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Ginástica Artística

Guia – Mundial de Ginástica Artística de 2022: Equipes

Equipes feminina e masculina do Brasil brigam por uma vaga em Paris-2024 através do Mundial de ginástica artística Liverpool-2022

Brasil - Mundial: Lorrane, Flávia, Rebeca, Júlia, Christal e Carol posam para foto. Ao fundo, elas seguram uma bandeira do Brasil
Lorrane Oliveira, Flávia Saraiva, Rebeca Andrade, Júlia Soares, Christal Bezerra e Carolyne Pedro (Foto: Ricardo Bufolin/CBG)

A disputa mais importante do Campeonato Mundial de ginástica artística Liverpool-2022 é a final por equipes. 24 países vão em busca do título e das primeiras vagas olímpicas da modalidade para Paris-2024. Sem a presença da Rússia, que levou os títulos masculino e feminino nos Jogos Olímpicos ano passado, a disputa está mais aberta, com mais países na briga pelo pódio.

Feminino

Na competição feminina, os Estados Unidos buscam reconquistar o título de melhor equipe do mundo. Nos Jogos Olímpicos de Tóquio, a equipe ficou com a prata, após ter vencido a disputa por equipes em todos os Mundiais e Jogos Olímpicos entre 2011 e 2019.

Sem Simone Biles (em um hiato na carreira) e Sunisa Lee (focando na liga universitária do país), o principal nome da equipe é Jade Carey, campeã olímpica do solo em Tóquio. A equipe do país tem como força o salto e o solo, onde são impulsionadas pelas notas de dificuldade. Nas barras assimétricas, a equipe está um pouco abaixo de algumas concorrentes, mas tem a forte Shilese Jones, que pode brigar por medalha no aparelho. O calcanhar de Aquiles do país tem sido a trave. Os EUA tem tido problemas no aparelho este ano e perderam Konnor McClain, melhor ginasta do país na trave, que se lesionou antes do Mundial.

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Se na era Biles, os Estados Unidos tinham uma grande vantagem em relação aos adversários, para este ano a diferença diminuiu e há um grupo de países que podem desbancar as norte-americanas. O último título de equipes da China foi na Olimpíada de Pequim, em 2008. A equipe asiática vem de desempenhos abaixo do esperado, ficando fora do pódio no Mundial de 2019 e em Tóquio-2020.

A China é muito forte na trave e nas barras assimétricas. No primeiro aparelho, a equipe conta com a atual vice-campeã olímpica Tang Xijing. Já nas barras, a China tem Wei Xiaoyuan e Luo Rui que levaram ouro e bronze no último Mundial. A equipe chinesa está abaixo da média no salto e no solo. Basta esperar para ver se as notas de dificuldades altíssimas na trave e nas assimétricas podem compensar as fraquezas da China e conduzir a equipe ao topo do pódio.

A chance brasileira

O Brasil está indo para Liverpool com sua melhor equipe da história. Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Júlia Soares, Lorrane Oliveira e Carolyne Pedro têm totais condições de melhorar o quinto lugar do Mundial de 2007 (melhor resultado da história do país) e até mesmo de subir no topo do pódio. Com Rebeca, Flávia e Júlia, o Brasil tem grande potencial no solo e na trave. E a campeã olímpica deve ajudar a equipe a aumentar a nota no salto e nas barras assimétricas. Caso cometam poucos erros na final, a chance de uma medalha histórica para o Brasil é muito alta.

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Outros três times europeus também devem brigar pelo pódio. A Grã-Bretanha conquistou o bronze em Tóquio-2020 e quer repetir o feito do Mundial de 2015, também sediado no país, onde a equipe feminina terminou em terceiro lugar na final. A equipe britânica não tem um aparelho de destaque, sendo bem equilibrada nas quatro provas.

A Itália tem uma grande geração, que conquistou o bronze no Mundial de 2019 e ficou em quarto lugar na última Olimpíada. A equipe era uma das principais favoritas ao título, mas perdeu duas peças importantes: Asia D’Amatto – vice-campeã mundial de salto e com boas notas em todos os aparelhos – e a novata Angela Andreolli, que seria importante no solo e na trave. Mesmo com os desfalques, ainda é uma equipe forte na briga pelo pódio.

