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Futebol

Fifa destaca a trajetória da árbitra brasileira Edina Alves Batista

Sucesso no Brasil e no mundo, paranaense superou diversas barreiras para chegar no topo da profissão e apitar um jogo de Copa do Mundo

Edina Alves, árbitra brasileira, na Copa do Mundo 2019 (Reprodução/FIFA.com)

Árbitra Fifa e do quadro da FPF (Federação Paulista de Futebol), Edina Alves Batista, 40 anos, comandou a semifinal da Copa do Mundo feminina na França 2019, e teve a sua trajetória destaca pela entidade máxima do futebol.

Hoje, a paranaense ganha elogios e faz sucesso no Brasil e no exterior, mas a principal árbitra brasileira teve que superar diversas barreiras até alcançar o auge.

Em 2019, Edina Alvez foi a segunda árbitra a apitar uma partida da Série A do Campeonato Brasileiro de futebol, repetindo, após 14 anos, o feito de Silvia Regina de Oliveira, a pioneira.

E a melhor árbitra brasileira segue sonhando alto antes de aposentar o apito. “Creio que ainda tenho uns três, quatro anos pela frente na arbitragem. Seria incrível apitar um jogo na Olimpíada de Tóquio. Mas meu grande sonho é apitar um jogo masculino internacional.”

O início

Fazendo faculdade de Educação Física à noite e no curso para árbitros de tarde, Edina precisava de renda para manter seus sonhos. A solução foi encher sacos de terra em um viveiro cujas atividades iniciavam bem cedo. “Estávamos programados para começar às 6h30, mas se quiséssemos ganhar um pouco mais, o patrão nos deixou chegar um pouco mais cedo”, disse Edina em entrevista à Fifa.

“Obviamente, era um trabalho de baixa remuneração. Então você tinha que encher muitos sacos para ganhar alguma coisa, e eu faria de tudo para conseguir o dinheiro de que precisava”.

Edina Alves, árbitra brasileira (RODRIGO CORSI/FPF)

Decidida

Entre o início e a firmação na arbitragem, um susto: um acidente de carro quase tirou de Edina Alves o sonho da carreira no futebol. “Quase morri”, conta a árbitra. “Fiquei quatro dias na UTI. O futebol me inspirou a superar isso. Eu só conseguia pensar em arbitrar um jogo”. De volta em três meses, contrariando as expectativas dos médicos, cresceu como assistente. A vontade, porém, era ser árbitra central.

Em um encontro casual com Sérgio Corrêa, então chefe de arbitragem da CBF, ela demonstrou este desejo. “Ele me disse que, por já ser aspirante a assistente da Fifa, teria que começar do zero, estudar e treinar para ser árbitro principal. Acho que ele pensou que isso iria me desencorajar, mas não pensei duas vezes”.

Só que existia outro complicado à época. “O mais difícil é que eu precisava que o diretor de arbitragem do Paraná mandasse um documento para a CBF informando da minha mudança. Ele me perguntou: ‘Onde você acha que vai parar? Você tem 34 anos’”, recordou. “Disse que não importava onde fosse parar, que queria ser árbitra, que sempre foi o meu sonho. Felizmente, ele enviou o documento”, completou.

Vitoriosa

Apitando pela FPF desde 2019, Edina viveu o auge de sua carreira neste ano, quando comandou uma das semifinais da Copa do Mundo Feminina na França 2019. Inglaterra e Estados Unidos se enfrentaram sob o comando da brasileira, auxiliada por Neuza Back e Tatiane Saciloti, ambas do quadro de arbitragem da FPF.

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Edina Alves, árbitra brasileira, na semifinal da Copa do Mundo 2019 (Reprodução/FIFA.com)

“Foi inacreditável”, disse Edina sobre sua experiência. “Quando pensei em tudo o que tinha acontecido, em tudo que passei, não me arrependi de nada. Uma Copa do Mundo é um evento histórico”, completou.

No Paulistão 2020, o primeiro após sua atuação no mundial, Edina foi escalada para a decisão do Troféu do Interior, entre Red Bull Bragantino e Guarani, dentre tantos outros jogos importantes durante a competição estadual.

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