Depois de meses sem jogos, a seleção brasileira feminina vai, enfim, voltar ao campo. Na reta final de preparação para os Jogos Olímpicos de Tóquio, a equipe vai encarar dois amistosos, contra a Rússia, nesta sexta-feira (11), e o Canadá, na segunda (14). No entanto, às vésperas das partidas, um escândalo de assédio sexual afastou do cargo o presidente da CBF, Rogério Caboclo. E Pia Sundhage, técnica da seleção, se posicionou sobre o caso nesta quinta-feira (10).
“É uma situação muito séria e claro que conversamos sobre isso. Você olha para isso e tem sua opinião pessoal. O que nós fizemos foi conversar e informar às jogadores sobre o que estava acontecendo para elas terem a chance de formar suas próprias opiniões. E cada uma de nós tem que ter responsabilidade sobre as nossas respostas. Mas, no fim das contas, temos que dar um passo adiante, porque estamos nos aproximando da Olimpíada. Sim, fomos arrebatadas por essa situação, mas acho importante voltar às atenções para o campo”, destacou a treinadora em coletiva de imprensa.
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Pois bem, falandos dos amistosos, Pia exaltou a importância das partidas para responder algumas questões que ainda restam para a comissão técnica, já que a seleção feminina não disputa uma partida há meses. “Esse dois jogos são muito importantes, porque honestamente, não sei o quão bem estamos. Tivemos training camps, nós podemos imaginar a competitivadade nos treinos, mas quando realmente importa, no jogo com a Rússia, é muito importante para as jogadoras e para a comissão. Não tivemos muitos jogos e precisamos encontrar o que estamos procurando”.
E um dos pontos fundamentais que a treinadora espera testar contra a Rússia são as jogadas em profundidade. “A Rússia é um time muito organizado, um oponente difícil. E o fato de elas serem muito organizadas, nós vemos como uma oportunidade de aumentar a velocidade do jogo. Nós vamos explorar, principalmente, as jogadas em profundidade. E aqui está uma questão complicada. Nós temos jogadoras muito boas no meio de campo, e queremos explorar isso, mas também queremos explorar as pontas. E a pergunta é: são as laterais que vão para o ataque ou alguém do meio ou até da frente? E isso vai ser muito bom de testar contra a Rússia”.
Estratégias para Tóquio
Pensando na dinâmica dos Jogos Olímpicos, Pia Sundhage espera poder fazer os testes necessários nesses amistosos para poder traçar as estratégias para Tóquio. “Quero ter um time coeso. Então, se tudo der certo, pretendemos usar titulares similares nos jogos contra a Rússia e o Canadá. E a parte mais interessante é quem sairá do banco, porque essa jogadora muda o estilo de jogo e isso é muito importante na Olimpíada. Temos só dois dias entre os jogos na Olimpíada. Então vamos precisar fazer mudanças e vamos querer fazer mudanças também por causa da parte tática. E além disso, estamos incertos quanto a uma ou duas posições”.
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Por causa dessa incerteza, a comissão técnica decidiu convocar a zagueira Antônia na última quarta-feira (9). Isso porque, uma das principais dúvidas é justamente na parte defensiva da seleção feminina. “Sobre a Antônia, ainda estamos incertos quanto a defesa. Eu disse que iria com seis defensoras e ainda é o meu objetivo, com duas como reserva. Mas não temos certeza de que vem vai. Então a razão de a Antônia estar aqui é para que todas sintam que precisam dar um passo além na questão da competitividade, mas também olhando para o futuro”, explicou Pia.