Maurine é a quinta a anunciar saída da Seleção Brasileira

Divulgação: CBF

Jogadora se junta a Cristiane, Andreia Rosa, Fran e Rosana em apoio à comissão técnica de Emily e contra a CBF.

Na tarde desta segunda-feira (02), a lateral e meia Maurine, jogadora do Santos, anunciou sua saída da Seleção Brasileira. Ela segue os mesmos passos de Cristiane, Rosana, Fran e Andreia Rosa. A medida é um protesto contra a CBF e um apoio à ex-treinadora Emily Lima e sua comissão técnica.

Aos 31 anos de idade, Maurine deixa de servir a Seleção Brasileira após 16 anos. Ela foi prata em Pequim-2008, ouro nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, prata em Guadalajara, entre outros títulos conquistados.

Em sua conta do instagram, postou um vídeo dizendo:

“Estou aqui para dar uma notícia para vocês não muito legal. Muito triste, porque é muito difícil para mim poder dizer isso, mas eu quero dizer que encerro meu ciclo na Seleção Brasileira por vários motivos. Um deles é que eu fiquei muito triste com a saída da Emily, uma pessoa que trabalhava bastante e eu gostava muito do trabalho dela. Mas, enfim, na Seleção a gente tem sempre muita novidade e às vezes essas coisas vem nos desgastando e cansando. Então, eu encerro meu ciclo aqui. Agradeço muito a todos os meus fãs, a todas as pessoas que torceram por mim nesse tempo. 16 anos de Seleção Brasileira…enquanto eu estive lá eu creio que eu dei o meu máximo, dei o meu melhor…fico triste por estar indo embora antes do tempo esperado, mas enfim, eu acho que valeu a pena aquele tempo que eu estive lá. Obrigada a todo mundo.”

Veja o post completo de Maurine em seu instagram abaixo. Nos comentários, ela recebeu o apoio dos torcedores à sua decisão.

Bom, não sei nem por onde começar porque é uma decisão que foi muito difícil por vários motivos mas serei breve e objetiva. Hoje venho por meio desta mensagem e o vídeo acima que venho me despedir da Seleção Brasileira, foram anos e anos servindo a minha pátria, saiu contente porque sempre que estive servindo a seleção me doei ao máximo pro melhor dela. Saiu triste por não ter conseguido um título de expressão para nosso país e assim consequentemente melhorias viriam a nossa modalidade. Agradeço aos torcedores, fãs que sempre estiveram comigo . Obrigado, Maurine !

Uma publicação compartilhada por Maurine Dorneles (@maurine) em Out 2, 2017 às 11:20 PDT

O caso

Primeira mulher a dirigir a Seleção Brasileira de futebol feminina, Emily Lima foi demitida na manhã de sexta-feira (22 de setembro) depois de dez meses no cargo. A treinadora teve um início arrasador com sete vitórias seguidas, mas, desde julho, vinha sofrendo com maus resultados. Dos últimos seis jogos, o Brasil só havia ganhado um e ainda perdeu os últimos quatro. Três dessas derrotas foram para a Austrália, uma delas por sonoros 6 a 1. A saída da técnica foi definida após uma reunião entre ela e o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero.

Em entrevista ao site Espn.com.br, Emily Lima culpou o coordenador técnico Marco Aurélio Cunha pelo fracasso de seu trabalho. “Eu já imaginava que isso fosse acontecer. Não foi pelos resultados em si, mas pela falta de respaldo da coordenação técnica. Não tive esse respaldo do Marco Aurélio (Cunha, coordenador de futebol feminino da CBF). Já entrei com ele contra mim. Então, foi complicado. Busquei resultados do Vadão (ex-treinador)…foram vários negativos…3 a 0…4 a 0… mas no caso dele isso nunca importou”, desabafou Emily Lima.

No entanto, as jogadoras da seleção brasileira haviam pedido a permanência de Emily e não foram atendidas, sentiram-se sem voz perante os mandos e desmandos da CBF. Em forma de protesto, algumas anunciaram a saída da seleção.

Maurine não estava na primeira lista divulgada pelo técnico Vadão em seu retorno. A seleção irá disputar a Copa CFA Yongchuan, de 19 a 24 de outubro, em Yongchuan, na China.