A pandemia, infelizmente, deu uma quebrada na ascensão de Caio Souza dentro da ginástica artística. Contudo, o ginasta promete voltar com tudo e sonha alto. “Vou voltar com muito mais força.”
Em live da CBG (Confederação Brasileira de Ginástica) nesta quinta-feira (28), Caio Souza comentou sobre a temporada 2019, “o melhor ano da minha vida”, falou de suas metas para o futuro e, sobretudo, sua paixão pela ginástica artística. “Não aguento mais ficar em casa, nunca imaginei que a gente ia passar por isso, ficar longe de uma coisa que eu amo por causa da pandemia. Quero voltar a treinar, a saltar, voltar com a ginástica.”
O início
Curiosamente, o primeiro esporte de Caio Souza, de 26 anos, foi o caratê. Mas para sorte da ginástica brasileira, ele era muito baixinho. “Como eu já me pendurava nas portas e era muito arteiro. Inclusive subi na árvore com seis anos, minha mãe acabou me colocando para fazer ginástica.”
Só que Caio Souza dividia as atenções com mais outras duas modalidades. “Eu também fazia natação e judô. Mas aquilo me atrapalhava na ginástica, porque já chegava cansado. Acho que escolhi o esporte certo”, diz brincando.
Rapidamente, o talento foi percebido e ele foi para o Flamengo, um dos principais clubes de ginástica do país. Mas tudo foi conquistado com a família sempre presente.
“A minha família foi o que fez tudo acontecer, foram eles que me deram apoio nos dias que eu estou cansado. Eles me dão colo. Minha família é tudo para mim, eu não teria as medalhas que tenho hoje sem eles.”
Meu ano
2019 foi um ano de muitas glórias para o ginasta, mas também de muitas dúvidas. Dois meses antes dos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019, Caio Souza passou por uma cirurgia no tornozelo esquerdo. “Foi tudo ajeitado, e programado, mas, obviamente, restava aquela dúvida se eu estaria preparado ou não.”
Caio chegou a Lima confiante. “Eu acreditei nos profissionais que estavam comigo. Pensava comigo, ‘vai dar’. Dei o meu melhor porque estava treinado.”
No fim das contas, o ginasta saiu com o ouro no individual geral e não conteve a emoção. “Muita coisa passou na cabeça, as dificuldades, e eu só me expressei da forma que estava me sentindo. Eu estava muito cansado na série de barra, foi muito desgastante, e a única coisa que eu pensava, ‘não cai, não cai’. Consegui cravar a saída e sabia que ali se encerrava um jornada.”
Só que 2019 ainda reservava o Mundial de Stuttgart, que poderia classificar a equipe masculina para Tóquio 2020. “O nosso time não começou muito bem e eu precisava de uma série muito boa. Senti o momento, mas consegui realizar minhas séries e classificamos o Brasil. 2019 foi um ano especial, o melhor da minha carreira.”
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Lá em Tóquio
Garantido nas próximas edições dos Jogos – “graças a Deus, essa Olimpíada será realizada”, afirma – Caio Souza não mira em nada menos que um pódio. “Eu trabalho duro para chegar no topo. Tenho o sonho de conquistar o ouro olímpico, treino muito pensando nisso. Sei das minhas condições e tenho que mirar bem alto mesmo. Voltando dessa pandemia, eu vou me doar em dobro, vou treinar em dobro, pensando no ouro.”
Mas o ginasta tem consciência que não basta querer, sonhar. É preciso treinar e muito. “Óbvio que eu quero, mas quero passar o que estou fazendo da melhor forma possível, porque eu treinei para aquilo, o resultado vem de uma forma ou outra. Hoje em dia eu compito comigo mesmo, aprendi assim e isso me tem feito evoluir.”
A disputa na ginástica artística para Tóquio 2020 promete, mas Caio Souza também. “O individual geral é muito difícil, ser perfeito nos seis aparelhos. Para subir na classificação, eu preciso aumentar nota de partida e melhorar a execução. Subir a dificuldade com a melhor execução possível, esse é o meu objetivo.”