O ano de 2022 foi histórico para o esporte olímpico brasileiro. Nos mundiais realizados ao longo do ano, o Brasil conquistou 23 medalhas em provas olímpicas, sendo sete de ouro, seis de prata e dez de bronze. Também houve outros pódios em eventos que não fazem parte do programa olímpico e resultados históricos em várias modalidades.
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Atletismo
Quem brilhou nas pistas de atletismo foi Alison dos Santos, o Piu. O brasileiro dominou a disputa dos 400m com barreiras na temporada, vencendo todas as vezes que disputou sua principal prova. Destaque para a final do Campeonato Mundial, onde completou a prova em 46s29, a terceira melhor marca da história na prova.
Na Liga Diamante, o principal circuito internacional do atletismo, Piu foi dominante. Ele venceu todas as sete etapas que disputou, incluindo a etapa final, onde garantiu o primeiro título do Brasil na competição em provas de pista. Ele fez duas provas da Liga abaixo dos 47 segundos: 46s98 na final em Zurique e 46s80 em Estocolmo.
No Mundial de Eugene, quem também subiu no pódio foi Letícia Oro Melo. A atleta fez suas melhores performances da carreira na competição. Primeiro, ao saltar 6,64m nas eliminatórias e pegar a última vaga para a final. Na hora decisão, Leticia conseguiu mais uma vez melhorar sua marca pessoal, saltando 6,89m para levar a medalha de bronze. A brasileira também foi a medalhista de ouro da prova nos Jogos Sul-Americanos com 6,64m.
O Brasil também conseguiu duas medalhas no Campeonato Mundial Indoor, disputado em Belgrado, na Sérvia. Darlan Romani conquistou a medalha de ouro no arremesso de peso, enquanto Thiago Braz levou a prata no salto com vara.
Ginástica
Um dos títulos mais importantes do Brasil em 2022 veio no Mundial de ginástica artística de 2022. Rebeca Andrade ganhou duas medalhas na competição: o ouro no individual geral e o bronze no solo. Ela também ajudou a seleção brasileira a ficar em quarto lugar na prova por equipes. No masculino, o melhor resultado do Brasil no Mundial veio com Arthur Nory na barra fixa. Ele terminou a prova na terceira colocação e conquistou a medalha de bronze.
Na ginástica rítmica, o Brasil conquistou um resultado histórico no Campeonato Mundial. O conjunto brasileiro ficou em quinto lugar no geral e em quarto na prova simples. Os melhores desempenhos da história do país na modalidade. Na ginástica de trampolim, pela primeira vez o Brasil colocou duas atletas na semifinal do individual, com Alice Gomes ficando em 12º lugar e Camila Lopes em 13º.
Judô
No judô, duas veteranas da seleção brasileira brilharam em 2022. Mayra Aguiar e Rafaela Silva foram campeãs mundiais de suas categorias. Mayra se tornou a primeira brasileira tricampeã mundial da modalidade. Ela levou o ouro na categoria até 78kg após superar a chinesa Ma Zhenzhao por waza-ari.
Para Rafaela Silva, a medalha de ouro representa mais uma volta por cima em sua carreira. Ela ficou de fora dos Jogos Olímpicos de Tóquio após uma suspensão por doping. Em sua temporada de retorno, Rafa conseguiu o seu segundo título mundial da categoria até 57kg. O ouro veio após vitória por waza-ari sobre a japonesa Funakubo Haruko na final.
O medalhista olímpico Daniel Cargnin subiu de categoria neste ano e agora está na até 73kg. O brasileiro teve um bom primeiro ano no peso novo, com medalha de bronze no Mundial e o ouro no Masters de Judô no final do ano. Quem também foi ao pódio no mundial foi Beatriz Souza. Ela ficou com a prata na categoria acima de 78kg.
Surfe
A Brazilian Storm segue dominando o surfe internacional que conheceu um novo campeão em 2022. Filipe Toledo foi o grande campeão do Championship Tour (CT) Liga Mundial de Surfe (WSL). Durante a temporada, ele venceu as etapas de Bells Beach, na Austrália, e de Saquarema, no Brasil. Já no WSL Finals, ele venceu uma final brasileira contra Ítalo Ferreira para ficar com o título do circuito mundial.
No circuito feminino, Tatiana Wseton-Webb se classificou para o Finals após vencer duas etapas ao longo da temporada (em Portugal e na África do Sul). A brasileira terminou em quarto lugar, depois de perder para a campeã Stephanie Gilmore em uma bateria definida por apenas meio ponto.
Skate
A “Fadinha do skate” dominou a temporada da Liga de Skate Street (SLS). Rayssa Leal venceu todas as etapas da SLS e encerrou o ano com o título do Super Crown, a grande final da liga. A medalhista olímpica ainda ganhou outros eventos importantes como os X-Games de Chiba, no Japão e o STU Open, no Rio de Janeiro.
No skate park, o destaque foi Luiz Francisco Mariano. O brasileiro foi ao pódio nas duas principais competições da modalidade no ano: o STU Open, no Rio, e os X-Games na Califórnia.
Tênis
O tênis não tem um Campeonato Mundial. Mas não tem como não falar do ano fenomenal de Bia Haddad Maia. A brasileira começou a temporada em 82º lugar no ranking de simples e em 481º lugar nas duplas. Mas após um grande ano, Bia vai começar 2023 como a 15ª na lista de simples e 13ª entre as duplistas.
