O segundo domingo de maio é um dia sagrado para os brasileiros. Nele, comemora-se o Dia das Mães. Mãe é aquela que exerce a função mais nobre em suas famílias e constroem laços inabaláveis. Como forma de homenagear essas heroínas da vida real, a CBF escalou um time de respeito formado pelas 11 mamães atletas que atuam no Brasileirão de futebol feminino eminino. Com a marca Mães em Campo, as jogadoras aproveitaram o espaço para compartilharem suas experiências de vida e os desafios de conciliar a maternidade e a carreira profissional.
As jogadoras que disputam atualmente o Brasileiro de futebol feminino e exercem a dupla jornada são: Camila e Cristiane, do Santos, Gadu e Luciana, do Real Brasília, Ana Beatriz, do Avaí/Kindermann, Kamilla, do Botafogo, Jamille, da Ferroviária, Mary Camilo, do Cruzeiro, Tamires, do Corinthians, Silvana, do São José, e Isadora, do Minas Brasília.
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A realidade dessas atletas, porém, é marcada por desafios. Dentre essas 11 histórias particulares, há abdicações e angústias em comum. A saudade dos filhos oriunda da distância, talvez seja a principal delas. Em busca de seus sonhos, as atletas viajam o país/mundo pelo futebol feminino e ficam, muitas vezes, longe de casa em datas importantes, como aniversários e o próprio Dia das Mães.
Em muitos casos, as mães atletas recorrem à família, seus principais alicerces. Afinal de contas, por trás das 11 jogadoras aqui citadas estão, na maioria dos casos, suas 11 mães guerreiras que cuidam de seus netos e apoiam os sonhos de suas filhas para alcançarem o sucesso profissional. Conheça agora a história dessas famílias!
Cristiane, a ‘Mamãe do Ano’
A expressão “Mãe do Ano” combina com Cristiane. A chegada de Bento fez florescer uma mãe dentro de uma das maiores artilheiras do mundo. A gravidez planejada e programada foi acompanhada de muita expectativa pelas mamães Cris e Ana. O recém-nascido é fruto de um amor único, que ao longo dos nove meses de gestação foi ansiosamente esperado e sonhado. O futuro não sabemos, mas a mamãe atacante já projeta que a #BaseVenhaForte. Será um futuro jogador de futebol? Tempo ao tempo, o importante para a jogadora do Santos é aproveitar cada fase.
Dias das Mães: Cristiane, mãe do Bento e atacante do Santos
Créditos: Arquivo Pessoal
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Luciana, a mãe que se reinventa todos os dias
Luciana é uma das muitas mulheres que foram surpreendidas com a gravidez. O início foi acompanhado do medo e da incerteza sobre o futuro no futebol feminino. Se a vida da mãe atleta já é desafiadora, imagina a vida de uma mãe cuja filha foi diagnosticada com autismo. O desafio faz com que elas estejam mais unidas e conectadas, Ana Luiza é a força para que Luciana se reinvente todos os dias. Mascote dos clubes por onde a volante passa, a filha vibra de perto com as conquistas da mãe, que em campo joga pelas duas.
Dia das Mães: Luciana, mãe da Ana Luiza e volante do Real Brasília
Créditos: Júlio César Silva/Ascom Real Brasília
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Carla, a mãe que retornou aos gramados após sete anos dedicados à filha
A zagueira Carla vivia a euforia da primeira convocação para defender a Seleção Sub-20 de futebol feminino. Depois do período de convocação veio a maior surpresa: a gravidez inesperada, aos 18 anos. A chegada de Ana Beatriz representou uma pausa na carreira de atleta, os planos mudaram, a prioridade era a maternidade. Mas eis que o amor pelo futebol reascendeu a chama que vivia dentro de si. Depois de sete anos longe dos gramados, a jogadora do Avaí/Kindermann voltou para a sua segunda vocação: a vida de atleta. Hoje, a torcida é reforçada pela filha, que já é mascote do clube e participa dos treinos, jogos e até das viagens.
Dia das Mães: Carla, mãe da Ana Beatriz e zagueira do Avaí/Kindermann
Créditos: Andrielli Zambonin/Avaí Kindermann
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Isadora, a mãe ídolo do filhão
Isadora não imaginava uma gravidez aos 14 anos, e assim, vivenciou muito jovem uma realidade que lhe parecia distante. Na época vivia um sonho: a convocação para defender a Seleção Brasileira de futebol feminino, na categoria Sub-17. Foi depois dessa experiência que os primeiros sinais da gravidez começaram a aparecer e, logo, o teste confirmou: positivo! Miguel estava a bordo de uma menina, que ao longo da maternidade, viu florescer uma precoce mulher. Hoje, aos cinco anos, Miguel é o maior fã de sua mãe, que em campo representa não só as cores do Minas Brasília, mas também a força da mãe/atleta.
Dia das Mães: Isadora, volante do Minas Brasília e mãe do Miguel
Créditos: Arquivo Pessoal
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Tamires, a mãe coruja
A relação de Tamires e Bernardo já é muito conhecida no mundo do futebol feminino. Referência quando se trata da lateral-esquerda, tendo no currículo uma Olimpíada e duas Copas do Mundo, a mãe do Bê se desfia todos os dias para conciliar a rotina de atleta de alto rendimento e a maternidade. A chegada do filho representou um breve hiato da carreira nos gramados, foi no retorno que a defensora vivenciou a melhor fase profissional. A partir de então, passou a ser nome frequente nas convocações para a Seleção Brasileira. Com o apoio do seu fã número 1, Tamires se desdobrar para atingir a excelência em campo e na maternidade.
