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Ginástica Artística

Mirando alto, Caio Souza não vê a hora de voltar à ação

Sem treinar e competir por causa da pandemia, Caio Souza não vê a hora de retornar e focar para Tóquio 2020

caio souza exibe a medalha de ouro no individual geral do Pan de Lima-2019 (Ricardo Bufolin / CBG)

A pandemia, infelizmente, deu uma quebrada na ascensão de Caio Souza dentro da ginástica artística. Contudo, o ginasta promete voltar com tudo e sonha alto. “Vou voltar com muito mais força.”

Em live da CBG (Confederação Brasileira de Ginástica) nesta quinta-feira (28), Caio Souza comentou sobre a temporada 2019, “o melhor ano da minha vida”, falou de suas metas para o futuro e, sobretudo, sua paixão pela ginástica artística. “Não aguento mais ficar em casa, nunca imaginei que a gente ia passar por isso, ficar longe de uma coisa que eu amo por causa da pandemia. Quero voltar a treinar, a saltar, voltar com a ginástica.”

O início

Curiosamente, o primeiro esporte de Caio Souza, de 26 anos, foi o caratê. Mas para sorte da ginástica brasileira, ele era muito baixinho. “Como eu já me pendurava nas portas e era muito arteiro. Inclusive subi na árvore com seis anos, minha mãe acabou me colocando para fazer ginástica.”

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Realizada em 28/05/2020

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Só que Caio Souza dividia as atenções com mais outras duas modalidades. “Eu também fazia natação e judô. Mas aquilo me atrapalhava na ginástica, porque já chegava cansado. Acho que escolhi o esporte certo”, diz brincando.

Rapidamente, o talento foi percebido e ele foi para o Flamengo, um dos principais clubes de ginástica do país. Mas tudo foi conquistado com a família sempre presente.

“A minha família foi o que fez tudo acontecer, foram eles que me deram apoio nos dias que eu estou cansado. Eles me dão colo. Minha família é tudo para mim, eu não teria as medalhas que tenho hoje sem eles.”

Meu ano

2019 foi um ano de muitas glórias para o ginasta, mas também de muitas dúvidas. Dois meses antes dos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019, Caio Souza passou por uma cirurgia no tornozelo esquerdo. “Foi tudo ajeitado, e programado, mas, obviamente, restava aquela dúvida se eu estaria preparado ou não.”

Caio chegou a Lima confiante. “Eu acreditei nos profissionais que estavam comigo. Pensava comigo, ‘vai dar’. Dei o meu melhor porque estava treinado.”

Caio Souza em ação no Mundial de ginástica artística de Sttutgart 2019
Caio Souza em ação no Mundial de Sttutgart 2019 – (Divulgação/CBG)

No fim das contas, o ginasta saiu com o ouro no individual geral e não conteve a emoção. “Muita coisa passou na cabeça, as dificuldades, e eu só me expressei da forma que estava me sentindo. Eu estava muito cansado na série de barra, foi muito desgastante, e a única coisa que eu pensava, ‘não cai, não cai’. Consegui cravar a saída e sabia que ali se encerrava um jornada.”

Só que 2019 ainda reservava o Mundial de Stuttgart, que poderia classificar a equipe masculina para Tóquio 2020. “O nosso time não começou muito bem e eu precisava de uma série muito boa. Senti o momento, mas consegui realizar minhas séries e classificamos o Brasil. 2019 foi um ano especial, o melhor da minha carreira.”

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Lá em Tóquio

Garantido nas próximas edições dos Jogos – “graças a Deus, essa Olimpíada será realizada”, afirma – Caio Souza não mira em nada menos que um pódio. “Eu trabalho duro para chegar no topo. Tenho o sonho de conquistar o ouro olímpico, treino muito pensando nisso. Sei das minhas condições e tenho que mirar bem alto mesmo. Voltando dessa pandemia, eu vou me doar em dobro, vou treinar em dobro, pensando no ouro.”

Mas o ginasta tem consciência que não basta querer, sonhar. É preciso treinar e muito. “Óbvio que eu quero, mas quero passar o que estou fazendo da melhor forma possível, porque eu treinei para aquilo, o resultado vem de uma forma ou outra. Hoje em dia eu compito comigo mesmo, aprendi assim e isso me tem feito evoluir.”

A disputa na ginástica artística para Tóquio 2020 promete, mas Caio Souza também. “O individual geral é muito difícil, ser perfeito nos seis aparelhos. Para subir na classificação, eu preciso aumentar nota de partida e melhorar a execução. Subir a dificuldade com a melhor execução possível, esse é o meu objetivo.”

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