A palavra promessa vem da esperança pautada em aparências e indícios. Mesmo na transição para o adulto, Diogo Soares está no status de se tornar realidade na ginástica artística do Brasil. O piracicabano de 17 anos já tem um currículo de gente grande: duas medalhas em Jogos Olímpicos da Juventude, uma em Mundial Júnior, vice-campeão Pan-Americano, campeão Sul-Americano e dez vezes campeão brasileiro. Assista a primeira entrevista de Diogo Soares no adulto exclusiva ao Olimpíada Todo Dia!
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“Meu maior sonho é competir uma Olimpíada adulta. Então eu sou, tipo, fã desses caras que já foram pra Olimpíada adulta. Seja o Arthur Zanetti, o Chico, o Diego Hipólito, o Nory. Então, tipo… Você sente alguma coisa quando você vê esses atletas, sabe? Então eu diria que eles são a minha inspiração no Brasil,” disse após seu primeiro camping de 2020.
Os resultados na base chamam atenção. Diogo Soares ainda é tímido durante a entrevista, fala com cuidado, conta as histórias com detalhes. Embora muito badalado na imprensa com o rótulo de promessa, o ginasta tem os pés firmes no chão.
“Eu não fico pensando no que eu posso conseguir. Eu fico pensando no que eu consegui e fico feliz por ter conseguido isso. Então eu treino para conquistar mais coisas e fico feliz do que eu posso conquistar um dia. Eu não fico pensando muito lá na frente do que eu posso fazer, porque não adianta nada eu ter a chance de ser um medalhista olímpico, por exemplo, e não fizer, não treinar, para virar um medalhista olímpico. Então eu deixo meio que… Não fico pensando muito lá na frente.”
E nem precisa ser muito longe. Em 2020, Diogo Soares pode sim estar no time do Brasil que disputará os Jogos Olímpicos. Para isso, basta corresponder e ser convocado. A vaga brasileira da equipe masculina já foi garantida no Mundial.
“O que eu posso te dizer é que eu estou tentando buscar sim (uma vaga em Tóquio 2020). Por que impossível? Não tem nada impossível. Então a gente tenta buscar sempre, talvez uma vaga nessas Olimpíadas, talvez se não der, na próxima. O que eu posso dizer é que eu estou tentando o máximo para tentar conquistar.”
Independente de qualquer coisa, o ano já é muito diferente e a brincadeira virou mesmo coisa séria. Diogo Soares agora é ‘adulto’ e já sentiu a responsabilidade: “Vai ser mais pegado esse ano, mas eu estou bem confiante. Acho que essa transição do juvenil para o adulto é um pouco mais forte mesmo. Um pouco mais pesada, mas eu acho que vou me dar bem nessa missão,” conta sorrindo.
Treino de graça e diamante lapidado
Sereno. Sorridente. Espontâneo. As três características que podem traduzir Diogo Soares são também as palavras que ditaram a carreira dele até aqui. Naturalmente, sem forçar e se jogando em uma modalidade graças ao exemplo da irmã mais velha.
“Ela treinava (ginástica artística). Ela começou com uns nove anos e eu era bem novinho. Eu tinha uns três. Daí ela ia treinar e meu pai ia buscar, levar e eu queria ir junto. Eu ficava indo junto. Aí eu via ela treinar e eu ficava imitando. Voltava pra casa e ficava fazendo exercícios e eu imitando. E eu gostava demais quando pequeno, sabe? Agora também”, responde e ri Diogo Soares.
“Daí, eu acho que por conta disso, meu pai me levou pra treinar lá. Meu técnico (Daniel Biscalchin) gostou de mim, gostou do que eu fazia, porque na época era particular. Minha irmã já treinava e meu técnico me deixou treinar de graça. Eu entrei e estou até hoje.” Graças a Diogo o clube em Piracicaba começou a receber mais apoio e equipamentos.
As memórias do ‘parque de diversões’ de Diogo Soares
“Na época era um parque de diversões pra mim estar lá. Eu fui crescendo e foi indo. Treinando. Fui melhorando. Comecei a participar de alguns campeonatos e daí acho que eu fui… Eu não sei explicar, eu fui mudando a minha cabeça, fui vendo que era o que eu gostava, mas não era mais um parque de diversões. Eu tratava como um esporte mesmo. O (esporte) que eu gostava. E passou. Foi indo e se transformou em um esporte que eu gosto de fazer e pretendo levar para a minha vida assim.”
Deu certo. Profissão. Diogo Soares é ginasta e acumula títulos. Tantos que garantem boas histórias: “Eu lembro do meu primeiro campeonato. Eu lembro da visão só. De competir no solo. Eu lembro que eu esqueci até a série nessa competição, eu era bem novinho, eu tinha acho que uns 6 ou 7 anos.”
“Eu lembro disso. Ah, eu lembro de bastante coisa. Sempre competi bastante. Então eu lembro de tudo um pouco. De todas as épocas eu lembro de um pouco. Desde quando eu fazia ginástica por diversão até os Jogos Olímpicos da Juventude,” finaliza Diogo Soares.