Dias das Mães: Tamires, mãe do Bernardo e lateral do Corinthians
Créditos: Livia Villas Boas / Staff Images Women
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Gadu, a mãe artilheira
Evelyn Monteiro, ou simplesmente Gadu, como é conhecida, tornou-se mãe aos 18 anos. À época, a maternidade não era algo que estava em seus planos, muito menos de seus familiares. O pequeno Théo chegou ao mundo como o mais bonito dos gols já feitos pela mamãe artilheira. No início, a atacante sofreu com a distância, já que a rotina de atleta a obrigava a passar por viagens e compromissos longe de Salvador (BA), onde seu filho mora com a avó. Mas a compreensão de Théo, mesmo tão novo, e o apoio da família foram cruciais para o sonho prevalecer. Hoje, na elite do futebol nacional, a centroavante do Real Brasília tem na figura de seu filho sua principal motivação para seguir adiante e superar os desafios da carreira de jogadora.
Théo, de cinco anos, abraçado com a mamãe artilheira, que hoje defende as cores do Real Brasília na elite do futebol brasileiro
Créditos: Arquivo Pessoal
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Silvana, a mãe provedora
A maternidade e a carreira de jogadora de Silvana contam com dois momentos cruciais e antagônicos. Ao saber que estava grávida, a jovem de 15 anos – que gerou Letícia aos 16 – duvidou que poderia retornar aos gramados com a mesma performance e, assim, dar continuidade ao sonho de ser atleta profissional de futebol feminino. Com o apoio de seus familiares, a volante do São José encontrou no futebol uma forma de oportunizar uma melhor condição de vida para a sua filha. Hoje, aos 23 anos, Silvana garante que ser mãe, a fez uma pessoa melhor.
Silvana, volante do São José, recebendo o carinho da filha Letícia, de seis anos
Créditos: Arquivo Pessoal
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Camila, a mãe abençoada
A maternidade chegou para Camila em um momento delicado para a sociedade, em meio à uma pandemia. Então recém-chegada ao Santos, em 2020, a goleira já cumpria a rotina de treinos virtuais, adotada por boa parte dos clubes durante o início do combate à Covid-19. Foi durante um deles, inclusive, que a jovem notou os primeiros sinais do que viria a se confirmar, a gravidez. A responsabilidade era grande, mas a jogadora contou com o apoio da família e do clube para compreender o momento pelo qual estava atravessando. No início de 2021, a goleira se tornou oficialmente mãe e trouxe ao mundo Théo. Atualmente de licença maternidade e mais habituada com o futuro de ‘jornada dupla’ que lhe aguarda, Camila não tem dúvidas que o nascimento de seu filho foi a maior benção de sua vida.
Camila com o pequeno Théo em seu colo
Créditos: Arquivo Pessoal
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Mary Camilo, a mãe guerreira
Não foi fácil para Mary Camilo lidar com a supresa da gravidez. Aos 18 anos, a goleira disputava o Campeonato Baiano defendendo o São Francisco do Conde, quando descobriu que estava grávida. Desde o início, a arqueira contou com o apoio incondicional de sua mãe, que até hoje é peça fundamental na criação de Raylan Miguel. Enquanto Mary vai em busca do seu sonho nos gramados, seu fã número 1 acompanha os passos da mamãe à distância, mas sempre conectados pelo o amor e pela tecnologia.
Dias das Mães: Mary Camilo, mãe do Raylan Miguel e goleira do Cruzeiro
Créditos: Arquivo Pessoal
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Kamilla, a mãe perseverante
Hoje atacante do Botafogo, Kamilla não conseguiria dar continuidade à carreira de atleta profissional se não fosse por sua mãe. Foi ela o alicerce no qual a jogadora se apegou para conseguir conciliar a maternidade com o futebol. Mesmo com o apoio da matriarca, a jornada esteve longe de ser fácil. Kamilla teve que lidar com a distância e com as queixas da filha Kamilly, que sentia sua falta no convívio diário. Por vezes, pensou em desistir e se dedicar exclusivamente à família. Com perseverança, seguiu no esporte e atualmente pode dar uma condição de vida melhor para a filha de 10 anos, sua melhor amiga.
Kamilla e Kamilly, mãe e filha, a caráter, curtindo uma festa junina
Créditos: Arquivo Pessoal
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Jamille, a mãe que sonha em jogar ao lado da filha
Jamille teve que lidar com a maternidade muitos antes do planejado. A gravidez na adolescência, aos 13 anos, foi um grande susto para ela e a família. Foi com um amadurecimento forçado que a lateral passou a conviver com a realidade de ser mãe. A filha e melhor amiga fez com que a lateral-esquerda da Ferroviária pudesse vislumbrar um feito que poucos atletas teriam a possibilidade de sonhar: competir ao lado dos filhos. Hoje aos 17, a jogadora das Guerreiras Grenás enxerga em Camilly Victória, de 4 anos, sua maior inspiração para seguir em frente na ainda recente carreira como profissional de futebol feminino.
Jamille, lateral da Ferroviária, ao lado da filha Camilly Victória
Créditos: Arquivo Pessoal
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