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Fifa amplia suspensão de haitiano acusado de abuso sexual

Presidente da Federação Haitiana de Futebol, Yves Jean-Bart, já estava 90 dias suspenso sob acusações de abusar de menores de idade; investigadores apontam mais envolvidos no escândalo

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Yves Jean-Bart, presidente da Federação Haitiana de Futebol, acusado de abusos sexuais (facebook/fhfhaiti)

A Fifa (Federação Internacional de Futebol) ampliou a suspensão de Yves Jean-Bart, presidente da Federação Haitiana de Futebol acusado de cometer abusos sexuais de jogadoras menores de idade, para mais 90 dias.

Além disso, a maior entidade do futebol suspendeu outros dois membros da federação haitiana acusados de participar do mesmo escândalo. A Fifa declarou que “os investigadores abrirão os procedimentos formais contra um homem e uma mulher”.

Eles seriam Nela Joseph, o supervisor das jogadoras no centro nacional de treinamentos e Wilner Etienne, diretor técnico da Federação. O prazo de suspensão é de 90 dias.

Além disso, a Fifa declarou que “as investigações iniciais podem apontar o envolvimento de outros abusos sexuais por parte de mais membros da Federação Haitiana de Futebol”.

Entenda o caso

Após denúncia de abuso sexual feita pelo “The Guardian” contra Yves Jean-Bart, atual presidente da Federação Haitiana de Futebol, a polícia do Haiti começou a investigar o caso.

Há 20 anos, Yves Jean-Bart, conhecido como ‘Dadou’, está à frente da entidade e nega todas as acusações feitas por atletas que passaram pelo Centro Técnico Nacional, em Croix-des-Bouquets, Haiti.

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O centro de Croix-des-Bouquets recebe muitas meninas carentes, em condição de rua, e que enxergam no futebol uma maneira de saírem da miséria.

Acusações

“Há uma senhora que trabalha lá e que pressiona as meninas a fazer sexo com Dadou”, disse uma suposta vítima ao The Guardian. “Ela escolhe uma garota legal, que é atraente e lhe diz que será expulsa do centro. A garota começa a chorar e então a senhora diz: ‘A única maneira de resolver isso é falar com o Dadou’”.

Não bastassem os abusos sexuais relatados dentro do Centro Técnico Nacional, mantido pela Federação Haitiana de Futebol, as meninas também sofrem com as condições precárias do lugar.

“A última vez que pisei lá, eu queria vomitar”, disse um treinador que trabalhou no local. “É desprezível. Dez crianças dormem em cada um dos quartos, não há lençóis, nem banheiros limpos. É inimaginável. Para onde foi o dinheiro? A federação recebeu milhões e nem comprou lençol?”

A palavra do presidente

Em nota oficial, o presidente da Federação Haitiana de Futebol se manifestou contra as acusações de abuso sexual feitas na reportagem do The Guardian. O presidente também atacou a mídia. “O The Guardian, um jornal da Inglaterra, participou do jogo de detratores nacionais publicando um artigo tão baixo.”

A Federação Haitiana de Futebol também saiu em defesa do mandatário. “O Dr. Yves Jean-Bart rejeita categoricamente as alegações infundadas feitas contra ele. Ele foi homenageado por presidir a Federação Haitiana de Futebol nas últimas duas décadas e acaba de ser reeleito para seu sexto mandato.”

A nota da entidade também ataca o jornal inglês. “Estimulados por blogueiros militantes desinformados, sem treinamento jornalístico e ético, algumas mídias internacionais caíram na armadilha de repetir mentiras, sem fazer relatórios adequados, visitar o Haiti, reunir fatos ou simplesmente buscar a verdade.”

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Nota Oficial da Federação Haitiana sobre a suspensão de Yves Jean-Bart (facebook/fhfhaiti)

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