O Brasil tenta voltar a ser campeão mundial sub-20 de futebol depois de 12 anos. Apesar de não disputar o Mundial Sub-20 desde 2015, a seleção tem tradição e é um dos maiores vencedores da competição. Em resumo, a Canarinho, com cinco títulos, só está atrás da Argentina, que levantou a taça seis vezes. Relembre todas as conquistas da seleção brasileira e quem eram os principais jogadores de cada equipe que alcançou o título:
- Superliga: Blumenau entra no top-5; Joinville vence e sai da zona
- Brasil bate o Uruguai e se aproxima da vaga à AmeriCup
- Palmeiras abre ampla vantagem na semi da Copa do Brasil sub-20
- Thaísa Daher se diz feliz após a despedida da seleção
- Guilherme Toldo disputa seu primeiro internacional após Paris
+ SIGA O OTD NO YOUTUBE, TWITTER, INSTAGRAM, TIK TOK E FACEBOOK
1983 – Brasil campeão mundial Sub-20
A primeira edição do Mundial Sub-20 aconteceu em 1977, quando o Brasil ficou em terceiro lugar. O primeiro título brasileiro veio seis anos depois, na quarta vez em que o campeonato foi disputado, em 1983 no México. Antes, União Soviética (1977), Argentina (1979) e Alemanha Ocidental (1981) foram campeãs.
A geração que conquistou o primeiro título mundial Sub-20 para o Brasil revelou craques como o lateral-direito Jorginho, o volante Dunga e o atacante Bebeto, tetracampeões do mundo pela seleção brasileira na Copa de 1994. Mas o grande jogador daquele time comandado por Jair Pereira foi Geovani, meia formado nas categorias de base do Vasco. Ele foi eleito o melhor jogador da competição e também foi o artilheiro com seis gols em seis jogos.
Geovani, no entanto, não teve vida longa na seleção principal, ao contrário do que tiveram seus três ilustres companheiros. Foram apenas 23 jogos e cinco gols marcados. Pela seleção olímpica, foi medalha de prata nos Jogos de Seul-1988, conquista da qual Jorginho e Bebeto também fizeram parte.
Campanha:
1 x 1 Holanda (Grupo D) – Gol: Geovani
3 x 0 Nigéria (Grupo D) – Gols: Gilmar Popoca, Marinho Rã e Geovani
2 x 1 União Soviética (Grupo D) – Gols: Agapov (contra) e Geovani
4 x 1 Tchecoslováquia (Quartas de Final) – Gols: Dunga, Bebeto e Geovani (2)
2 x 1 Coreia do Sul (Semifinal) – Gols: Gilmar Popoca, Marinho Rã
1 x 0 Argentina (Final) – Gol: Geovani
1985 – Brasil bicampeão mundial sub-20
Dois anos depois do primeiro título, o Brasil voltou a conquistar o mundo na categoria sub-20. Em torneio disputado na União Soviética, Taffarel era o goleiro e Müller o principal atacante da equipe. A exemplo de Jorginho, Dunga e Bebeto, os dois foram tetracampeões do mundo pela seleção brasileira principal em 1994.
O craque do time em 1985, no entanto, foi Silas, na época, companheiro de Müller no São Paulo. Pela seleção principal, o meia disputou as Copas do Mundo de 1986 e 1990 e foi campeão da Copa América de 1989.
Campanha:
2 x 1 Irlanda (Grupo B) – Gols: Balalo, Dida
2 x 0 Espanha (Grupo B) – Gols: Luciano, Balalo
1 x 0 Arábia Saudita (Grupo B) – Gol: Muller
6 x 0 Colômbia (Quartas de Final) – Gols: Gérson (3), Silas, Dida, Muller
2 x 0 Nigéria (Semifinal) – Gols: Muller, Balalo
1 x 0 Espanha (Final) – Gol: Henrique
1993 – Brasil tricampeão mundial sub-20
O terceiro título mundial Sub-20 demorou oito anos para ser reconquistado. Entre os dois títulos, houve domínio europeu com Iugoslávia (1987) e Portugal (1989 e 1991) a levantar a taça. Quem ficou famoso desta geração foi o goleiro Dida, que foi pentacampeão do mundo em 2002, vice em 1998 e ainda conquistou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Atlanta-1996. Com 92 jogos disputados, ele só perde para Taffarel e Emerson Leão como o goleiro que mais vezes vestiu a camisa da seleção canarinho.
Em 1993, no entanto, não era Dida o destaque. O craque do time atendia pelo nome de Adriano, revelação do Guarani. Com a camisa 10 da seleção brasileira, ele foi um dos artilheiros do Mundial Sub-20 e comandou a equipe naquela conquista. Por seus feitos, foi eleito o melhor jogador da competição.
Mas sucesso na base, não se repetiu entre os profissionais a exemplo de alguns companheiros daquela seleção como Catê, Gian e Yan. Reserva em 1993, Jardel foi o jogador de linha de maior sucesso daquela geração ao fazer história e muitos gols, principalmente, no Grêmio e no Porto.
