Estreia de Thaís Fidélis na categoria adulto foi extremamente promissora. A atleta de 16 anos foi o destaque da ginástica artística brasileira num ano em que vários atletas tiveram suas temporadas prejudicadas por conta de lesões
Na Olimpíada do Rio de Janeiro, a ginástica artística brasileira superou as expectativas ao conquistar três medalhas: prata com Arthur Zanetti e Diego Hypolito, respectivamente nas argolas e no solo, e bronze com Arthur Nory, também no solo. Por conta disso, a expectativa era por um 2017 repleto de bons resultados, mas o excesso de lesões atrapalhou especialmente durante a disputa do Mundial no Canadá. Por conta disso, o principal fato a ser comemorado foi o excelente primeiro ano de Thaís Fidélis, de apenas 16 anos, na categoria adulto.
A jovem ginasta obteve o melhor resultado do país no Mundial, disputado em outubro. Thaís Fidélis chegou a duas finais: ficou em 24º. lugar no individual geral e terminou em quarto no solo, a apenas uma posição do sonhado pódio.
Principal nome do Brasil na competição, Arthur Zanetti ficou apenas em sétimo lugar nas argolas. O atleta competiu sem estar no melhor de sua forma. Além de ter passado por uma cirurgia no ombro depois da Olimpíada, ele sofreu uma lesão no antebraço dois meses antes do Mundial e chegou ao Canadá com a consciência de que dificilmente chegaria ao pódio.
Outro que teve sua participação atrapalhada por conta de lesões foi Arthur Nory. Depois de ficar quatro meses se recuperando de uma cirurgia no ombro, o ginasta não chegou a estar 100%, mas mesmo assim foi ao Mundial. Passou perto da final do solo e, apesar da boa execução, não conseguiu se classificar na barra fixa porque reduziu a dificuldade da série e acabou eliminado. O fato é que o medalhista de bronze no Rio competiu com dor no Canadá e, apesar de ter ainda disputado o Brasileiro de especialistas na volta, descobriu uma nova lesão no ombro, que o levou à mesa de cirurgia novamente no fim de novembro e a recuperação deve durar oito meses.
Entre os homens, o único a competir inteiro foi Caio Souza, que teve como melhor resultado o 15º. lugar no individual geral. A equipe brasileira, no entanto, podia ter estado bem mais forte no Canadá, mas Diego Hypolito, que nem chegou a ser convocado, e Francisco Barretto, cortado às vésperas da competição, não puderam participar por causa de lesões.
Mas a ausência mais sentida foi Rebeca Andrade. A atleta vivia uma excelente fase em 2017 e era cotada como uma das favoritas à medalha e acabou sendo cortada já no Canadá na véspera do Mundial. A atleta sofreu um entorse no joelho direito no aquecimento para o treino de pódio e foi submetida a um exame que constatou a ruptura do ligamento cruzado anterior. Por conta disso, a ginasta também passou por uma cirurgia e só deve voltar a competir no segundo semestre de 2018. Não foi o único desfalque da equipe feminina, já que Flávia Saraiva também não foi convocada por causa de uma lesão nas costas.
Apesar de todos os problemas que fizeram o Brasil sair zerado no Mundial, 2017 foi um ano também de conquistas, especialmente no feminino. A primeira competição internacional do ano para a Seleção Brasileira de Ginástica Artística Feminina foi o Trofeo Città di Jesolo, na Itália. O torneio realizado no começo de abril terminou com quatro medalhas: o vice-campeonato por equipes, a prata de Rebeca Andrade no individual geral e duas medalhas com Flávia Saraiva (ouro no solo e prata na trave).
Na sequência, em maio, os ginastas do país conquistaram quatro medalhas na primeira participação em Copas do Mundo, em Koper, na Eslovênia. Rebeca Andrade foi ouro no salto, Arthur Zanetti terminou em primeiro nas argolas, Flávia Saraiva ficou com o bronze nas assimétricas, e Thaís Fidelis conquistou o bronze na trave.
Depois, foi a vez da Copa do Mundo da Croácia, realizada em Osijek, e os brasileiros levaram mais cinco medalhas para casa. Thaís Fidelis e Flávia Saraiva fizeram dobradinha no pódio em dois aparelhos: trave e solo. Já Arthur Zanetti dominou mais uma vez a competição nas argolas e garantiu o ouro.
No Pan-Americano de Especialistas, em Lima, no Peru, o Brasil terminou com cinco medalhas. Caio Souza levou a prata no cavalo com alças e nas argolas, o ouro nas paralelas e o bronze na barra fixa, enquanto Carolyne Pedro conquistou o bronze na trave.
O compromisso seguinte foi a Copa do Mundo de Varna, na Bulgária, e o Brasil encerrou a competição com oito medalhas conquistadas. Em quatro finais do feminino, as ginastas garantiram todos os ouros (Daniele Hypólito na trave, Thaís Fidelis no solo e Rebeca Andrade no salto e nas assimétricas), além de um bronze (Thaís Fidelis nas assimétricas). No masculino, foram dois bronzes (Caio Souza na paralela e Arthur Nory no solo) e um ouro (Caio na barra fixa) em quatro provas disputadas.
Quem também brilhou foi o jovem Diogo Soares. O ginasta da Seleção Transitória disputou o International Junior Gymnastics Competition, em Yokohama, no Japão, e conquistou a medalha de bronze na barra fixa. Ele ainda terminou em sétimo no all around.
O Brasil voltou a ser destaque nas finais das categorias AC3 e Juvenil no Sul-Americano Infantil e Juvenil de Ginástica Artística, em Mar del Plata, na Argentina. Os representantes do País subiram ao pódio 39 vezes, mostrando o grande potencial da nova geração da modalidade. O País terminou com a segunda colocação geral no quadro de medalhas.
No mesmo período, o Brasil conquistou 14 medalhas para a ginástica artística na decisão por aparelhos dos Jogos Sul-Americanos da Juventude, em Santiago, no Chile. Além disso, o País subiu ao pódio no individual geral masculino e feminino e ainda por equipe masculina e feminina.
No fim do ano, Arthur Zanetti e Daniele Hypolito representaram o Brasil na Swiss Cup, em Zurique, na Suíça. Os dois atletas competiram em dupla, e a soma das notas resultou no sexto lugar da competição apenas para países convidados.
Na última competição do ano, o Brasil voltou a subir no pódio com a ginástica artística, agora no Sul-Americano Adulto, em Cochabamba, na Bolívia. O País manteve a hegemonia no continente e finalizou com 18 medalhas no total. Foram 11 ouros, quatro pratas e três bronzes. Nas finais por aparelhos, os brasileiros garantiram 14 medalhas, sendo sete de ouro, quatro de prata e três de bronze. A Seleção também levou o ouro no individual geral masculino (Lucas Bittencourt) e feminino (Lorrane Oliveira) e também por equipes.