Na linguagem da internet, o futebol feminino virou o “hype” dos últimos meses! O hype é a promoção extrema de uma pessoa, ideia ou produto na grande mídia. O assunto do momento, o que está dando o que falar… E não é pra menos. Pela primeira vez uma Copa do Mundo de Futebol feminino foi transmitida em TV aberta. Um grande feito para a modalidade. Mas a Copa acabou, a festa foi linda, a recepção no aeroporto ficou para a história. Qual o legado? O que fica? Pensando nisso, craques da Seleção feminina usaram suas redes sociais para se manifestar nessa quarta (17).
“Copa do Mundo foi linda, todo mundo amou, as pessoas ficaram felizes em conhecer nosso trabalho, porém aquele oba oba todo acabou. O que tem rolado depois de toda essa passagem? Bagunça, falta de apoio de alguns clubes com as atletas, falta de logística e Brasileiro Sub-18 jogando de dois em dois dias. E aiiii???” questionou a craque Cristiane.
A semana tem sido turbulenta na modalidade. O Santos viveu um descaso da CBF e da organização do Campeonato Brasileiro com relação ao hotel da equipe e a técnica Emily Lima retratou todo o acontecido em vídeos cobrando profissionalismo. Um dia depois, problemas de gestão foram pontuados pelas jogadoras. Como, por exemplo, o calendário apertado do campeonato nacional sub-18.
“Queremos apenas que nos dê condições de trabalho adequadas. Vocês cobram tanto a modalidade pra vencer uma Copa do Mundo ou Olimpíadas… E vocês estão certos em cobrar… É um esporte de alto nível. Representamos nosso país e sabemos disso, mas acredite ninguém quer vencer mais do que a gente. Infelizmente… Quer saber? Isso está longe de acontecer! O maior motivo é o descaso com a modalidade. O que pedimos é que façam acontecer o crescimento no nosso país. As pessoas amam futebol, independente do gênero, que não seja um apoio de 4 em 4 anos, só em grandes competições. Seja a mudança para os outros países se espelharem, porque até hoje estamos muito longe de sermos exemplo para o resto do mundo,” desabafou Andressa Alves.
Se engana quem pensa que o discurso é apenas ideológico. A cobrança é feita em busca de uma mudança dentro do cenário que existe para a modalidade no país: “Será que não tá na hora de realizar uma reciclagem nas pessoas que colocamos para trabalhar com a modalidade no país? Colocar pessoas que queiram realmente mudar esse cenário. Pessoas que sejam PROFISSIONAIS. Vai ser sempre na bunda das atletas em ano de competição? Eu acho que tá na hora de darmos as mãos de verdade e brigar por algo melhor. Meu puxão de orelha é pra geral: Confederação, Federações, Clubes e nós atletas em certas situações também,” escreveu Cristiane.
“Mas e agora? Eu, assim como vocês, sou mais uma que quero me unir a essa corrente em prol de novos tempos ao futebol feminino. Acredito que não precisamos tentar achar culpados, mas sim, cobrarmos melhorias e a profissionalização de fato em todos os segmentos que conduzem a modalidade,” ressaltou Érika.
A última publicação da Confederação Brasileira de Futebol em seu site sobre Seleção Brasileira de futebol feminino foi há três semanas com o fim da Copa do Mundo. O Instagram da entidade postou no último dia a tabela das transmissões da Série A do brasileiro. Resta saber quais serão as cenas dos próximos capítulos…
Veja as publicações na íntegra: