A técnica da Seleção Brasileira Feminina, Emily Lima, segue invicta no comando da Canarinho. São seis jogos e seis vitórias, 26 gols marcados e apenas cinco sofridos. Neste sábado (10), contra a Espanha, em Madrid, ela e sua comissão fizeram o primeiro jogo fora de casa, com direito a vitória de virada.
O primeiro tempo de Espanha x Brasil não foi o que eles esperavam, não só pelo resultado (1 a 0 para as donas da casa), mas pela atitude das atletas. Entretanto, a Seleção voltou com outra postura para a segunda etapa, mais organizada e buscando a vitória. O confronto terminou 2 a 1 para o Brasil.
– O jogo iniciou como nós havíamos estudado a Espanha, treinamos para que isso não acontecesse, mas acabou acontecendo. Sorte que deu tempo para que a gente organizasse a equipe, fizesse algumas mudanças e no final de tudo saímos com a vitória – avaliou a treinadora.
Depois do intervalo do jogo, quando a Seleção perdia por 1 a 0 – gol de pênalti –, Emily iniciou as mudanças. Gabi Nunes, Darlene, Maurine, Debinha e Djenifer entraram nos lugares de Andressa Alves, Fran, Letícia, Camila e Bia Zaneratto, respectivamente.
– Ganhamos velocidade pelas laterais. Fizemos as mudanças, e graças a Deus deu certo, mais uma vitória. Agora é já focar na partida contra a Islândia na próxima terça-feira (13). Analisar o que precisa melhorar e treinar mesmo em pouco tempo – explicou.
Na terça (13), Emily e a Seleção buscam mais uma vitória na partida contra a Islândia em Reykjavik, capital islandesa.
Darlene entra e marca o gol de empate
Foi dos pés de Darlene o primeiro gol do Brasil na virada de 2 a 1 sobre a Espanha, em Madrid. O gol do empate saiu depois de uma belíssima jogada individual de Marta, pela esquerda. A atacante recebeu o passe e bateu tirando da goleira Paños para deixar tudo igual no placar.
– A Marta é uma jogadora excepcional. É a melhor do mundo. Fico muito feliz de ter entrado no jogo, ter conseguido fazer o gol e ajudar a equipe – disse Darlene.
Gol de Darlene não é nenhuma surpresa para o torcedor do Rio Preto, que está acostumado a ver a atacante comemorar muito pelo seu time. Ela é a vice-artilheira do Brasileiro Feminino A-1, empatada com Gabi Nunes, com 11 gols. Também não é novidade para a comissão técnica, que acompanha tudo de perto.
– Essa é a Darlene que a gente conhece. Entra no jogo querendo mais, e faz gol. A gente conhece o potencial de cada uma das jogadoras que a gente tem convocado, temos que esperar que elas demonstrem isso em campo – analisou a treinadora da Seleção, Emily Lima.
Bem defensiva e ofensivamente, Rafaelle marcou gol da vitória
Ela joga em várias posições. De meia-atacante e lateral-esquerda, mas é na zaga onde ela tem sobrado. Rafaelle tem tranquilidade enorme para proteger a zaga em um contra-ataque rápido e sair jogando após um desarme. Tem as pernas compridas, passadas largas e bom porte físico para sair atrás e ainda assim conseguir afastar o perigo.
É por isso que ela permanece na parte defensiva, segundo a treinadora Emily Lima. Quando jogou nos Estados Unidos, pela sua faculdade, a Universidade do Mississippi, Rafaelle foi artilheira de seu time. Mas a segurança que passa na zaga brasileira faz com que a comissão a queira bem ali mesmo.
– Eu e a comissão já pensamos em mudá-la de posição, mas ela é muito boa zagueira. É de uma segurança absurda. Ela e a Mônica fizeram um ótimo jogo hoje, claro que sempre precisamos melhorar. Precisamos treinar mais juntas para melhorar – avaliou.
Entretanto, ir bem na defesa não significa deixar de atacar. Pelo contrário, em todas as bolas paradas ofensivas, a dupla de zaga está lá. Rafa tentou uma e cabeceou mal, por cima do gol. Mas, na segunda, não perdoou. Andressinha cobrou muito bem a falta direto na cabeça da zagueira, que colocou para dentro, marcando o gol da virada do Brasil.
– Na bola parada, eu e a Mônica sempre vamos para o ataque. A primeira não consegui fazer, mas a segunda bola foi muito boa e consegui acertar. É muito bom fazer gol e ajudar a equipe, ainda mais sendo o gol da virada, de um jogo que estava muito difícil para a gente – contou Rafaelle.
Djenifer faz sua estreia pela Seleção Principal
A torcida em Manaus deve estar comemorando até agora. Djenifer, capitã do Iranduba, time de futebol de maior destaque na região, estreou pela Seleção Brasileira Principal em amistoso contra a Espanha e com vitória por 2 a 1 de virada. A volante entrou no segundo tempo no lugar de Bia Zaneratto, mas foi para sua posição de origem, apesar de substituir uma atacante – Debinha voltou ao ataque.
Apesar de ser o primeiro jogo pela Principal, Djeni já está acostumada a vestir a camisa do Brasil. Ela é bicampeã sul-americana (Sub-17, em 2012, e Sub-20, em 2014) e tem duas disputas de Copas do Mundo no currículo (Sub-17, em 2012, e Sub-20, em 2014).
– Eu fiquei um pouco nervosa antes de entrar, mas acho que é natural. Em qualquer jogo você fica um pouco ansiosa. Então a Emily me perguntou se eu estava preparada para entrar, e aí fui para o aquecimento. Quando ela me chamou para entrar, já estava mais tranquila. Tentei fazer o meu melhor dentro de campo – contou a estreante.
Os dois gols do Brasil saíram no segundo tempo, e foi também quando a técnica Emily Lima fez as cinco das seis substituições possíveis. Djeni foi uma delas.
– Fiquei muito feliz com a oportunidade. A Espanha é uma grande seleção, acredito que as meninas que entraram foram bem, mas o que mudou foi a postura de todas dentro de campo. Isso fez a diferença – avaliou a jogadora.