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Futebol

‘Acostumada’ a ser pioneira, Andressa Alves quer abrir portas

Primeira brasileira a vestir a camisa do Barcelona e da Roma, atacante espera que mais jogadoras do país atuem nas equipes

Andressa Alves na Roma contra o Milan pelo campeonato italiano de futebol feminino
Andressa Alves em partida pelo campeonato Italiano (divulgação/Roma)

Depois de ser a primeira brasileira a vestir a camisa do Barcelona e conseguir jogar uma final de Champions League, Andressa Alves mudou de país. Após três temporadas na Espanha, a atacante da seleção brasileira de futebol feminino escolheu a Roma e se tornou, mais uma vez, a primeira atleta do país no time. “Quero abrir portas para as brasileiras”.

“Me sinto privilegiada em jogar em dois clubes tão grandes na Europa. Espero que outras meninas também possam vir atuar por eles logo”, disse a brasileira, que vestiu a camisa 10 do time catalão, assim como Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho.

Andressa Alves teve uma passagem marcante no futebol feminino da Catalunha. Além de ter entrado em campo 81 vezes e marcado 29 gols, a brasileira conquistou duas vezes a Copa da Rainha e um vice campeonato da Champions League.

Atuando pelo Barça, um dos fatores que mais ajudou foi a forma de jogo da equipe. Assim como no masculino, o time feminino tem como marca registrada a posse de bola e a busca pelo jogo ofensivo.

Andressa Alves pelo Barcelona comemorando o título da Copa da Rainha
(Divulgação Barcelona)

Na Roma, Andressa Alves não teve dificuldade para se adaptar. “Me adaptei super rápido. O estilo de jogo da Roma facilitou muito, somos um time que gostamos de estar com a bola e isso acontecia no Barcelona. Minha temporada estava sendo ótima”.

Na atual temporada, Andressa Alves entrou em campo pela Roma em 12 partidas, balançou as redes em cinco oportunidades e ajudou a equipe a se manter na quarta colocação, até que tudo na Itália foi paralisado por conta do Covid-19.

Viveu o coronavírus na Itália

Até o final da primeira quinzena de maio, a Itália era um dos países com maior número de casos da doença, acometendo cerca de 222 mil pessoas e levando perto de 31 mil à mortes. Por conta da forma como o coronavírus se espalhou pelo país, as partidas da Seria A de futebol feminino foram suspensas ainda no fim de fevereiro.

Com a situação piorando no país, Andressa Alves retornou ao Brasil ainda em março e realizou todo o processo de quarentena em São Paulo. Sobre o que passou no país europeu durante a pandemia, a jogadora da Roma foi direta. “Infelizmente a Itália sofreu bastante com a pandemia. Eles estão prevendo uma volta mas ainda é incerto”.

Levando em consideração o atual momento da Itália, a ideia dos organizadores do campeonato nacional de futebol feminino é retornar com as partidas em junho. Por conta disso, ainda não foi declarado o time campeão da atual temporada.

Em busca da segunda olimpíada da carreira

Andressa Alves teve sua primeira convocação para a seleção brasileira principal em 2012, participando das conquistas da medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 2015 e dos títulos de duas edições da Copa América (2014 e 2018).

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Nos Jogos Olímpicos de 2016, realizou o sonho de disputar a maior competição esportiva do planeta e foi uma das peças importantes do setor ofensivo do Brasil, que terminou na quarta colocação.

Andressa Alves, da seleção feminina de futebol, na China
Andressa Alves em partida pelo Brasil (Daniela Porcelli/CBF)

Na Copa do Mundo de 2019, em que a seleção brasileira foi eliminada nas oitavas de final, esteve entre as 23 convocadas. Contudo, após uma boa atuação na estreia, acabou sendo cortada por conta de uma lesão na coxa esquerda.

Em Tóquio, mais madura e com muito mais bagagem internacional, Andressa Alves busca sua primeira medalha olímpica. Sobre o adiamento da edição dos Jogos Olímpicos, a atacante é franca. “Foi a melhor decisão. Nenhum país iria chegar bem fisicamente e mentalmente para disputar a maior competição do mundo”.

Treinando do jeito que dá

No Brasil, Andressa Alves passou a tentar manter a forma da melhor maneira seguindo orientações e supervisão da Roma, que manda semanalmente uma programação de treinos. “Temos que se virar como podemos, mais é difícil treinar no chão duro o joelho sente. Não ter a rotina com a bola atrapalha bastante também, mais vamos superar isso e logo tudo volta ao normal”.

Sobre tudo que passou na atual temporada, desde a troca de país, nova equipes, novas companheiras de time, pandemia no país mais afetado naquele momento e adiamento dos Jogos Olímpicos, Andressa Alves é direta sobre o que mais aprendeu até o momento. “Acredito que aprendi a valorizar as coisas pequenas da vida e não ficar reclamando sempre que alguma coisa não dá certo”, finalizou.

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