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Ginástica Artística

Brasil encaminha vaga para Tóquio 2020 e finais individuais

Com 247.236 pontos, Seleção Brasileira masculina terminou o primeiro dia de classificatória em terceiro e tem tudo para se classificar para Tóquio 2020

Ricardo Bufolin/PanamericaPress/CBG

Em uma competição de recuperação, após falhas na primeira rotação, a Seleção Brasileira masculina de Ginástica Artística encerrou muito bem sua participação no qualificatório por equipes do Campeonato Mundial de Stuttgart (ALE). O time brasileiro terminou este domingo (6) na terceira colocação geral, com 247,236 pontos.

Como a vaga olímpica pode sair até para quem ficar entre os 12 primeiros – desde que China, Rússia e Japão, já classificados em 2018, estejam entre eles –, é possível projetar que o passaporte brasileiro para a Olimpíada de Tóquio está muito próximo de ser carimbado.

A confirmação ocorrerá após a segunda parte do qualificatório por equipes, nesta segunda (7), no Hanns Martin Schleyer Halle. Nas últimas quatro subdivisões, entre as equipes mais fortes que competirão, Japão e China já estão com a vaga olímpica. A Rússia, a outra classificada, participou das séries deste domingo e ficou em primeiro no geral. Canadá, Ucrânia e Coreia do Sul são as equipes teoricamente mais fortes entre as que ainda brigam pela vaga. Mesmo assim, as notas do Brasil dão uma boa vantagem para alcançar um lugar em Tóquio-2020, o principal objetivo neste Mundial.

Após uma performance complicada no primeiro aparelho, a barra fixa (nota 39,166), o Brasil conseguiu se recuperar nos demais aparelhos. Destaque para o salto, onde a Seleção teve sua melhor nota na prova (43,341). Nos demais, as notas foram as seguintes: cavalo com alças – 39,432; argolas – 41,699; paralelas – 41,699; e solo – 41,899.

Além de ficar em ótima condição para assegurar sua classificação olímpica, o Brasil ainda poderá conquistar vaga em quatro finais. Além de uma possível final por equipes, tem Caio Souza muito bem classificado para o Individual Geral (está em 9º, com 81,997), Arthur Nory na barra fixa (2º com 14,600) e Arthur Zanetti nas argolas (2º com 14,700).

Para Arthur Nory, foi uma competição bem tensa. “Nós sabemos o quanto batalhamos para chegar até aqui. A equipe conseguir se reerguer depois de não ter um bom desempenho na barra fixa, que é um dos nossos melhores aparelhos. Foi o momento de um puxar o outro durante a prova, todos torcendo muito em cada parelho. Fomos buscando os décimos necessários, é assim que funciona um trabalho em equipe. Agora é esperar para comemorar o nosso objetivo amanhã. Sabemos que nossa pontuação foi  boa, mas temos que esperar o resultado das próximas equipes”, afirmou.

Caio Souza reconheceu que teve um início complicado na prova, mas festejou seu poder de recuperação. “A queda na barra foi um choque, eu estava me sentindo bem hoje. Mas ali o pessoal começou a dar força, lembrando que ainda faltavam cinco aparelhos, quatro aparelhos e assim por diante. Fomos crescendo aos poucos na competição. Consegui fazer melhores notas, compensando o erro na barra. Fico feliz por ter me superado, manter a cabeça focada, isso que valeu muito. Temos que pensar passo a passo na competição e isso foi importante no meu desempenho”, afirmou o ginasta brasileiro.

Para o treinador-chefe do Brasil, Marcos Goto, o Brasil deu um grande passo em busca para a classificação olímpica. E o grande mérito para isso foi o poder de recuperação da equipe, até diante do que ocorreu com a Seleção feminina no sábado, que não obteve a classificação por equipe.

“Pelo o que aconteceu com o feminino, bateram muito no COB e na CBG. Eu disse para os atletas que era o momento para eles serem os responsáveis para reverter esta situação. Eles tinham que mostrar que têm apoio e que estamos na luta, independentemente do que falam lá fora. Ficam dizendo que não tem apoio, não tem patrocínio, mas temos tudo isso. Temos um CT no Rio de Janeiro, apoio para competirmos onde quisermos. A gente conversou, buscando as coisas boas que aconteceram no Pan de Lima e ajustamos o que não tinha dado certo. Com isso, conseguimos formar uma equipe muito unida e coesa”, disse Goto, que admitiu que a Seleção não teve um bom início de competição neste domingo.

“A gente foi mal na barra. Ficamos pelo menos quatro pontos abaixo do que conseguimos normalmente. Mas eles não se abateram e foram buscar nos outros aparelhos. É claro que ficamos de fora dando uma força para eles, lembrando que ainda faltavam cinco aparelhos, para não baixarem a cabeça, e assim sucessivamente. E fomos assim até o último aparelho. Isso mostra a evolução que o masculino teve, saindo de um aparelho muito ruim e terminando na frente de alguns países que saíram melhor do que nós. A estratégia foi de ganhar décimo a décimo, ponto a ponto. O grupo está de parabéns, porque eles foram buscar em cada aparelho. Importante destacar o papel da parte médica, que nos ajudou recuperando atletas que estavam lesionados, como o Caio, o Nory, o Zanetti. Eles foram recuperados e chegarem bem na competição. Ainda não estamos classificados, mas demos um grande passo. Dos países que competem amanhã, dois já estão classificados (Japão e China) e sobram ainda nove países brigando. Acredito que a gente vai se classificar”, disse Marcos Goto.

 

Programação do Brasil no Mundial de Ginástica Artística

9/10 (Quarta-feira)

8h45 – Final por equipes masculino

10/10 (Quinta-feira)

11h – Final Individual Geral feminino

11/10 (Sexta-feira)

11h – Final Individual Geral masculino

12/10 (Sábado)

11h – Finais por aparelho: solo, cavalo com alças e argolas masculino; salto e assimétricas feminino

13/10 (Domingo)

8h – Finais por aparelho: salto, paralelas e barra fixa masculino; trave e solo feminino

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