.