No individual, a brasileira fez uma grande temporada na grama, ganhando os torneios de Nottingham e Birmingham, no Reino Unido, e foi finalista no WTA 1000 de Toronto no Canadá. Com várias boas campanhas, Bia Haddad Maia se tornou a melhor brasileira da história no ranking de simples da WTA (Maria Esther Bueno foi a líder do ranking mundial antes do surgimento da associação).
Nas duplas, Bia Haddad Maia teve um grande desempenho jogando ao lado da cazaque Anna Danilina, com quem foi campeã do WTA 500 de Sydney e vice-campeã do Australian Open e do WTA 1000 de Guadalajara, onde perdeu para a medalhista olímpica Luisa Stefani na decisão. Junto com a chinesa Shuai Zhang (que será sua principal parceira em 2023), Bia também levou o troféu do WTA de Nottingham.
Vôlei de praia
Uma das parcerias mais promissoras do vôlei de praia brasileiro alcançou o topo do mundo em 2022: Duda Lisboa e Ana Patrícia Ramos. A dupla chamou atenção em 2014 após conquistar o ouro nos Jogos Olímpicos da Juventude. Em 2016 e 2017, as duas venceram o Mundial Sub-21.
Após competirem separadas na Olimpíada de Tóquio, as duas retomaram a parceria em 2022 e conquistaram um grande resultado no Campeonato Mundial. Duda e Ana Patrícia ganharam oito jogos seguidos, perdendo apenas um set, para conquistar o título mundial. Em 2022, as brasileiras também ganharam dois ouros e três bronze nos torneios Elite 16 do Circuito Mundial de vôlei de praia.
Ainda no Mundial de Roma, o Brasil ganhou duas medalhas no masculino. Renato e Vitor Felipe chegaram na final da competição onde perderam para os campeões olímpicos Anders Mol e Christian Sorum, da Noruega. André e George ganharam o bronze após derrotarem uma dupla dos EUA na decisão do terceiro lugar.
Vôlei
A seleção feminina de vôlei está em processo de renovação mirando os Jogos Olímpicos de Paris-2024. E o início foi promissor, com o Brasil sendo vice-campeão da Liga das Nações e do Mundial. Destaque para as atuações da ponteira Gabi Guimarães e da central Ana Carolina Silva, a Carolana. As duas foram pilares da equipe e entraram para as seleções do Mundial e da Liga.
+ Em 2022, vôlei brasileiro brilhou e conquistou medalha nos Mundiais
No masculino, o Brasil teve um início de temporada aquém do potencial da equipe, com um sexto lugar na Liga das Nações. Mas no Mundial, a seleção masculina de vôlei engrenou, alcançando a semifinal da competição, quando perdeu para a Polônia no tiebreak. Na disputa do bronze, o Brasil bateu a Eslovênia para conseguir um lugar no pódio do torneio.
Esportes aquáticos
Neste ano, Budapeste recebeu uma edição do Mundial dos Esportes Aquáticos que originalmente estava prevista para acontecer em 2021 mas foi adiada. O Brasil conquistou cinco medalhas na competição: dois ouros, uma prata e dois bronzes.
Nas águas abertas, Ana Marcela Cunha venceu os 5km e 25km (provas não-olímpicas) e ficou com o bronze nos 10km. Na piscina, destaque para Guilherme Costa, o Cachorrão, que levou o bronze nos 400m livre masculino. Já nos saltos ornamentais, o Brasil conquistou seu melhor resultado na história, com o quarto lugar de Ingrid Oliveira na plataforma.
O veterano Nicholas Santos se aposentou após mais uma temporada de sucesso. O nadador de 42 anos levou a prata nos 50m borboleta em Budapeste na metade do ano. Ele anunciou a sua aposentadoria após a final da prova no Mundial de piscina curta, onde levou a medalha de ouro e ficou a menos de um décimo de segundo do recorde mundial.
Boxe
O Brasil conquistou duas medalhas no Campeonato Mundial de boxe feminino. Beatriz Ferreira repetiu o pódio da edição anterior na categoria até 60kg, mas desta vez levou a medalha de prata. Já na categoria até 52kg (peso não-olímpico), Caroline Naka Almeida ficou com a medalha de bronze. Bia também teve um passo grande na carreira ao estrear no boxe profissional. Ela fez duas lutas neste ano e venceu em ambas ocasiões.
No masculino, não houve um Mundial em 2022, mas não tem como deixar de citar o ano de Abner Teixeira. O medalhista olímpico da categoria até 92kg teve um histórico perfeito na temporada, vencendo em todas as 23 vezes que subiu no ringue.
Taekwondo
No Campeonato Mundial de taekwondo, disputado em Guadalajara, no México, o Brasil ganhou duas medalhas. A primeira veio com Milena Titonelli. A brasileira levou o bronze na categoria até 67kg. O pódio veio com estilo. Ela garantiu a medalha após derrotar a atual campeã olímpica Matea Jelic nas quartas de final da competição.
A segunda medalha foi a prata de Edival Pontes, o Netinho, na categoria até 74kg (peso não-olímpico). O brasileiro venceu quatro lutas no Mundial, sendo parado apenas pelo espanhol Daniel Quesada na final.
Canoagem
Isaquias Queiroz conquistou duas medalhas no Mundial de canoagem velocidade, disputado no Canadá. Ele conquistou a medalha de ouro no c1-500m (prova não olímpica) e ficou com a prata no c1-1000m com uma recuperação espetacular no final da prova.
Na canoagem slalom, o melhor resultado do Brasil veio no k1 extreme feminino. Ana Sátila fez uma boa competição, ganhando todas as baterias que disputou até a semifinal. Na disputa das medalhas, a brasileira cometeu um erro na descida e terminou na quarta posição.