A goleada do São Paulo sobre o Taboão da Serra por 29 a 0 no Campeonato Paulista Feminino levantou uma série de questões sobre a modalidade no Brasil. No intervalo do jogo, com 17 a 0 no placar, a capitã do Taboão, Nini, fez um desabafo sobre as condições precárias do time e das atletas, que não recebem apoio ou salário. Dois dias depois, a FPF (Federação Paulista de Futebol) se manifestou sobre o caso.
Em nota, a entidade disse que “o resultado de São Paulo e Taboão da Serra é um duro episódio para o futebol feminino. A Federação Paulista de Futebol entende que, apesar de todos os avanços realizados nos últimos 4 anos na modalidade, algumas rotas precisam ser corrigidas”.
+Mudar a estatística do futebol feminino requer mais entendimento e menos zoação
“Nos solidarizamos com todo o time pelo espírito esportivo e respeito, evidenciados pela sensata e emocionante entrevista da capitã Nini. Nesta sexta-feira (23), a coordenadora de Futebol Feminino da FPF, Ana Lorena Marche, visitará a equipe do Taboão da Serra. Cobraremos medidas do CATS e ajudaremos a equipe com toda estrutura que for necessária e possível, como materiais esportivos e outros itens essenciais”, completou.
Pandemia
A entidade ainda destacou que antes da pandemia, 20 clubes haviam confirmado participação no Paulista Feminino, mas que após o retorno do futebol, apenas 12 equipes cumpriram as exigências para a disputa do campeonato.
No entanto, entre os participantes, há clubes que disputam o Brasileirão desde agosto e outros que não tiveram o mesmo preparo nesta temporada atípica, como o Taboão da Serra. E reconheceu que “um controle mais rigoroso poderia evitar a exposição negativa das atletas e da comissão técnica, ocasionada por um inadmissível descaso do clube com sua equipe”.
Apelo do Taboão
Após a goleada, o Taboão da Serra se manisfestou pelas redes sociais e fez então um apelo, pedindo por ajuda. “Mesmo sem patrocinios ou apoios, damos o nosso melhor para que cada menina possa ter a oportunidade de mostrar o quanto são talentosas e poder dar continuidade num sonho. Quantas Martas e Cristianes não tiveram oportunidades? O resultado é menos importante. Nosso compromisso é dar esta oportunidade para as meninas da região”, disse em nota.
Vale lembrar que o Taboão da Serra entrou para a disputa Paulista Feminino sem praticamente realizar treinos de preparação. Assim, a equipe ainda não somou nenhum ponto em duas rodadas e está na última colocação do Grupo A.
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“Mesmo sem apoio e diante de uma gigantesca pandemia, mantivemos o clube na competição em respeito às nossas meninas. E por acreditar no potencial de cada uma delas. Sabemos que o futebol feminino é uma barreira na sociedade brasileira, e diante disso, estamos juntos com nossas atletas”, continuou a nota.
“Sim, precisamos de ajuda para dar condições melhores a todos! Pedimos aos comerciantes de nossa região, aos amigos empresários que diante dessa derrota, apoiem o CATS e o nosso futebol feminino. Com apoio e união, poderemos ter um CATS mais forte! Temos orgulho de todas atletas e toda comissão técnica, que fizeram o que estava ao alcance para defender o nome do CATS mesmo diante de uma potencia com muita estrutura chamada São Paulo”, concluiu o Taboão da Serra.