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Futebol

As histórias da Seletiva de Futebol Feminino realizada em Resende

Foram sete horas de viagem, de carro. Quase 500 quilômetros de trajeto. Mas poderia ter sido uma volta ao mundo. Para ver o seu talento sendo avaliado por um técnico da Seleção Brasileira, Mayara Reis, Rayane Raquel e Thaynara Faria vieram de Belo Horizonte para participar da Seletiva de Futebol Feminino do projeto CBF Social, em Resende, região sul do Estado do Rio de Janeiro, neste sábado (12). Mesmo com todas as dificuldades, elas garantem: nenhuma distância é capaz de afastá-las da paixão pelo futebol.

– Sempre foi o meu sonho participar da Seleção Brasileira. Não foi simples estar aqui, principalmente na parte financeira. A viagem foi longa também e cansativa. Mas nossos pais nos apoiam muito e ajudam como podem – confessou Mayara, lateral, 17 anos, atleta do clube América Mineiro.

Inspirada na craque Marta e fã de jogadoras de sua posição como Fabiana e Thamires, Mayara conta que o futebol feminino entrou na sua vida aos 10 anos de idade. Com leve maquiagem, cabelo longo, discurso afinado e faixa na cabeça, a menina deixa transparecer  que também admira uma famosa jogadora americana.

– Eu copiei a faixa da Alex Morgan. Gosto dela e acho ela uma grande jogadora – elogiou Mayara.

Foi o pai da goleira Thaynara quem levou as três atletas até Resende. Na manhã de sábado, elas se juntaram a outras 46 garotas, das categorias sub-17 e sub-20 do município de Resende e de cidades próximas. Todas com o mesmo objetivo: convencer o técnico Doriva Bueno, da Seleção Brasileira Sub-20, de que elas merecem uma chance com a Amarelinha no futuro.

– É comum termos meninas de muito longe nas seletivas. Em Foz do Iguaçu isso já havia acontecido. Por isso é muito motivador continuar fazendo esses encontros. Essas meninas têm sonhos e quando elas têm oportunidade para mostrar o seu talento, no nosso caso para a Seleção Brasileira, elas procuram e isso nos faz muito feliz. É importante a gente continuar com as seletivas para desenvolver ainda mais a modalidade e fazer com que ela cresça – opinou Bueno.

Na parte da tarde, a seletiva recebeu 34 meninas da categoria sub-15. Nos dois turnos de observação, a equipe que organiza a seletiva, formada por membros da CBF e professores locais, divide as participantes em times de 6 a 8 atletas, que disputam partidas de até 20 minutos, em campo reduzido. O técnico Doriva observa, entre outras capacidades, a técnica, a força, os fundamentos, a atitude e a condição física das meninas.

– Foi muito bom. Toda seletiva é vista com bons olhos. Eu esperava mais atletas na categoria sub-20, mas vieram algumas jogadoras interessantes que a gente vai ficar de olho. Duas atletas me chamaram muita atenção. Vamos acompanhar de perto, de olho onde elas estiverem e, com certeza, na nossa convocação de observação elas estarão dentro – avaliou Bueno.

No domingo (12), a partir das 8h, as meninas que se destacaram no sábado voltam a campo para mais uma rodada de observação. Entre elas estão Mayara, Rayane e Thaynara. Quem sabe uma delas não seja a atleta que encheu os olhos do treinador? Não há limites e nem distâncias para os sonhos dessas meninas.

Após a última etapa da seletiva do Futebol Feminino, um Festival de Futebol para crianças entre 9 e 13 anos encerra as atividades do CBF Social em Resende.

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

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