Campanha:
0 x 0 Arábia Saudita (Grupo D)
2 x 1 México (Grupo D) – Gols: Adriano, Gian
2 x 0 Noruega (Grupo D) – Gols: Gian, Adriano
3 x 0 Estados Unidos (Quartas de Final) – Bruno Carvalho, Adriano (2)
2 x 0 Austrália (Semifinal) – Gols: Marcelinho Paulista e Catê
2 x 1 Gana (Final) – Gols: Yan, Gian
2003 – Brasil tetracampeão mundial sub-20
O Brasil passou por dez anos de jejum, época em que a Argentina se aproveitou para conquistar mais três títulos (1995, 1997 e 2001) e a Espanha um (1999), e só voltou a ser campeão em 2003. Da equipe que conquistou o título, os laterais Daniel Alves e Adriano, ambos ex-Barcelona, o volante Fernandinho, ex-Manchester City, e o atacante Nilmar, ex-Lyon, Corinthians e Internacional, foram os atletas que mais sucesso alcançaram na carreira como profissionais.
Daniel Alves, inclusive, foi eleito o bola de bronze, mas melhor que ele foi Dudu Cearense, autor de quatro gols e eleito o bola de prata, perdendo apenas para Ismail Matar, dos Emirados Árabes, que foi escolhido surpreendentemente como bola de ouro. Fernandinho, que na época jogava no Atlético Paranaense, fez o gol do título, mas era reserva daquela seleção e entrou no decorrer da final.
Dudu Cearense foi o principal destaque da campanha, mas não repetiu na seleção principal o sucesso da base. Apesar de ter sido campeão da Copa América de 2004, o volante nunca teve um papel relevante entre os profissionais e disputou apenas 12 jogos com a camisa canarinho.
Campanha:
2 x 0 Canadá – Gols: Daniel Carvalho, Nilmar
1 x 1 República Tcheca – Gol: Adaílton
2 x 3 Austrália – Gols: Juninho, Dudu Cearense
2 x 1 Eslováquia (Oitavas de Final) – Gols: Dudu Cearense (2)
5 x 1 Japão (Quartas de Final) – Gols: Daniel Carvalho (2), Kléber Gladiador, Nilmar (2)
1 x 0 Argentina (Semifinal) – Gol: Dudu Cearense
1 x 0 Espanha (Final) – Gol: Fernandinho
2011 – Brasil pentacampeão mundial sub-20
Mais oito anos de jejum, com dois títulos da Argentina (2005 e 2007) e um de Gana (2009) no período, e o Brasil volta a ser campeão mundial sub-20 em 2011. Casemiro, ex-Real Madrid e atualmente no Manchester United, Phillipe Coutinho, ex-Barcelona e Liverpool, que atualmente joga no Aston Villa, Oscar, ex-Chelsea, que joga no futebol chinês e tem um dos maiores salários do mundo, e Dudu, do Palmeiras, são os grandes destaques da geração, que ainda contou com os laterais Danilo e Alex Sandro, convocados por Tite para a Copa do Mundo de 2022.
Em campo, no entanto, no Mundial Sub-20 de 2011 ninguém brilhou mais do que o centroavante Henrique Almeida, artilheiro da competição com cinco gols e eleito o bola de ouro. Sua carreira profissional, porém, nunca decolou do modo como se poderia esperar após ter recebido tais prêmios. Ele deixou o São Paulo, clube que defendia na época, para jogar pelo Granada, pelo qual fez seis partidas por La Liga em 2011/12. Depois passou por Sport Recife, Botafogo, Bahia, Grêmio, Coritiba, Giresunspor, Belenenses (POR), Chapecoense e Goiás. Até que, de 2022 para cá se estabeleceu no América-MG.
Campanha:
1 x 1 Egito – Gol: Danilo
3 x 0 Áustria – Gols: Henrique Almeida, Phillipe Coutinho, Willian José
4 x 0 Panamá – Gols: Henrique Almeida, Phillipe Coutinho (2), Dudu
3 x 0 Arábia Saudita (Oitavas de Final) – Gols: Henrique Almeida, Gabriel Silva, Dudu
2 x 2 Espanha (4 x 2 nos pênaltis – Quartas de Final) – Gols: Willian José, Dudu
2 x 0 México (Semifinal) – Henrique Almeida (2)
3 x 2 Portugal (Final) – Oscar (3)
Maiores campeões do Mundial Sub-20
De 1985 a 1995, o Brasil ostentou o fato de ser o maior campeão do Mundial Sub-20. Em 1997, no entanto, a Argentina igualou o feito da seleção canarinho e, com o título conquistado em 2001, passou a ser a dona do maior número de conquistas da competição.
O Brasil voltou a empatar em 2003, mas a Argentina conquistou os dois títulos seguintes (2005 e 2007), enquanto a seleção brasileira diminuiu a desvantagem em 2011. Depois disso, apenas europeus foram campeões, mas ainda assim a América do Sul leva vantagem em relação ao Velho Continente com 11 troféus contra 10.