É impossível falar sobre história das Olimpíadas sem mencionar Larisa Latynina. Em 1964, ela se tornou uma lenda do esporte ao conquistar um total de 18 medalhas em três participações em Jogos, sendo nove delas de ouro. Até hoje, apenas um atleta superou a marca: Michael Phelps, 52 anos depois, na Rio-2106. E até hoje, é a mulher com mais medalhas olímpicas.
Nem tudo foi fácil para Larisa Latynina. Ela nasceu em 1934, na Ucrânia, e tinha apenas cinco anos quando a Segunda Guerra Mundial começou. Além do pânico, teve que lidar com a morte do pai em 1943 na Batalha de Stalingrado e, mais tarde, com a distância da mãe, que a enviou a uma cidade vizinha para morar com parentes. Com tudo isso, a ginástica e o balé foram seus refúgios. Era a maneira de esquecer os horrores do mundo.
Quando tinha 11 anos, no entanto, o estúdio onde praticava balé fechou. Foi quando ela descobriu a ginástica. Pouco a pouco, Larisa Latynina tornou-se a ginasta mais talentosa da União Soviética, e oito anos depois, já estreava em competições internacionais, quando participou do Mundial de 1954, em Roma. Não só competiu, como, de cara, foi campeã por equipes e conquistou a primeira – de muitas – medalhas.
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A primeira Olimpíada
Dois anos depois, Larisa Latynina participou de sua primeira Olimpíada, aos 21 anos, em Melbourne-1956. Mas parecia mesmo uma veterana. Conquistou quatro medalhas de ouro, por equipes, individual geral, salto e solo, além de uma prata nas barras assimétricas e mais um bronze por equipes. Foi a primeira sequências de seis medalha que conquistou. Depois, repetiu o feito mais duas vezes.
Em 1958, Latynina voltou a participar de um Campeonato Mundial, agora como grande favorita. E fez jus à expectativa. Mas tinha um detalhe especial. Ela estava grávida de quatro meses e ainda assim, conquistou cinco dos seis títulos possíveis e medalhou em todos os aparelhos.
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Na Olimpíada de Roma-1960, a ginasta chegou mais uma vez como favorita. E assim como na Austrália quatro anos antes, faturou seis medalhas, mas três de ouro, por equipes, individual geral e solo. Foi ainda prata na trave e nas assimétricas e bronze no salto.
Virando lenda
À essa altura, Larissa Latynina já havia entrado para a história das Olimpíadas. Mas ela queria mais. Em Tóquio-1964, apesar de deixar escapar o ouro no individual geral, ficando com a prata, conquistou mais dois títulos, por equipes e no solo, chegando a um total de nove ouro em três Jogos. Levou também para casa mais uma prata no salto e dois bronzes, nas assimétricas e na trave.
Latynina ganhou uma medalha em todas as provas olímpicas em que competiu, exceto na trave em 1956, na qual ficou em quarto lugar. Além disso, deteve o recorde de mais medalhas olímpicas (individualmente ou em equipe) do que qualquer outro atleta, de 1964 a 2012.
Dois anos depois, Larisa Latynina se aposentou após o Mundial de 1966 e se tornou treinadora da equipe nacional de ginástica soviética até 1977. Mesmo depois de parar de competir, continuou vencendo e fazendo história nas Olimpíadas. Sob seu comando, a seleção da URSS conquistou o ouro por equipes nos Jogos de 1968, 1972 e 1976.