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Brasil arranca empate contra a Austrália em jogo com gosto de vitória

Seleção sai perdendo por 2 a 0 no segundo amistoso contra as anfitriãs em Sydney, chega à igualdade em menos de dez minutos e podia ter alcançado à vitória, especialmente com Marta nos minutos finais

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Brasil fez dois, mas poderia ter feito mais (Thais Magalhães/CBF)

O Brasil arrancou um empate por 2 a 2 contra a Austrália na manhã desta terça-feira (25), no segundo amistoso que as seleções fizeram no CommBank Stadium, em Sydney. A seleção jogou melhor a maior parte do tempo, mas precisou buscar uma desvantagem de 2 a 0. Os gols foram marcados por Polkinghorne e Kerr, e Érika e Debinha colocaram a igualdade no marcador. Por pouco Marta não decretou a virada. No primeiro duelo entre ambas nessa sequência de datas Fifa, as anfitriãs, quartas colocadas nos Jogos Olímpicos de Tóquio, venceram por 3 a 1.

Diferentemente do que ocorreu no primeiro amistoso, o Brasil subiu a marcação e apertou a saída de bola da Austrália durante todo o primeiro tempo. A tática deu certo, a seleção conseguiu roubar a bola muitas vezes e criar chances de perigo. Teve duas com Kerolin dentro da área e outras duas em arremates de fora, um de Marta e outro de Debinha. Tamires também chegou com força pela esquerda e Adriana carimbou a trave em uma finalização quase perfeita da entrada da área. Destaque, ainda, para o lado direito do Brasil no ataque, com Antonia.

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Érika fez o primeiro gol do Brasil (Thais Magalhães/CBF)

O problema, especialmente no início, foi que a Austrália aproveitou a velocidade de suas jogadoras em contra-ataques e também levou muito perigo para o Brasil. Em um deles, arrumou um escanteio que originou o primeiro gol da partida, aos dez minutos. Após o levantamento na área, Letícia cortou, a bola foi recolocada na área, Tamires tirou mal e Polkinghorne bateu de chapa encobrindo a goleira brasileira. Apesar de perder o primeiro tempo do jogo, o Brasil já merecia um resultado melhor e não seria injusto se tivesse ido para os vestiários vencendo.

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Adriana carimbou a trave em uma conclusão quase perfeita de direita (Thais Magalhães/CBF)

Volta estranha e renascimento

O segundo tempo do amistoso começou diferente. O time de Pia Sundhage não aplicava a mesma marcação e a Austrália foi tomando conta do campo de ataque. Logo começou a ter oportunidades. Aos quatro, Fowler entortou Duda e Antonia com um belo drible e carimbou a trave brasileira. Aos sete, o segundo gol. Kerr recebeu de Carpenter, livre na área brasileira, pela direita, girou e bateu cruzado. A bola passou entre as pernas de Tainara e morreu no canto baixo direito de Letícia. Aos onze, a mesma Kerr recebeu pela esquerda e bateu para defesa firme da goleira brasileira.

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Aos 17min, a seleção renasceu. Kerolin achou Antonia, ela ia passando pela marcação, mas foi derrubada. Marta levantou na área e a goleira Williams colocou para escanteio do outro lado. Eis que Marta levantou como uma rainha na área e Érika apareceu livre no meio da pequena área. Teve até de agachar para escorar para as redes. Oito minutos mais tarde veio o empate. Tamires levantou na área bem fechado, talvez até tenha tentado surpreender a goleira Williams. A bola bateu na trave e Debinha chegou corajosamente junto com duas zagueiras debaixo do gol vazio para empurrar para as redes. A artilheira brasileira até bateu a cabeça na trave e precisou de atendimento médico.

“Aquilo é treinado. O Anders, nosso técnico das bolas paradas, falou com a Marta exatamente isso. Que ela precisava colocar essa bola ali na marca do pênalti, e isso aconteceu. Fico muito feliz porque é algo treinado e que deu certo”, contou Érika. “Nós sabíamos da potência delas. Claro que todas nós queríamos sair daqui com uma vitória, mas foi muito positivo conseguir esse empate. Fico feliz de estar participando dessa renovação, muito importante ter jogado com a Antônia, Thay, Thaís, que também faz zagueira. Eu sou chata mesmo, falo bastante com elas durante o jogo, mas espero estar ajudando nesse processo também”, finalizou a experiente zagueira.

A maior

A virada poderia ter vindo logo depois com Kerolin, após uma linda tabela com Marta. Nessa altura, o jogo já voltava a ser o que ocorrera no primeiro tempo e o Brasil voltava a merecer vantagem no placar. Nas arquibancadas do CommBank Stadium, os torcedores brasileiros também dominavam a batalha dos gritos. O momento era todo de Marta e ela quase colocou Justiça no placar do amistoso em três lances. Nos dois primeiros, fez um auê e um fuzuê na zaga australiana e exigiu que as rivais se desdobrassem para evitar a virada. No terceiro, o último lance do confronto, a maior de todos os tempos bateu de fora da área e encobriu o gol das donas da casa. Saiu, como muitas vezes, aplaudida do gramado após o amistoso na Austrália.

“Eu acho que fiz uma boa partida. Procurei estar envolvida em todas as ações, ajudar minhas companheiras. Acho que a equipe se comportou bem em ambos os jogos”, disse Marta. “Muita coisa legal vem por aí. É um momento de renovação, quando estamos tendo a oportunidade de jogar com meninas novas, algumas sem tanta experiência internacional. Hoje foi um grande jogo e acredito até que, se tivéssemos um pouco mais de tempo, iríamos virar”.

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