As atletas Ana Luiza Lima e Julia Soares, de 13 anos, ainda desconhecidas do público, começam a se destacar na ginástica artística feminina. Assim como Flávia Saraiva, que encanta desde nova, as atletas estão chegando, pouco a pouco, ao pódio das principais competições da ginástica artística.
Neste ano, competiram bem os campeonatos brasileiros, dividindo as medalhas com ginastas consagradas, inclusive no adulto. Neste sábado (20), as duas disputam a qualificação no Sul-Americano Infantil e Juvenil de Lima, Peru, na categoria juvenil – a final será neste domingo (21).
Na categoria de 13 a 15 anos, disputada no Campeonato Brasileiro Adulto de 2018, em São Bernardo do Campo e Santos, Julia levou ouro no individual geral. Ajudou a equipe principal do CEGIN, que tem sede em Curitiba, Paraná -local onde treinou Daiane dos Santos e a seleção brasileira (entre 2000 e 2008) -, a ganhar a prata por equipe e levou o bronze, entre ginastas adultas, na trave. Ana Luiza ficou com o bronze no solo no último Brasileiro de Especialistas, em Santos, em agosto.
Ana Luiza nasceu em Telêmaco Borba, Paraná, em 8/8/2005, e foi descoberta na Escola Municipal Leopoldo Mercer, quando técnicos do CEGIN foram à cidade para detectar talentos. Foi a única aprovada no teste, com 7 anos. Mudou-se, então, para Curitiba, para dedicar-se à ginástica. Já foi convocada para camping de treinamento com a seleção brasileira que tem incluído ginastas juvenis.
A atleta chamou a atenção do público no último Campeonato Brasileiro de Especialistas, em agosto, em Santos, com uma série no solo inspirada no clássico Luzes da Ribalta, filme de Charles Chaplin. Levou a medalha de bronze e dividiu o pódio com Flávia Saraiva, do Flamengo, prata, e Thais Fidélis, também do CEGIN, ouro.
“Minha série é boa para a minha categoria, mas para um nível mais avançado, ainda preciso melhorar. Quero fazer minha coreografia ainda mais limpa para agradar o público e os juízes”. O Sul-Americano é mais uma chance para melhorar numa temporada conturbada – Ana Luiza passou por uma cirurgia no cotovelo esquerdo em maio.
“Eu quis fazer as pessoas ficarem apaixonadas”, diz o coreógrafo Rhony Ferreira, da seleção e do CEGIN. “A série é leve, a Ana Luiza é delicada, doce e tem uma veia humorística, na parte em que ela imita o Chaplin”, completa.
Para Julia Soares, que é muito forte na trave, as ambições no solo aumentaram após os dois Brasileiros que disputou este ano, entre adultas. O mambo Tequila se encaixa bem para uma ginasta ‘espevitada’ como ela é, de muita qualidade técnica. Ela teve sua série de solo aprimorada para este Sul-Americano. “Enriquecemos um pouco a coreografia do meio para o fim. Com os treinos, ela melhorou na parte física e, com isso, complicamos um pouco a parte técnica. Fizemos o arranjo para melhorar a parte artística”, afirma Rhony.
Diz que competir com atletas mais velhas que ela – na trave, por exemplo, foi ao pódio com Flávia Saraiva e Jade Barbosa, do Flamengo, no Brasileiro de Especialistas -, é diferente, aumenta a exigência. Também já fez campings de treinamento com a seleção brasileira principal e esteve em Jessolo, Itália, neste ano de 2018. “Ganhei experiência, mas percebi que tenho de evoluir pelo sonho de ir a uma Olimpíada. Quem sabe 2024?”.
Julia Soares nasceu na capital paranaense, em 23/8/2005, mas atualmente vive com a família em Colombo, Região Metropolitana de Curitiba (PR). Imitava a irmã mais velha Giovanna desde os primeiros anos de vida e aos 4 anos já estava na escolinha do CEGIN. Integrou todas as categorias: Pré-Infantil, Infantil e agora juvenil. Cursa o sétimo ano da Escola Estadual República Oriental do Uruguai, é fã de Daniele Hypólito, tem uma rotina de treino-escola-treino e o tempo livre usa para brincar com o cachorro Toddy, um shitsu, e passear com a família em parques.