A última candidata ao pódio é a França. A equipe ficou em quarto lugar no Europeu deste ano, onde não contou com sua melhor ginasta. Melanie de Jesus do Santos mudou-se para os EUA este ano e está treinando no ginásio de Simone Biles. Ela competiu apenas em uma etapa de Copa do Mundo em 2022, mas se estiver em boa forma, Melanie será um grande trunfo para a equipe que tem como ponto forte o salto sobre a mesa.

Masculino

Equipe do brasil. De pé: Lucas Bittencourt, Diogo Soares, Gabriel Faria e Caio Souza. Agachados: Yuri Guimarães, Patrick Correa e Arthur Nory
Lucas Bittencourt, Diogo Soares, Gabriel Faria, Caio Souza, Yuri Guimarães, Patrick Correa e Arthur Nory (Foto: Ricardo Bufolin/CBG)

Entre os homens, Japão e China devem disputar a medalha de ouro que ficou com a equipe russa ano passado na Olimpíada. Os dois países tem os ginastas mais completos do mundo atualmente: o japonês Hashimoto Daiki e o chinês Zhang Boheng que além de lutar pelo título do individual geral, vão querer ajudar suas equipes a levar a medalha de ouro.

As duas equipes vão carregadas nas notas de dificuldade, com destaques em vários aparelhos. O Japão é muito forte na barra fixa e nas barras paralelas, mas não tem notas tão boas nas argolas entre os ginastas que vão ao Campeonato Mundial. Já a China, ainda não definiu quem serão os titulares da equipe, mas deve ter como destaque as rotações de argolas e barras paralelas, com destaques para as séries de You Hao e Zou Jingyuan.

Briga pelo bronze

Três equipes despontam como as principais favoritas na disputa pela medalha de bronze. A Grã-Bretanha vai contar com um forte apoio da torcida local para subir ao pódio. A equipe masculina do país tem feito uma grande temporada, com ouro no Commonwealth Games (como Inglaterra) e no Campeonato Europeu. É um grupo de atletas com potencial enorme no solo e no salto, mas que fica atrás dos seus principais rivais na barra fixa.

Os Estados Unidos devem ser os principais concorrentes dos britânicos. A equipe tem um bom grupo de atletas no salto e nas barras paralelas, mas mesmo tendo concorrendes ao ouro nos aparelhos, os EUA devem ter problemas no cavalo com alças e na barra fixa na disputa por equipes.

Um país que no começo do ano era uma aposta real para o pódio é a Turquia. O país tem uma grande geração na ginástica artística masculina e tem conquistado medalhas nas grandes competições. Mas a equipe perdeu o campeão mundial de argolas Ibrahim Çolak que contribuía com notas importantes para o time. Sobraram os bons Ahmet Onder, Ferhat Arican e Adem Asil para tentar o melhor resultado da história do país.

Brasil tenta voltar para a final do Mundial

Após ficar em 10º lugar no Mundial de 2019 e em nono nos Jogos Olímpicos de Tóquio, o Brasil tenta voltar à final por equipes no masculino. A equipe vai para Liverpool com Arthur Nory, Caio Souza, Diogo Soares, Lucas Bittencourt e Yuri Guimarães. A equipe perdeu um pouco da força nas argolas com a ausência de Arthur Zanetti. Mas é um grupo forte no salto e na barra fixa. A prova mais difícil para os brasileiros deve ser o cavalo com alças. Se o Brasil passar sem quedas no aparelho e cometer poucos erros nos demais, a chance de classificação para a final é boa.

Vale destacar que a situação no masculino está bem aberta para a disputa das últimas vagas para a final por equipes. Países como Brasil, Ucrânia, Itália, Alemanha, Taiwan, Coreia do Sul, Espanha, Suíça e França estão em um nível bem próximo e a classificação vai ser definida nos detalhes.

Jornalista formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e viciado em esportes

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