Aos 30 anos e depois de passar cerca de 10 atuando fora do país, a zagueira Rafaelle, que atua no Palmeiras, se vê pronta e mais madura em campo. Presença certa nas listas da treinadora Pia Sundhage desde o fim de 2019, a defensora é direta quando perguntada sobre a preparação para os Jogos Olímpicos de Tóquio. “Estou mais madura em campo e vejo que a seleção já sabe o que a Pia quer, agora é só ajustar detalhes”.
-Nathasha Rosa tem liberação confirmada e está garantida em Tóquio
Rafaelle optou por um caminho de carreira comum entre as jogadoras da sua faixa etária. A zagueira saiu cedo do país e construiu seu nome nos clubes do exterior. No começo de 2021, a defensora conseguiu uma liberação por empréstimo de seu time, o chinês Changchun Dazhong, e passou a defender o Palmeiras.
“A experiência fora me fez ser mais madura em campo. Aqui as pessoas só conseguem ver quem consegue driblar e fazer gols, atuar fora me fez ter a capacidade de melhorar meu jogo em outros aspectos. Além disso, consegui conviver com um profissionalismo maior. Hoje, com a mudança de cenário no Brasil, eu optei por voltar para ter maior ritmo de jogo, estar melhor fisicamente para ajudar a seleção brasileira nessa preparação para a Olimpíada de Tóquio”, disse a zagueira.
Pia cobra e a seleção sabe o que ela quer
Pia Sundhage cobra. Chama a atenção, é exigente e o grupo da seleção brasileira sabe disso. Desde o primeiro momento, a técnica sueca quer o grupo todo ligado, se cobrando, buscando melhorar e achar solução. “Pia cobra demais, até nas nossas palavras. Na última conversa que teve com o grupo, ela disse que está lendo um livro e disse que aprendeu que quando o time passar a se orientar dentro de campo, entre as próprias jogadoras, está pronto para vencer. Ela cobra bastante isso porque ela acha que é o segredo do sucesso”.
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Além de cobrar uma atitude um pouco diferente das atletas em campo, a treinadora prega que as jogadoras encarem, principalmente nos Jogos Olímpicos, como um passo de cada vez. A competição em Tóquio é em tiro curto, com um pequeno intervalo entre as partidas e o espaço para erros ou um jogo ruim, ou um tempo de jogo ruim, pode colocar tudo a perder.
“A gente acreditar no trabalho e no plano de jogo é muito importante e isso é o diferencial da Pia. A gente sabe o que ela quer do time em campo. Em Tóquio sabemos que precisamos ir jogo a jogo. Não podemos pensar na Holanda, nos Estados Unidos, imaginar uma semifninal. Hoje nossa cabeça está na China. Eu passei as informações que eu tenho de algumas meninas de lá e a nossa cabeça tem que estar apenas nas chinesas”, finalizou Rafaelle.