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Ginástica Artística

Flávia Saraiva se recupera em busca da vaga olímpica

Voltando após uma cirurgia no tornozelo, Flávia Saraiva corre contra o tempo para estar na melhor forma possível no Mundial de ginástica

Flávia Saraiva em recuperação no CT do Time Brasil
(Foto: Ricardo Bufolin/CBG)

Nesta sexta-feira (18), começa a competição da categoria adulta do Campeonato Brasileiro de ginástica artística em Lauro de Freitas, na Bahia. Um dos destaques da competição será a finalista olímpica Flávia Saraiva. A ginasta, que defende o Flamengo, irá fazer apenas a sua terceira competição desde a lesão que sofre no Mundial do ano passado. A meta da atleta é se manter saudável para ajudar a equipe Brasil a conseguir a vaga para os Jogos Olímpicos de Paris.
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Uma das estrelas da ginástica artística feminina do Brasil, Flávia Saraiva já tem duas participações olímpicas no seu currículo. No ano passado, a atleta rompeu um tendão do tornozelo durante o Campeonato Mundial e precisou passar por uma cirurgia para tratar a lesão. Agora, a atleta corre contra o tempo para estar apta para disputar o Mundial deste ano, que define a maior parte das vagas olímpicas na modalidade. “Foram oito meses de pós-operatório e agora há pouco que voltei a treinar 100%, então a questão é correr atrás do tempo perdido. Os elementos eu já sei, preciso aprender nada novo. O foco agora é classificar a equipe, não são os meus resultados pessoais. O principal é estar nos Jogos”, afirmou a atleta em entrevista ao Olimpíada Todo Dia.
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O caminho até Paris

Nos Jogos Olímpicos de Tóquio, o Brasil não conseguiu classificar a equipe completa, levando apenas duas atletas: Rebeca Andrade e Flávia Saraiva. Para a carioca, recolocar o time brasileiro na Olimpíada é importante para demonstrar o nível da ginástica brasileira no cenário internacional. “Queremos estar nos Jogos Olímpicos como equipe porque em Tóquio sentimos falta de ter todas as meninas. Sabemos como trabalhamos muito para estar entre as melhores e ter esse trabalho reconhecido numa grande competição mundial é muito importante para a gente”.

No total, 12 países irão se classificar para a disputa por equipes na próxima Olimpíada. As três primeiras vagas saíram no Mundial do ano passado para Estados Unidos, Grã-Bretanha e Canadá, com o Brasil ficando em quarto lugar, a menos de um ponto das canadenses. No Mundial deste ano, que acontece entre os dias 30 de setembro e 8 de outubro na Bélgica, as noves melhores equipes ainda não classificadas carimbam o passaporte para Paris-2024.

Pequenos passos

Após uma lesão grave, a atleta tem recuperado aos poucos os seus elementos mais difíceis. Flávia Saraiva voltou treinando primeiro nas barras assimétricas antes de passar para a trave, o salto e finalizando no solo, o aparelho que é o último que ela voltou a treinar por conta do impacto nos membros inferiores. A ginasta conta que pequenas conquistas no processo do retorno ajudam a deixá-la mais motivada no processo. “Esse retorno pós-cirurgia é muito complicado. É muita dor, muito desconforto. Só que conforme a gente vai conquistando pequenas coisas no ginásio. Lembro a primeira vez que eu fiz uma rondada com flic no solo e fiquei super feliz. Porque a gente opera, mas não sabe se vai conseguir voltar a fazer ginástica novamente. Conforme você vai passando essas barreiras, vai sendo muito motivada para conseguir depois fazer mais coisas”, explicou a campeã pan-americana.

“Comecei a treinar solo faz um mês. E é um trabalho gradativo porque a gente não chega já fazendo coisa difícil. A gente chega fazendo os básicos porque o corpo precisa se acostumar a bater no solo novamente. Quando você volta a fazer solo não é só o pé que você machucou que vai doer é o corpo todo. Então vamos nos readaptando tudo de novo”, completou.

Objetivos individuais

Apesar do foco no momento ser a equipe, Flávia Saraiva sabe do seu potencial para brigar por uma medalha individual no Mundial e nos Jogos Olímpicos. No Mundial de 2022, a atleta terminou em primeiro lugar na qualificação do solo, mas não conseguiu competir na final por conta da lesão no tornozelo. Já na trave a atleta foi para a final nas últimas duas edições dos Jogos Olímpicos.

Flávia Saraiva executando um salto anel na trave
Flávia executando um salto cortada em posição de anel, considerado como referência pela FIG (Foto: Ricardo Bufolin/CBG)

Flávia Saraiva é considerada uma referência em termos de execução a nível global. Fotos e vídeos dos saltos ginásticos da atleta são utilizados nos cursos de arbitragem da federação internacional como exemplo de forma ideal. E a ginasta reconhece que esse fator pode ajudá-la a conquistar uma medalha. “Acho que o meu diferencial, pelo menos na trave, é que eu tento fazer a série mais limpa possível. Eu quero fazer os melhores saltos ginásticos, fazer tudo com a perna excepcionalmente esticada. Quero que as pessoas conheçam a ginástica da Flávia desse jeito, então gosto de dar esse charme. E acho que isso faz a diferença na nota final hoje em dia. Não adianta fazer coisas difíceis, mas sujas “, comentou.

A trave é um aparelho difícil e a atleta reconhece que treina muito para brigar por um pódio internacional: “Trave é trave! Hoje posso competir super bem e no dia seguinte ir mal. Então é tentar focar e treinar muito para melhorar cada vez mais a consistência”.

Jornalista formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e viciado em esportes

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