Arthur Zanetti dispensa apresentações. Dono de duas medalhas olímpicas, um ouro em Londres-2012 e uma prata na Rio-2016, o ginasta é hoje um dos grandes nomes do esporte brasileiro. E aos 31 anos, o paulista se prepara para sua terceira Olimpíada e para inspirar ainda mais gerações. Com Tóquio-2020 já batendo na porta, o ginasta participou de uma live do Olimpíada Todo Dia e do Time Brasil, em parceria com o Tik Tok, e relembrou suas grandes conquistas.
“O ouro em Londres-2012 foi incrível. Foi uma classificação inesperada. A gente tinha o objetivo de ficar entre os oito no Mundial de 2011, mas não subir no pódio. E a gente acabou conseguindo uma vaga na Olimpíada. Aí, meu técnico me perguntou se que eu queria ganhar a Olimpíada e eu respondi que sim. E ele falou que a gente teria que mudar a série, porque a nota de partida era mais baixa que os outros. Então, a gente trabalhou duro para igualar e consegui trazer o ouro. Foi uma emoção muito grande, uma conquista que mudou a minha vida totalmente”, relembrou.
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Depois dos Jogos na Inglaterra, muitos duvidaram da continuidade do sucesso de Arthur Zanetti e da própria ginástica artística brasileira. Mas em casa, eles mostraram exatamente o contrário.
“Eu posso dizer que todos os atletas que podem competir em casa são privilegiados. É muito raro isso. No meu caso, eu ainda consegui uma medalha, então isso emocionou bastante, tornou essa medalha muito especial para mim e marcou minha carreira. E eu calei a boca de muita gente que achou que, depois do ouro em Londres, ia demorar muito tempo para ginástica conseguir mais uma medalha. E na Olimpíada seguinte a gente trouxe três medalhas”.
Inspiração
Arthur Zanetti começou a fazer ginástica aos sete anos, graças ao professor de educação física que notou um biotipo diferente e perfeito para a modalidade. Para a sorte do Brasil, ele deixou o futebol para trás e seguiu firme no caminho de ginasta, sabendo que seria sua profissão desde os 10 anos, quando já foi campeão brasileiro.
Anos depois, ele se tornaria não só campeão olímpico, mas um ídolo de muita gente. E o seu sucesso acarreta também no desenvolvimento da própria ginástica artística. “As medalhas abriram os olhos dos atletas, mostrando que é possível. Basta treinar. Isso motiva muito a nova geração, tanto como estrutura, quanto reconhecimento. E faz com que a ginástica evolua. E uma das coisas que mais adoro ouvir é quando falam: ‘meu filho começou na ginástica, porque te viu na televisão e ficou apaixonado’. Isso para mim não tem preço. É uma motivação e uma felicidade enorme”.
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“Eu e o Chico [Barreto] já estamos na seleção há muito tempo. Eu estou desde os 17 anos… Então a gente tem bastante experiência para passar para essa nova geração em questão de competição. Às vezes o atleta sonha tanto em estar em uma competição adulta, mas quando chega lá vê que é totalmente diferente. A pegada é outra e às vezes você vê até que eles estão asssutados… Então a gente acaba dando um toque para poder acalmar e ajudar”, completou.
Paternidade e Tóquio-2020
No ano passado, Arthur Zanetti teve, talvez, a sua maior conquista até aqui: o nascimento do filho Liam. Em casa, por causa da pandemia de coronavírus, ele pôde acompanhar de perto a gestação da esposa Jéssica, assim como os primeiros meses do filho.
“Se fosse um ano normal, eu ia perder muito da gestação da minha esposa. Eu teria conseguido ver o parto… Então só perdi o oitavo mês dela, porque eu fui para a Missão Europa, fiquei um mês fora. Mas acompanhei tudo e estou conseguindo ver a evolução dele também. Estou perdendo um pouco agora que a gente está no Rio [para o Pan-Americano], mas todo dia ligo para minha esposa, ela coloca o Liam do lado… Eu tento tirar esse lado bom da pandemia, para me dar mais energia”.
E agora, a pouco mais de dois meses para Tóquio-2020, Arthur Zanetti está na reta final de preparação e vai para o Japão com o objetivo bem estabelecido. Está começando a bater a ansiedade, porque coloquei na minha cabeça que quando chegasse o Pan-Americano no Rio estaria próximo dos Jogos. E a porcaria do Pan chegou [risos]. Está chegando, falta pouco agora. Então cada dia que vai passando, a ansiedade vai aumentando um pouco. Mas é focar a cabeça no treino para não deixar a ansiedade atrapalhar. O sonho é conseguir mais uma medalha olímpica e estou trabalhando duro para isso”, concluiu.