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Confira detalhes das novas dinâmicas de seletivas da Seleção Feminina de Futebol

O técnico da Seleção Feminina Brasileira Sub-20, Doriva Bueno, detalhou a nova dinâmica das seletivas que acontecem em cidades por onde passa o projeto CBF Social. Na noite desta sexta-feira (10), no auditório da Associação Educativa Dom Bosco, em Resende, região sul do estado do Rio de Janeiro, o treinador contou  que as chamadas “peneiras” para buscar novos talentos para a modalidade passaram por uma adaptação de conceito para ficarem mais coerentes, e explicou sobre as Convocações de Observação.

– Nosso objetivo principal é oportunizar. Temos jogadoras de futebol em todos os cantos do país e nós precisamos conhecê-las. Hoje, nós temos atletas de alto rendimento em nossas seleções que vieram de seletivas como estas. O que nós fizemos foi melhorar o processo de avaliação para torná-lo mais justo em todas as etapas até a chegada da menina à Seleção Brasileira – disse Bueno à plateia formada por profissionais de educação física e coordenadores de projetos sociais da região.

Doriva explicou que o processo de avaliação acontecerá em dois dias. Desta maneira, quem se destaca no primeiro dia retorna para uma nova etapa, no dia seguinte. Ao lado de outras atletas com níveis parecidos, a atividade ganha mais força e a menina tem mais possibilidade de mostrar todo o seu potencial.

O técnico contou que o próximo passo para as jogadoras selecionadas pra Seleção Feminina nesses processos seletivos será a Convocação de Observação.

– Nós levaremos as meninas para um período de treinamentos na Granja Comary e as avaliaremos com mais detalhes na parte física, técnica, conhecimento tático entre outros conceitos. Antes, a atleta que se destacava numa seletiva ia direto para uma convocação ao lado de muitas jogadoras de alto rendimento, que já faziam parte da Seleção Brasileira ou com mais experiência profissional. A recém-chegada acabava encontrando dificuldades para acompanhar. Mudamos esse modelo por acreditar que ele era desigual e pouco eficiente.

Doriva adiantou que essas convocações começarão tão logo um bom grupo de jogadoras vindas das seletivas esteja montado. O CBF Social já promoveu seletivas de futebol feminino em Manaus e Foz do Iguaçu. Neste sábado (11) e domingo (12), Resende sedia o projeto. As próximas seletivas acontecerão no Amapá e no interior de São Paulo, em Araraquara.

Emily Lima avalia primeira convocação regional da Seleção Feminina

Foram apenas cinco dias, mas o suficiente para confirmar que há talentos do futebol espalhados por todo o Brasil. Na primeira convocação regional de 2017, a técnica Emily Lima, da Seleção Feminina Brasileira, observou jogadoras das regiões Sul e Sudeste e saiu satisfeita com o trabalho realizado com as 26 convocadas na Granja Comary, em Teresópolis (RJ), entre os dias 6 e 10 de fevereiro.

– O balanço foi muito positivo. Ficamos muito satisfeitos com o que vimos, principalmente da parte técnica, que foi o que viemos para avaliar. Dentro do banco de dados, fizemos as avaliações físicas e temos muita coisa a melhorar não só com as meninas estreantes, mas até com as experientes. Queremos colocar na cabeça delas que elas precisam ser profissionais, ser atletas e não só jogadoras. Foi uma semana de muita repetição nesse sentido. Isso para ajudar não só para a Seleção Brasileira, mas nos clubes de cada uma – avaliou.

Emily também revelou como surgiu a iniciativa de testar talentos de todo o Brasil na Seleção Feminina Brasileira.

– A intenção da convocação de observação surgiu por uma ideia minha, do Julio, que é o analista de desempenho, e do Guilherme, o assistente. A gente começou a entender o que é o futebol feminino no Brasil. Encontramos 150 equipes dentro dos estaduais de cada Estado. Foram 19 competições estaduais no ano passado. É bastante coisa e isso nos chamou atenção. Então começamos a pensar em fazer por região e a planejar. A ideia foi aprovada e temos que aproveitar da melhor maneira possível – contou.

O objetivo do projeto vai além da busca por caras novas país afora. Com o novo sistema de observação da CBF, onde são armazenadas todas as informações dos atletas convocados, a iniciativa deixará um legado para o futebol feminino.

– Acredito que a gente consiga avaliar muitas meninas dentro dessas convocações de observação. E será uma avaliação que vai criar um banco de dados dentro do sistema de observação na CBF. Então, se nós sairmos da Seleção Brasileira, todas essas 26 atletas que foram convocadas dessa vez já estarão dentro do sistema de observação. E o próximo treinador ou treinadora que chegar já vai ter todo o histórico da atleta. Esse é o nosso objetivo: deixar também um legado para que o futebol feminino no país cresça, não somente com a Seleção Brasileira – concluiu a treinadora.

A próxima etapa de observação regional está prevista para agosto, quando jogadoras da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará serão convocadas. Depois, em outubro, serão meninas do Piauí, Maranhão, Tocantins, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Na última etapa, em novembro, serão as atletas do Acre, Amazonas, Roraima, Amapá, Pará e Rondônia.

Geyse: a caçula entre as convocadas para a Seleção Feminina

Ela é a caçula entre as jogadoras convocadas para a primeira etapa de observação da Seleção Feminina Brasileira. Geyse, aos 18 anos, disputou recentemente a Copa do Mundo Sub-20, ainda tem mais um ciclo da categoria e participa da primeira fase de treinos da equipe Principal na Granja Comary, em Teresópolis (RJ).

– É um grande aprendizado estar na Seleção Principal. Ainda tenho quase dois anos como sub-20, mas fico muito feliz em poder mostrar meu trabalho e ser reconhecida pelo Doriva (técnico da Sub-20) e pela Emily (treinadora da Principal) – disse a atacante.

Parece muito, mas a alagoana de Maragogi ainda quer mais: sonha com títulos na Sub-20 e se firmar na Seleção Feminina Principal. Para isso, a jovem atacante aproveita para melhorar seu futebol a cada dia e conta com o apoio de Doriva ao longo da transição. O treinador está na Granja Comary integrado à Seleção comandada por Emily Lima.

– Na verdade, não tive nem como sonhar sobre o futuro porque tudo tem acontecido muito rápido. Ter o Doriva como observador na Principal é muito bom, saber que ele segue acompanhando. Há dois anos que eu trabalho junto com o ele. Vou ter um desenvolvimento muito bom com ele aqui – comentou Geyse.

Responsável pelas convocações da Seleção Feminina Sub-20, Doriva Bueno viu o potencial de Geyse ainda menina e segue a ajudando a evoluir. Diante da vivência nessa etapa de observação, o treinador considera importante para o desenvolvimento da jogadora tanto a preparação para esse momento quanto a experiência em si de Seleção Principal.

– O que eu digo é que elas têm que se preparar sempre para a oportunidade da Seleção Principal. No caso da Geyse, ela ainda tem mais um ciclo de sub-20, mas é importante que ela tenha essa experiência aqui. Enquanto ela está na Principal, procuro falar pouco com ela, porque acho que qualquer interferência da minha parte pode atrapalhar no desenvolvimento que a Emily precisa. Mas, no decorrer do ano e nas próximas convocações, vou estar sempre com ela e conversando sobre todos esses momentos – avaliou Doriva Bueno.

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

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