Tamires está no Corinthians há menos de um ano, mas já é uma das titulares absolutas da equipe. Aos 32 anos, a lateral-esquerda, que também atua como meia, é uma das peças fortes do técnico Arthur Elias e ajudou o Timão no ano “mágico” de 2019.
Destaque na Copa do Mundo de futebol feminino, realizada na França em 2019, Tamires chegou ao Corinthians em junho do ano passado. Entrou em campo 25 vezes e marcou quatro gols. Foi crucial nas campanhas do Campeonato Paulista e do bi da Copa Libertadores. Além disso, o Timão foi vice-campeão do Campeonato Brasileiro e também bateu a marca de maior sequência de vitórias consecutivas (34 triunfos). No fim do ano, Tamires presenteou a Fiel com o anúncio de sua renovação, junto com quase todo o elenco campeão.
Para 2020, no entanto, outras equipes se fortaleceram bem na pré-temporada e a promessa é de campeonatos muito mais equilibrados e concorridos.
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“Eu acho que o que fizemos em 2019 foi incrível, mas agora é um ano novo. Serão campeonatos muito difíceis de serem conquistados, mas o Corinthians sempre entra para ganhar títulos e essa vai ser a nossa meta”, projetou Tamires. “ Você pode colocar fácil de 7 a 9 times teoricamente candidatos ao título brasileiro. Não tem só um time com várias atletas boas, são vários times fazendo boas contratações. Eu estou bem esperançosa para que seja um ano muito positivo, não só para o Corinthians, mas também para o futebol feminino.”
Carreira
Antes de chegar no Corinthians, Tamires atuava no Fortuna Hjørring, da Dinamarca, desde 2015. Assim como a jogadora do Corinthians, nos últimos anos, cada vez mais brasileiras estão voltando para o futebol nacional.
“Não é que o futebol mudou, mas a visibilidade aumentou. Depois do Mundial (na França), toda a mídia buscou mais informações sobre o futebol feminino do Brasil. Então isso, com certeza, faz com que aquelas que estão lá fora olhem para cá com mais carinho e queiram fazer parte de tudo isso, dessa atmosfera maravilhosa”, afirmou a lateral.
Natural de Caeté, em Minas Gerais, Tamires começou no futebol jogando no Juventus da Mooca em 2004. Dois anos depois, a lateral foi para o Santos. Em 2008, deixou o Brasil pela primeira vez para jogar no Charlotte Eagles, dos Estados Unidos. A passagem foi curta. No mesmo ano, Tamires voltou para jogar na Ferroviária, de Araraquara.
Depois de dois anos parada para o nascimento do filho Bernardo, Tamires recebeu um convite do Atlético-MG em 2011, mas a parceria não durou muito. Depois de nova pausa na carreira, em 2013 ela passou a defender o Centro Olímpico, time que foi campeão do Campeonato Brasileiro daquele ano.
Com o Fortuna Hjørring, a brasileira venceu o Campeonato Dinamarquês em 2016 e 2018, e a Copa da Dinamarca, em 2016 e 2019. Em 2017, foi eleita a melhor jogadora do Fortuna Hjørring e a nona melhor da Escandinávia.
Depois de quatro temporadas fora do Brasil, Tamires retornou para jogar no Corinthians.
“É sempre bom você jogar no seu país, com pessoas que falam a sua língua, o entendimento é mais fácil, a adaptação também é mais fácil. Isso talvez faça com que o seu futebol flua um pouco mais fácil também”, observa. “Não é que a gente queira sair do Brasil, a gente sai por necessidade. Você ter boas condições de trabalho aqui no Brasil é maravilhoso. Poder trabalhar no seu país, com condição profissional, trabalho estruturado eu acho que é isso que a gente espera e sonha para um futebol feminino no Brasil”, conclui.
Seleção
Tamires jogou pela primeira vez na seleção brasileira em 2006 e, a partir de 2013, passou a ser convocada regularmente. Em 2014, estava no grupo campeão da Copa América Feminina. No ano seguinte, ajudou a seleção na conquista da medalha de ouro dos Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Canadá.
Também em 2015, a jogadora participou de seu primeiro mundial de futebol feminino, no Canadá. A lateral ainda foi titular da seleção brasileira na Olimpíadas do Rio em 2016 e na Copa América feminina de 2018, quando participou de 7 jogos e ajudou o Brasil a ser campeão.
Tamires foi um dos destaques da Seleção Brasileira durante a Copa do Mundo da França de 2019. Lateral ofensiva, apareceu com boas jogadas de linha de fundo. sendo titular nas quatro partidas na competição.
Depois do Mundial, a visiblidade da seleção brasileira também aumentou graças à chegada da técnica sueca Pia Sundhage, bicampeã olímpica com os EUA. O Brasil segue invicto sob o comando de Pia: são oito partidas disputadas, com seis vitórias da Canarinho e dois empates.
“A Pia é fora de série, ela é sensacional, como técnica e como pessoa. Ela tem colocado um trabalho muito bacana, com muita intensidade, com muita responsabilidade, com muita cobrança, mas ao mesmo tempo com muita alegria e simplicidade”, conta Tamires. “Ela sabe passar pra gente e deixar bem claro que todas e todos que fazem parte do elenco, dentro ou fora de campo, são importantes para o crescimento da seleção, para o crescimento da modalidade.”
Experiência Tamires tem de sobra. A jogadora, no entanto, não se sente garantida na disputa de sua segunda Olímpiada, em Tóquio, a partir de julho.
“Eu estou galgando meu espaço. Fico muito feliz que a Pia está me depositando essa confiança nas convocações. Ela sempre conversa comigo me passando feedback daquilo que eu posso melhorar, daquilo que eu estou fazendo de bom, eu acho que isso é muito legal também para que eu possa crescer cada vez mais.”, observa a jogadora. “E quero muito (a vaga), vou trabalhar muito, nesses 6 meses, para estar nessa lista final das 18 colocadas, mas não me sinto garantida não. Sei que tenho que trabalhar bastante esse ano aqui no Corinthians para que eu possa ter essa vaguinha”, conclui.
Tamires pode chegar mais próxima da vaga na próxima terça-feira (18), quando Pia Sundhage anunciará nova convocação da seleção brasileira, desta vez para a participação do Torneio de França, em março. Na ocasião, as brasileiras enfrentarão Canadá, Holanda e a anfitriã França.
Em mais uma etapa da preparação para a Olimpíada de Tóquio-2020, a seleção também definiu os adversários dos amistosos da Data Fifa de abril. No dia 08 enfrentará a Costa Rica, e, no dia 14, a poderosa seleção dos Estados Unidos.