O técnico Oswaldo Fumeiro Alvarez, mais conhecido como Vadão, morreu nesta segunda-feira (25), em São Paulo. O treinador esteva internado na UTI do Hospital Albert Einstein desde o dia 20 de maio, quando foi hospitalizado devido às complicações de um câncer no fígado que tratava desde o começo de 2020.
O técnico de futebol tinha 63 anos e era natural de Monte Azul Paulista, cidade do interior de São Paulo. Seu último trabalho foi à frente da seleção brasileira de futebol feminino na Copa do Mundo da França 2019, disputa em que o Brasil caiu para as anfitriãs nas oitavas de final.
O atleta
Por mais que tenha ficado famoso como técnico, Oswaldo Alvarez teve seu momento como jogador de futebol. Começou nas categorias de base do Guarani e rodou o interior de São Paulo.
No fim da década de 70 e início dos anos 80, ele atuou como meia-esquerda e passou por Catanduvense, Noroeste e Botafogo de Ribeirão Preto.
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Contudo, após se formar em educação física, Vadão percebeu que sua carreira como jogador não teria muito futuro e aceitou o convite de Pedro Pires de Toledo, então preparador físico da Portuguesa, para ser seu auxiliar. Ali nascia o treinador.
O técnico
Seu primeiro contrato como técnico foi no Mogi Mirim, em 1992. Ganhou notoriedade pelas características ofensivas do time que montou no Mogi Mirim, que na época ganhou o apelido de “Carrossel Caipira”, em referência ao lendário time holandês, que encantou o mundo na Copa do Mundo de 1974.
Comandando o XV de Piracicaba, Oswaldo Alvarez foi campeão da Série do Campeonato Brasileiro de 1995.
Mas o ‘Mister Dérbi’ ficou famoso pelas ótimas campanhas que teve nas equipes rivais de Campinas, Guarani e Ponte Preta. Foram diversas passagens pelos clubes campineiros e Vadão nunca saiu derrotado de um clássico.
Dos nove jogos em que foi treinado no dérbi, cinco com o Guarani e quatro com a Ponte Preta, Vadão venceu cinco partidas e empatou outras quatro.
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Com o Athletico Paranaense, conquistou o estadual em 2000. Também foi campeão catarinense com o Criciúma, em 2013.
Em 2001, sagrou-se campeão do Torneio Rio-São Paulo pelo São Paulo com um time repleto de jovens revelações, dentre os quais destacava-se o então garoto Kaká.
Já em 2005, Vadão aceitou o desafio de comandar um clube fora do Brasil. Com o Tokyo Verdy, conquistou a Super Copa do Japão.
Em 2007 assumiu o comando do Vitória-BA, equipe que estava na série B. Com duas rodadas de antecedência, a equipe baiana comandada por Vadão conseguiu o acesso para a Série A do Brasileirão.
Seleção feminina
Em 2014, mesmo sem nenhuma experiência no futebol feminino, Vadão foi convidado pela CBF para ser o técnico da seleção brasileira. Ele aceitou o cargo que tinha como principal objetivo a Rio-2106.
À frente da seleção, Vadão ganhou a Copa America de 2014 e os Jogos Pan-Americanos de Toronto-2015. Na Olimpíada do Rio de Janeiro, o Brasil terminou no quarto lugar e o técnico foi indicado pela FIFA como um dos 10 melhores treinadores do mundo em 2016.
Logo depois da Rio-2016, ele deixou o comando da seleção. Mas logo retornou, em setembro de 2017, com a missão de comandar o Brasil na Copa do Mundo de 2019.
Em 2018, mais uma conquista de Copa América, que rendeu a vaga para Tóquio 2020 e para o Mundial de 2019. Contudo, após a queda nas oitavas do Mundial da França, Vadão foi demitido.
Em sinal de luto, a CBF decretou a colocação de bandeiras a meio mastro em sua sede, como manifestação de respeito e admiração pelo legado que Vadão deixou no futebol.