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Tóquio 2020

Tamires vê seleção bem preparada e projeta duelo com a Holanda

Tamires analisou o desempenho do Brasil na estreia, os desafios contra a Holanda e a importância da preparação para mitigar o desgaste físico

Tamires
Sam Robles/CBF

O tempo é curto e o trabalho não pode parar. Após a goleada diante da China, a Seleção Brasileira se dedica aos ajustes necessários para encarar a Holanda já neste sábado (24). Após o treino desta quinta-feira (22), a lateral Tamires concedeu uma entrevista coletiva e detalhou a preparação das Guerreiras do Brasil para o próximo desafio.

“A gente conhece mais o estilo de jogo da Holanda. Elas têm bastante velocidade, exploram bastante as beiradas. Nesta sexta, teremos nossa reunião para definir plano de jogo, ver o que a Pia vai passar de estratégia. Será um bom teste para nós, que temos treinado bastante essa linha defensiva e viemos aprimorando a compactação. Na última vez que as enfrentamos, tivemos boas chances de gol. Nosso trabalho vem evoluindo também e espero que a gente possa executar bem esse plano de jogo que a Pia gosta”, disse Tamires, lembrando o confronto no Torneio Internacional da França. Na ocasião, Brasil e Holanda empataram sem gols.

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As vice-campeãs mundiais também estrearam em Tóquio com goleada, aplicando 10 a 3 sobre a Zâmbia. Para Tamires, a velocidade característica do ataque da Canarinho pode ser um trunfo contra as holandesas.

“No nosso último jogo contra elas, vimos que elas não têm uma linha defensiva tão rápida quanto a ofensiva, então temos que estar sempre ligadas e tentar usar desse ponto forte que temos, que é a velocidade tanto das alas quanto das duas atacantes. Foi mérito da Zâmbia ter feito esses três gols. E espero que, a partir dessa reunião com a comissão técnica, a gente possa saber os pontos certos e como explorá-los da melhor forma para chegar ao gol”, projetou.

Avaliação da estreia

A lateral também avaliou o desempenho da Seleção diante da China. Reconhecendo o nervosismo da estreia, ela viu o estudo prévio do adversário como ponto chave do sucesso brasileiro no duelo. 

Sam Robles/CBF

“A estreia é sempre uma tensão, você fica na apreensão de como vai ser, o nervosismo é maior. Mas a gente foi muito bem preparada pela comissão técnica inteira. Sabíamos certinho a forma que a China jogava: elas tinham duas ponteiras que sempre cortavam para dentro, cruzando a bola na área. Já estávamos preparadas para essa bola de suporte e apoio sempre lançando pelos lados. O inicinho de jogo foi um pouco mais tenso, mas depois conseguimos, com inteligência, encontrar a sabedoria do jogo e conseguimos ser eficientes na finalização, o que nos ajudou muito a manter nosso padrão de comportamento”, contou Tamires, que viu serenidade na equipe nos momentos de maior dificuldade:

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“Na volta para o segundo tempo, a China nos deu alguns sustos, sofremos perigo com algumas bolas na trave, mas soubemos reorganizar a equipe com tranquilidade e também muita eficiência para achar os gols, mantendo o plano de jogo que a Pia queria. A gente tem muita coisa para melhorar ainda, tem que aprimorar a compactação, mas estamos sempre alertas para evoluir a cada jogo”, afirmou.

No caminho certo

Pronta para crescer na competição, a Seleção trabalha para corrigir o que for necessário, mas as atletas se veem no caminho certo. Para Tamires, a evolução na saída de bola, constantemente trabalhada em atividades de campo reduzido nos treinos, é um dos pontos positivos que a Canarinho deixou à mostra contra a China.

“Conseguimos usar bastante o meio de campo para girar a bola. Tivemos uma saída no chão, sem alçar muitas bolas. Fomos eficientes, seguimos o que a Pia sempre pede das atacantes: que se posicionem no lado da bola, e estávamos conseguindo isso com Bia e Debinha se movimentando bastante, com a Duda e a Marta também sempre fazendo o trabalho entre linhas e podendo receber essa bola e ter espaço para girar. Acho que essas coisas que a gente vem treinando foram demonstradas dentro de campo”, avaliou.

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Como lateral, uma das posições de maior desgaste físico no jogo, Tamires sabe a importância de recuperar o corpo no curto intervalo entre as partidas. Para ela, a preparação da Seleção em Portland, nos Estados Unidos, antes da viagem a Tóquio, foi fundamental para que as atletas se adaptassem ao clima e ao ritmo da competição.

“Aqui, parece que estamos em Manaus. Você transpira demais, é abafado, mas fomos bem preparadas para lidar com esse momento. Tivemos quase três semanas em Portland com treinos fortes todos os dias, específicos para defesa, meio e ataque. Sabemos muito bem a forma como cada uma joga e exploramos nossas qualidades. Juntas, temos sido muito fortes. A Seleção hoje é muito unida, e acho que a atitude da Marta, de deixar a Andressa bater o pênalti, demonstrou isso. Estamos juntas, em um só pensamento, com um só objetivo. A alegria que a Pia traz, esse ambiente bem feliz faz toda a diferença dentro de campo. Tudo isso ajuda muito no processo e temos que pensar sempre jogo após jogo”, disse, projetando a sequência do Brasil no torneio.

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“Espero que a gente consiga manter essa consistência física porque teremos jogos muito difíceis e o tempo de descanso de um para o outro é muito curto, são dois dias para já enfrentar mais um jogo super competitivo, que desgasta bastante e demanda muita energia. Mas a gente vem com a cabeça muito boa e isso também é muito importante, esse trabalho mental, que assim o corpo vai nesse ritmo. Com a cabeça boa, a gente consegue enfrentar qualquer desafio que venha pela frente. Temos seleções excelentes aqui, todas muito bem preparadas para conquistar o ouro, e eu vejo o Brasil super forte nesse páreo”, reiterou.

A torcida de longe

Se o caminho até o ouro é árduo, a Seleção tem um reforço de peso nessa batalha: a torcida brasileira. Tamires comentou o carinho que as atletas têm recebido nas redes sociais e a evolução da modalidade no país. 

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“É um trabalho que vem sendo feito há muitos anos por muitas atletas, e o que a gente vem conquistando tem que ser muito valorizado. Fico muito feliz de fazer parte desse momento que o futebol feminino vem vivendo. Claro que sentir o carinho da torcida, ver tantos torcedores acordando às 5h, contentes que vão assistir nossos jogos, torcendo, recebendo mensagem de carinho, nos motiva ainda mais. Vivemos isso em 2019, no Mundial, quando esse carinho cresceu muito, e isso vem acontecendo aqui também. É muito legal ver que não tem fuso que afaste os torcedores apaixonados pelo esporte, que torcem por nós. Isso só nos motiva a entrar em campo, dar nosso melhor e fazer valer tudo isso que vem acontecendo com a nossa modalidade”, concluiu.

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