A conquista da vaga para a disputa por equipes nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 ainda está fresca na memória da Seleção masculina de ginástica artística. Cerca de um mês depois do Mundial que classificou o Brasil, Arthur Nory, Arthur Zanetti, Caio Souza e Chico Barreto se reuniram no restaurante Fogo de Chão, em São Paulo, para comemorar a conquista tão especial.
“A gente ficou dois meses juntos, mas foi naquela pressão da competição e sem a família presente. Então poder comemorar aqui todo mundo junto, com a equipe multidisciplinar, que trabalha no dia a dia e nem todo mundo viaja, é muito bom. Ter esse momento para comemorar a classificação, essa medalha que é de todo mundo. A gente está muito feliz de estar reunido aqui em outra ocasião, de festa”, celebrou Nory, que foi medalha de ouro na barra fixa no Mundial.
Relembre:
Arthur Nory é campeão do mundo na barra fixa
Foco e persistência do campeão mundial Arthur Nory
Os bastidores da medalha de ouro no Mundial de Arthur Nory
Celebrar o passado, mas pensando no futuro. Faltando pouco menos de oito meses para Tóquio 2020, a Seleção Brasileira masculina já começa a pensar na preparação para a competição mais importante dos esportes olímpicos.
“Agora é dar continuidade ao trabalho junto com a equipe, que está por trás de nós aqui. Acho que hoje, o respeito que o mundo tem pela ginástica brasileira é muito grande. Tivemos, não só esse ano, mas resultados antigos que nos fizeram chegar onde estamos hoje. O Brasil tem uma visibilidade muito boa e isso ajuda para resultados futuros. Foi um ano muito pesado e a gente priorizou muito a classificação por equipe, o que trouxe a nossa maior felicidade, além da medalha do Nory, que fechou com chave de ouro o Mundial. Ele merecia e o Brasil merece essa medalha. Isso faz com que a gente possa crescer cada vez mais para as futuras competições. O projeto Tóquio 2020 não para e são poucas coisas para ajustar. A equipe toda, não só os atletas, estão de parabéns”, destacou Chico Barreto.
Zanetti e Nory chegam para as Olimpíadas como as duas principais estrelas do time brasileiro, ambos com medalhas olímpicas já conquistadas (Zanetti foi ouro em 2012 e prata em 2016 nas argolas, e Nory foi bronze no solo em 2016). Então como fazer para se manter treinando em busca de uma nova medalha?
“O Zanetti é um exemplo. A gente conversa muito e ficamos juntos, no mesmo apartamento, nos treinamentos no Rio, e eu sempre perguntava para ele: ‘Você já tem uma medalha olímpica e agora, os treinos…?’ Então ele sempre me deu muitas dicas, me motivando e apoiando dizendo que é mais difícil agora, que eu vou ter que treinar mais. Se manter é difícil, mas eu estou bem instruído, tenho uma boa equipe”, explicou Nory.
“O corpo reclama um pouquinho de vez em quando, a mente e a mulher também (risos). Mas é criar objetivos. Cada um tem a sua motivação. No meu caso agora é ver a oportunidade de que, se eu fizer minha rotina, minha série, eu posso ganhar mais uma medalha. Eu estou confiante, eu quero isso para mim. Além de que se eu conseguir, vou me tornar o primeiro ginasta a conquistar três medalhas olímpicas nas argolas”, pontuou Zanetti.
“É mais difícil? Com certeza. Cada ano que passa é mais difícil, cada resultado que você tem que alcançar é mais difícil, mas é o amor que a gente tem pelo esporte. Atleta de alto rendimento é chato por causa disso. Nunca está bom, sempre quer a perfeição e sempre dá para melhorar. Acho que cada um agora deve buscar o seu melhor, a Olimpíada é a cereja do bolo”, completou o bicampeão olímpico.