Alguns dias após a Fifa ranquear as três candidaturas para sediar a Copa do Mundo de futebol feminino de 2023, a Conmebol fez questão de mostrar insatisfação com as conclusões obtidas sobre a da Colômbia.
Segundo a entidade sul-americana, a nota 2,8 (dentre uma escala de 0 a 5) recebida pelos colombianos pelo estudo divulgado pela Fifa não reflete a real condição do país em receber a próxima edição do torneio mundial.
Ainda segundo a carta emitida pela Conmebol, as avaliações feitas pela Fifa podem ser consideradas “erradas e discriminatórias”. No documento, a entidade sul-americana avalia três pontos publicados pelo relatório da Fifa: segurança, saúde e questões comerciais.
+ Time de Letícia Santos se funde com o Eintracht Frankfurt
Com relação à segurança, a Conmebol questiona o argumento utilizado pela Fifa, ao afirmar em seu relatório que: “Embora o terrorismo nacional tenha sido reduzido consideravelmente, ainda há preocupações com os possíveis efeitos do crime nas partes envolvidas no torneio”. Na carta, os dirigentes sul-americanos citam o preconceito enraizados contra os colombianos, “que hoje vivem um tempo de estabilidade e paz social, fruto do esforço e maturidade de seu povo”.
Sobre a questão sanitária, a entidade sul-americana critica o relatório da Fifa que afirma: “os hospitais colombianos geralmente não prestam serviços de emergência, portanto, pacientes com sintomas graves podem ter que ser evacuados para outro país”. Em contrapartida a essa fala, a Conmebol afirma que o comentário é ofensivo e rebate ressaltando que os hospitais de Bogotá, Medellín e Cali estão entre os mais avançados da América do Sul.
As questões comerciais questionadas pela Conmebol se direcionam a afirmação feita pela Fifa que declarou que o evento no país seria pouco atraente para o mercado europeu por conta do fuso-horário do país sul-americano. Em resposta, a entidade afirma que o país possuí fuso-horários coerentes para Brasil e EUA, os principais públicos de televisão da Copa do Mundo anterior, disputados na França, segundo dados da própria FIFA.
Por fim, a carta publicada pela Conmebol faz uma forte crítica ao método adotado pela Fifa e questiona os autores dos relatórios avaliativos das candidaturas para a Copa do Mundo de 2023.
+ SIGA O OTD NO FACEBOOK, INSTAGRAM, TWITTER E YOUTUBE
“Diante de tantos erros, vale a pena perguntar qual é a experiência ou as habilidades que comprovam a solvência dos autores deste relatório técnico. Também é necessário acrescentar que, embora a introdução fale sobre ‘avaliação exaustiva’, a ausência de fontes formais ou estatísticas críveis para apoiar as conclusões que desqualificam a candidatura da Colômbia é notória e muito impressionante”, escreveu a Conmebol.
A definição da sede da Copa do Mundo de futebol feminino de 2023 deve acontecer no próximo dia 25 de junho, quando 36 integrantes do Conselho da Fifa irão se reunir. Vale lembrar que além da Colômbia, as outras candidaturas válidas são a do Japão, que recebeu uma nota de 3,9, e a conjunta entre Austrália e Nova Zelândia, que foram apontadas como favoritas ao serem avaliadas em 4,1. O Brasil teve a sua candidatura retirada algum tempo antes da confirmação das sedes finalistas.