A Confederação Brasileira de Ginástica decidiu realizar o Campeonato Pan-Americano de ginástica artística, rítmica e de trampolim no Rio de Janeiro, na Arena Carioca do Parque Olímpico da Barra.
As disputas da ginástica artística ocorrerão entre os dias 4 e 6 de junho; as provas de ginástica rítmica e de trampolim estão marcadas para o período entre 11 e 13 de junho.
+Covid faz ginástica mudar classificação olímpica e pode beneficiar brasileira
Naomi Valenzo, a presidente da União Pan-Americana de Ginástica (UPAG), aposta que o Campeonato Pan-Americano de ginástica tende a ser um grande sucesso. A mexicana, que se tornou árbitra aos 18 anos de idade, foi reconhecida como a número 1 do mundo da arbitragem em 2007, durante o Congresso da Federação Internacional de Ginástica (FIG). Do alto de sua experiência como dirigente, ela acredita que o Pan está em boas mãos, e que a escolha do Rio, pela CBG, foi uma decisão acertada.
“Do ponto de vista de organização técnica, a opção pelo Rio é uma das melhores. Depois dos Jogos Olímpicos de 2016, a CBG passou a contar com profissionais que já têm experiência em eventos de alto nível, incluindo uma grande quantidade de voluntários que também podem apoiar”, afirma a presidente da UPAG. “O Centro Nacional de Treinamento de Ginástica Artística (Centro de Treinamento Time Brasil) está no Rio. Conta-se no local com aparelhos e instalações que cumprem com os padrões internacionais, além da vantagem proporcionada pelo fato de a sede do COB também estar lá. Além disso, é importante mencionar a disponibilidade de hotéis e o fácil acesso a um aeroporto internacional”, acrescentou.
+ SIGA O OTD NO YOUTUBE, NO INSTAGRAM, NO FACEBOOK E NO TIKTOK
A realização do Pan-Americano de ginástica no Brasil é resultado da agilidade da presidente da CBG, Luciene Resende. A federação norte-americana, a USA Gymnastics, havia assegurado o direito de organizar o evento, previsto para Birmingham, no Alabama. Antevendo que os EUA poderiam vir a abrir mão desse direito, Luciene apresentou a candidatura brasileira já em setembro de 2020. No final de janeiro, com a confirmação da desistência dos EUA e a ratificação do interesse brasileiro, a CBG foi comunicada de que poderia receber a competição.
“Nosso compromisso é com a ginástica brasileira, e nosso esforço é sempre direcionado para que ela alcance os melhores resultados. A possibilidade de disputar a competição em casa é um trunfo valioso, que pode nos ajudar a conquistar vagas olímpicas. Com toda a estrutura que temos no Rio, nossa preferência recaiu naturalmente sobre a Cidade Maravilhosa, que ainda nos traz ótimas lembranças dos Jogos de 2016”.
Naomi se disse grata pelo arrojo da CBG. “Aproveito a oportunidade para agradecer à CBG por se propor a organizar esse evento em tão pouco tempo”.
Coordenador Geral e de Eventos da CBG, Henrique Motta aposta na expertise na organização de grandes competições que a entidade possui. Além de toda a complexidade embutida nas tarefas que a realização de um evento dessa magnitude pressupõe, o Comitê Local ainda terá que lidar com toda a elaboração de protocolos rígidos para contenção dos riscos de disseminação do vírus da covid-19.
“Ao longo de um ano em que a pandemia foi oficialmente decretada pela OMS, nós aprendemos muito, nos desenvolvemos muito e hoje contamos com protocolos sanitários cada vez melhores. Realizamos com sucesso diversas ações, como a Missão Europa, em Portugal, e os Estágios de Treinamento presenciais com atletas das categorias adultas e de base. Juntamente com os especialistas que atuam com a CBG desenvolvemos uma logística para que todo o Pan transcorra com a maior segurança sanitária”.
Naomi Valenzo diz confiar plenamente na capacidade de organização da CBG, que já realizou etapas da Copa do Mundo de Ginástica Artística na última década. “Em primeiro lugar, a CBG conta com um bom grupo operacional, que acumula muita experiência na organização de eventos internacionais. Por outro lado, o Brasil também conta com especialistas em diferentes áreas (treinamento, árbitros, médicos, imprensa, etc) que estarão buscando que cada área atenda às mais altas exigências de serviço”.
A presidente da UPAG também realça a atratividade que o evento deverá gerar, graças aos grandes resultados internacionais que a ginástica brasileira tem obtido nos últimos anos. “É uma vantagem que o Brasil tenha ginastas com grandes conquistas internacionais e com altas expectativas de bons resultados nesse evento. Isso ajuda a atrair a atenção do público, mídia e autoridades”.
Por fim, Naomi observa que, mais além da eventual conquista de vagas olímpicas, a realização de eventos como o Pan é importante para o futuro da modalidade no País. “A organização de eventos é um dos pilares para o desenvolvimento do esporte num país ou região. Isso permite deixar legados, atrair futuros praticantes e/ou profissionais e promover o esporte, aproximando os atletas de seu povo. O Brasil tem um povo muito entusiasmado e participativo em eventos internacionais e isso abona o êxito na organização de competições”.