Depois de derrotar a Argentina na estreia por 4 a 1, o Brasil conheceu sua primeira derrota no Torneio She Believes de futebol feminino. Jogando em Orlando, a seleção brasileira foi derrotada pelos Estados Unidos por 2 a 0, neste domingo (21). A equipe da técnica Pia fecha a participação na competição contra o Canadá.
A partida
No primeiro tempo de partida, os Estados Unidos conseguiram se impor de maneira completa nos primeiro minutos de partida e marcaram. Logo aos oito minutos, após lançamento, Press recebeu na ponta esquerda, cortou para o meio e finalizou rasteiro forte para abrir o marcador. Mesmo após o gol, as americanas seguiram pressionando e incomodaram a goleira Barbara em algumas oportunidades.
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Depois dos 20 minutos, o Brasil se encontrou. Buscando sempre o lado esquerdo, com Marta e Tamires, e a velocidade de Debinha e Ludmila, a seleção brasileira conseguiu incomodar os Estados Unidos e colocou a goleira Naeher para trabalhar.
“Os EUA fizeram isso (pressão) muitas vezes contra o Canadá, pressionando bastante. É claro que existe uma tática para enfrentar essa postura, porque elas ficam vulneráveis na retaguarda das ponteiras. Nós precisamos fazer duas coisas. Sermos mais agressivas, especialmente no meio de campo, as quatro da zaga foram bem, e quando roubarmos a bola, sermos mais espertas, mantermos mais a bola para transformar essa posse em ataque. Conseguimos fazer um pouco disso hoje, mas não nos primeiros 20 minutos. Aos poucos, o que me deixou orgulhosa, nós fomos aumentando a posse de bola e criamos algumas boas chances”, analisou Pia.
Contudo, a melhor chance das brasileiras foi aos 44, quando Ludmila cruzou rasteiro da direita e ninguém apareceu na área para empurrar para o gol. Com isso, os Estados Unidos foram em vantagem para o intervalo.
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Na volta para o segundo tempo, os Estados Unidos conseguiram algumas boas jogadas, principalmente pela esquerda com Press, mas o Brasil não sofreu tanto na defesa como no primeiro tempo de jogo.
Passados os primeiros 15 minutos, a seleção brasileira buscou mais o ataque e teve boas chegadas usando o lado esquerdo de seu ataque, com a dobradinha de Marta e Tamires. Apesar de ocupar mais o campo de ataque, a equipe do Brasil deu pouco trabalho para a goleira Naeher.
Na reta final do duelo, o Brasil conseguiu duas boas chances de gol com Debinha. Contudo, nas duas oportunidades, a atacante não conseguiu colocar força e direção no chute e o 1 a 0 se manteve no marcador. Após quase tomar o empate, os EUA fizeram o segundo.
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Depois de cruzamento da direita, Rapinoe completou para o gol da marca do pênalti, dobrou a vantagem no placar e deu números finais ao confronto. Agora, o Brasil fecha a participação no Torneio She Believes de futebol feminino contra o Canadá.
Com o resultado, o Brasil permanece com três pontos em dois jogos realizados. Na próxima quarta-feira (24), a Canarinho volta a campo para medir forças contra o Canadá. Antes mesmo do término da competição, Pia Sundhage se mostrou satisfeita com o nível de competitividade apresentado no Torneio She Believes até então. Segundo a treinadora, esse tipo de teste em alto nível é fundamental para o crescimento coletivo do grupo.
“Com esse jogo, com o último também (Argentina), assim como o próximo contra o Canadá, nós teremos algumas respostas. Estou muito feliz com a qualidade deste torneio, isso é muito bom para nós. Sabemos o que temos que trabalhar. Algumas partes do nosso jogo estão indo muito bem, especialmente quando estamos criando chances, tanto nos contra-ataques quanto na posse de bola no último terço do campo. Então pudemos mostrar para as jogadoras um jogo bem jogado. Olhando para frente, temos que nos atentar com a forma de nos defender e o nível de preparo físico. Temos mais alguns meses até as Olimpíadas, então hoje estou desapontada porque perdemos e cedemos dois gols, mas ao mesmo tempo estou feliz porque temos o que melhorar após esse 2 a 0”, explicou a treinadora do Brasil.
Além de comentar sobre o desempenho coletivo da Seleção, Pia também aproveitou a conversa com a imprensa para analisar alguns destaques individuais do Brasil durante a partida – tanto na defesa quanto no ataque. Na retaguarda, a comandante elegeu a zagueira Rafaelle como a melhor atleta em campo. Já no comando de ataque, a técnica sueca elogiou a velocidade oriunda da conexão entre Ludmila e Debinha.
“Acho que a Rafa foi a melhor jogadora em campo. Ela foi muito bem defensivamente e também no ataque. Ela será muito importante para o nosso caminho até os Jogos Olímpicos. Também gosto de ter uma atleta canhota no sistema defensivo como a Tamires. Acho que as jogadoras de frente foram bem também, lembrando que estamos jogando contra atletas muito habilidosas, campeãs mundiais. É importante analisar outras defensoras, claro, para termos mais opções. É por isso que temos mais partidas no horizonte”, comentou Sundhage, antes de analisar o sistema ofensivo.
“A Ludmila criou boas chances porque é muito rápida. Acho que há espaço para melhora entre as duas, tanto a Ludmila quando a Debinha. Temos muitas opções nessa zona. Sabemos que com a Ludmila ganhamos bastante velocidade, ela é uma atacante forte. Se elas duas jogarem um pouco mais próximas, se conectarem mais, irão atuar ainda melhor juntas. É bem interessante observar essa dupla no ataque”, concluiu a técnica do Brasil.