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Tóquio 2020

Formiga e Giovana unem forças na luta da seleção feminina pelo ouro

Giovana, caçula do elenco, estreia na mesma Olimpíada em que Formiga quebra o próprio recorde de participações de um atleta na história: sete

Formiga e Giovana seleção feminina
Sam Robles/CBF

Quando Giovana nasceu, Formiga já se preparava para sua terceira Olimpíada. Mal a criança completava um ano e a meia já estava conquistando sua primeira medalha de prata, em Atenas. A segunda viria no ciclo seguinte, em Pequim, enquanto a caçula do elenco convocado por Pia Sundhage dava os primeiros toques na bola.

Mais de uma década depois, agora é Gio quem se prepara para a disputa dos Jogos Olímpicos. Na mesma edição em que ela estreia no torneio aos 18 anos, a veterana Formiga, de 43, quebra mais um recorde, tornando-se a única atleta da história a participar dos Jogos pela sétima vez, entre homens e mulheres. Se 25 anos de idade separam as duas, um sonho em comum as une: o de conquistar a inédita medalha dourada para a Amarelinha em Tóquio.

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“Eu fui bastante surpreendida pela convocação para a Olimpíada. Fico muito feliz que a Pia confie tanto em mim, mesmo sendo tão nova. Nunca imaginei que eu estaria na Seleção jogando com a Fu [Formiga]. Estar aqui com as melhores do mundo, como ela e a Marta, é um prazer, porque elas são jogadoras muito boas e importantes. Acho que posso aprender várias coisas de cada uma delas, tanto fora quanto dentro do campo”, exaltou Giovana.

A professora

Mais nova entre as 22 convocadas, Giovana tenta aproveitar a experiência olímpica da melhor forma possível. E se depender da “professora” Formiga, lição e acolhimento não vão faltar. Além de conquistar a medalha pela qual batalhou a vida inteira, a meia tem mais um objetivo nesta Olimpíada: passar toda a sua experiência e amor pela Seleção para quem está chegando.

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Sam Robles/CBF

“Acho que esse elenco é o mais jovem, as meninas são bem novas. Para mim, isso é importante. Não para o meu ego, por ser a mais experiente e tal, e dizer que é a xerife que dirige o carro. Nada a ver. Mas por poder acrescentar algo na vida dessas meninas, de elas me olharem e falarem assim ‘pô, 43 anos e está aqui até hoje lutando, então eu quero o mesmo, eu vou lutar por isso também, para continuar dessa forma’”, avaliou Formiga, relembrando os tempos de estreante:

“Eu me sinto assim: um espelho realmente para essas meninas continuarem em busca dos sonhos. Porque eu passei por isso quando cheguei na Seleção, já com as mais experientes me ensinando aonde eu tinha que ir. Daí veio essa minha responsabilidade de passar o bastão da melhor maneira possível, e também recebê-las de braços abertos e dizer ‘a casa é sua’, assim como fizeram comigo”, disse.

Otimismo nas gerações

Para Giovana, a maioridade recém-completada trouxe também a responsabilidade de uma escolha definitiva. Nascida em São Paulo, a atacante se mudou com apenas três anos para os Estados Unidos, onde começou a se interessar pelo futebol. Aos oito, a família transferiu-se para a Espanha. Com múltipla nacionalidade, a meia já teve a experiência de servir as três seleções na categoria sub-17. Mas o chamado de Pia ajudou a sacramentar seu destino como profissional.

“Nasci no Brasil, minha família inteira é do Brasil. Está no meu sangue. Me sinto muito bem aqui, estou feliz, mais à vontade, e estou muito confortável com as meninas. Acho que a gente é um grupo tão unido, com um ambiente tão bom, que vai dar tudo certo dentro de campo”, projetou.

Sam Robles/CBF

O otimismo e a confiança de Gio encontram eco nas palavras de Formiga. A veterana falou dos desafios de se manter focada no sonho olímpico por tanto tempo. Ela também destacou a maturidade das calouras e o bom ambiente no vestiário da Seleção como trunfos para a luta pelo título.

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“Preparar-se para tantas Olimpíadas assim não é fácil, principalmente no aspecto psicológico. Você estar ali, praticamente todo santo dia fazendo a mesma coisa… É muito querer, é muita vontade mesmo de ganhar algo tão importante. Estou sentindo uma energia muito positiva, que você olha para o grupo e fala ‘cara, a gente está querendo muito aquilo’. A união… As meninas mais jovens, elas já chegam entrando no clima, já sabendo o que está acontecendo, a importância que essa medalha tem para o futebol feminino, para a história de cada uma também, e o que o futebol feminino representa hoje no país. Elas já vêm com essa consciência. Elas não estão vindo para se preparar na Seleção, elas já estão vindo preparadas”, avaliou.

Com toda essa garra e vontade de vencer, as Guerreiras do Brasil vão a campo pela primeira vez em Tóquio nesta quarta-feira (21), às 5h (horário de Brasília), contra a China

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