Eles entraram para a história do futebol de base do Brasil. Protagonizaram a final eletrizante da primeira edição do Campeonato Brasileiro Sub-17. Comandados pelo auxiliar-técnico da Seleção Brasileira Sub-17, Phelipe Leal, o Flamengo de Caio Roque, Daniel Cabral e Lázaro venceu o Corinthians numa disputa de 180 minutos com todos os elementos necessários para ficar marcada como “épica”. Sete gols só no primeiro jogo, com resultado definido a partir de uma virada construída já reta final da segunda etapa. Flamengo 4 a 3. No segundo encontro entre as duas camisas de maior torcida do país, 16 mil torcedores reunidos em Cariacica, um das sedes da Copa do Mundo da categoria. Deu Flamengo: 2 a 1.
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A apoteose em vermelho e preto veio após um período muito doído para o trio do Flamengo convocado para o quadrangular conquistado pela Seleção Sub-17, na Inglaterra, nesta semana.
– Ganhar o Brasileiro teve um significado muito maior para nós. Veio para coroar um ano extremamente difícil que tivemos por conta da tragédia no Ninho do Urubu – explica Lázaro recordando o incêndio que vitimou 10 companheiros das categorias de base do clube, no início do ano.
Camisa 10 do Flamengo e artilheiro do Brasileirão com 14 gols, Lázaro ganhou uma oportunidade de retornar à Seleção neste último período preparatório antes da lista final do técnico Guilherme Dalla Déa. Durante os dez dias na Inglaterra, ele e o lateral esquerdo Caio Roque tiveram a chance de deixar aquela dúvida na cabeça do treinador.
– Ser convocado às vésperas do Mundial e estar representando o país é uma grande responsabilidade – resume Lázaro.
Já o volante Daniel Cabral vem figurando constantemente nas convocações de Guilherme Dalla Déa e participou do último Sul-Americano da categoria, em março. É um dos pilares do meio de campo do Brasil e do Flamengo.
– O que os traz aqui para a Seleção é o trabalho no clube e não podemos desassociar o bom desempenho das conquistas. Eu acredito que é preciso também ganhar nas categorias de base para ajudar na formação, no desenvolvimento, no crescimento como atleta. Futebol é momento e a rotatividade é grande. Se não se preparar constantemente, a oportunidade pode passar. No clube, a gente os prepara para estar aqui – comentou Phelipe Leal, auxiliar técnico na Seleção desde 2017.
Leal conhece bem o trio rubro-negro. Sabe o que os meninos são capazes de realizar e acredita na capacidade deles de virar o jogo. O treinador revela a conversa com o grupo no vestiário do Pacaembu, no intervalo antes da virada histórica.
– Tentei deixar claro para eles que fazer uma nova final só seria possível na próxima temporada. Eles não poderiam perder aquela chance. Mostraram a força do trabalho do dia a dia e conquistaram aquela virada épica – conta Phelipe, acostumado com as dificuldades em jogos importantes.
Antes da decisão da Copa do Brasil Sub-17 no ano passado, Phelipe teve que enfrentar um adversário extra na hora de escalar sua equipe para a final contra o Fluminense: a ausência de 12 atletas acometidos por um surto de caxumba.
Além dos campeões brasileiros, a passagem da Seleção Brasileira pela Inglaterra reuniu também dois corintianos que fizeram parte da final: o meio campista Matheus Araújo e o goleiro Matheus Donelli.