O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que não assistirá mais a partidas de futebol masculino e feminino ou da NFL (principal liga de futebol americano do país) caso os jogadores optem por realizar protestos durante a execução do hino nacional norte-americano.
A US Soccer (Federação de Futebol dos Estados Unidos) disse na semana passada que deixará de exigir que os jogadores perfilem para o hino, dizendo que essa política estava errada e que diminui o movimento Black Lives Matter.
Entenda o caso
A regra havia sido adotada em 2017 depois que a capitã da seleção feminina dos Estados Unidos, Megan Rapinoe, se ajoelhou durante o hino em duas partidas da equipe em 2016.
A Federação de Futebol dos EUA aprovou, então, uma política em fevereiro de 2017 que afirmava que os jogadores “devem permanecer em pé respeitosamente” durante os hinos nacionais.
Rapinoe se ajoelhou para expressar solidariedade ao jogador de futebol americano Colin Kaepernick. Na época, o quarterback do San Francisco 49ers se ajoelhou durante o hino no jogos da NFL para, assim, aumentar conscientização sobre a brutalidade policial e injustiça racial.
O protesto de Kaepernick recebeu fortes críticas do presidente Donald Trump à época, e o levou ao ostracismo na NFL. Hoje, no entanto, tornou-se um símbolo dos protestos nos Estados Unidos e no mundo, após o assassinato de George Floyd por um policial branco que ajoelhou em seu pescoço por mais de oito minutos.
“Não vou assistir”
No sábado (13), Trump retuitou o político Jim Jordan, representante no Senado Americano do mesmo partido do presidente, que questionava a ação tomada pela US Soccer: “Deixe-me entender, as seleções dos ESTADOS UNIDOS de futebol não ficarão em pé para a execução do hino dos ESTADOS UNIDOS?”. Na sequência, Trump completou:
“E parece que a NFL está indo seguindo a mesma direção, mas eu não vou assistir!”
And it looks like the NFL is heading in that direction also, but not with me watching! https://t.co/aGfBaK7RNA
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) June 13, 2020
O comissário da NFL, Roger Goodell, disse neste mês que a liga cometeu erros ao não ouvir os jogadores e denunciou o racismo no país em meio a protestos contra a brutalidade policial contra negros.