Quando Brasil e Holanda enfrentam-se em campo é coisa de cinema. O roteiro reserva sempre reviravolta e emoção. Outra continuação deste longa-metragem da bola foi escrita na tarde desta quinta-feira, na França. Pela segunda rodada do tradicional Torneio de Montaigu, a Seleção Brasileira Sub-17 empatou em 2 a 2 com os holandeses, no estádio La Boissiere Des Landes, em jogo de muita disputa por protagonismo.
Antes de a bola rolar já tinha personagem querendo roubar a cena. Um mascote passou mal durante a execução dos hinos nacionais. O menino rapidamente foi atendido e ficou bem. Não tirou a atenção de cerca de dois mil espectadores dividindo cada centímetro no entorno do gramado para não perder nenhum dos 80 minutos de história a ser contada.
Para o Brasil, o duelo valia a classificação antecipada para a decisão do campeonato. A seleção Brasileira não conquista o Torneio de Montaigu há 38 anos.
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Dispostos a dar novos rumos a essa saga, o núcleo formado pelos atacantes Pedro, Endrick e Luiz Henrique, como na estreia contra o México, deram muito trabalho nos minutos iniciais, buscando cercar os zagueiros nas saídas de bola e imprimir velocidade nas transições ofensivas.
Primeira etapa
Aos 8 minutos, o atacante Endrick teve sua primeira chance no jogo, em chute de fora da área. O camisa 9 deu ali o primeiro sinal de que buscaria o protagonismo neste episódio. Dois minutos depois, ele tenta um voleio, após bola escorada por Pedrinho. Se a bola entra já teria valido o ingresso.
Aos 26 minutos, foi a vez de Luiz Guilherme fazer grande jogada pelo lado direito do ataque, e com a habilidade de quem ostenta a mítica 10, finalizou, mas, no rebote, ninguém conseguiu concluir para o gol.
A Holanda, como sempre nesse filme, não desiste nunca de brigar pelo papel de mocinho. Coincidentemente, contava em seu ataque com um infiltrado brasileiro. Zépiqueno Redmond, que já nasceu com os holofotes, abriu espaço do lado direito da defesa brasileira, de onde saiu o primeiro gol do jogo. Um belo gol após rápida troca de passes. O camisa 10 holandês Julian Oerip chutou sem chances para o goleiro César.
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Brasil e Holanda nunca será um blockbuster qualquer, muito menos um filme cabeça, difícil de ser entendido. Esse clássico é entretenimento. Toca lá naquele sentimento guardado. Que pode ser de desespero, mas foi de esperança para a equipe brasileira. Foi o que gerou o lateral João Henrique quando recebeu uma bola bola na linha de fundo e cruzou para a área. O zagueiro cortou. O árbitro apontou toque na mão. Pênalti para o Brasil. Seria o clímax do roteiro? Endrick assumiu a responsabilidade, cobrou forte e empatou a partida aos 36 minutos.
Segunda etapa
O técnico Phelipe Leal voltou com a mesma equipe para a segundo tempo. Mais 40 minutos para buscar a virada. Luiz Gustavo (Bahia) é substituído por Bernardo Valim. Nesse instante do jogo, a luta pela bola era ferrenha. Ninguém queria dar espaço para o outro brilhar. Até que, aos 10 minutos do segundo tempo, a defesa brasileira não se entende na interpretação e acaba cedendo uma linha do texto para a atuação holandesa. Pênalti. A história ganharia seus vilões? Jesse Bal cobrou sem chances para o goleiro César. Brasil atrás do placar, de novo.
Só que esse capítulo de Brasil e Holanda já tinha seu ator preferido. Endrick, mais uma vez, apareceu para salvar o desfecho brasileiro. E após seguidas tentativas, o camisa 9 recebeu bola de Luiz Henrique, brigou com os zagueiros, ganhou a frente e finalizou para empatar o jogo: 2 a 2.
O Brasil continuou buscando o ataque e criou mais algumas boas chances para tomar a dianteira do placar. Mas as luzes se acenderam. A cena terminou sem mocinhos e sem vilões. Com o resultado, o Brasil chegou aos 4 pontos no Grupo B da competição. A Holanda está com 2 pontos. Na próximo sábado, o Brasil enfrenta a Inglaterra no jogo que decide quem fará a final do Torneio de Montaigu. Inglaterra venceu o México por 3 a 0 e também soma 4 pontos. Os primeiros colocados dos dois grupos disputam o troféu de campeão.