Quantas vezes uma criança não se inspirou por aquelas cenas que passam pela televisão? A relação de Tayla com o futebol não começou bem assim. Mas o sonho de servir a seleção brasileira teve início dessa forma, ao acompanhar pela televisão o Mundial Sub-20 de futebol feminino.
Com 12 anos, viu Mônica, Bárbara e companhia conquistarem a inédita medalha de bronze na competição e desejou muito um dia realizar o mesmo feito. Mal sabia Tayla que hoje, defendendo as cores do Brasil, ela estaria ao lado daquelas atletas da televisão buscando o primeiro título na Copa do Mundo Feminina.
“Eu lembro que descobri esse jogo trocando os canais e vi que estava passando futebol feminino na televisão. E eu pedia ‘por favor, Deus, por favor. Me dê a oportunidade, eu sei que consigo fazer isso, eu sei que se tiver a oportunidade eu consigo jogar pela Seleção Brasileira’. Até então não tinha noção do que é estar aqui, para mim era só um jogo de futebol que a gente representava o nosso país”, relembra Tayla.
Como era na Rússia a disputa do Mundial Sub-20, os jogos passavam durante a madruga no Brasil. Tayla, que ainda jogava bola em escolinhas de meninos, lembra que acompanhava as partidas fazendo o mínimo de barulho possível, para a mãe não descobrir que ainda estava acordada.
“Para não acordar a minha mãe, eu ficava em pé na frente da tv sem volume pra não incomodar ela. Assistia o jogo inteiro em pé. Era um momento muito especial pra mim. Eu lembro que ficava olhando cada passe e pensava que um dia queria servir a Seleção Brasileira”, acrescenta.
O sonho se tornou realidade. Com passagens pelas seleções de base sub-17 e sub-20, Tayla disputa a sua segunda Copa do Mundo no profissional. Ao longo da carreira passou por alguns obstáculos, como uma séria lesão no tendão de Aquiles durante a preparação para a Olimpíada do Rio. O valor de estar em mais uma competição vestindo a camisa do Brasil é para a zagueira motivo de muito orgulho.
“É a realização de um sonho de criança. Quando lembro, tenho muita gratidão pela oportunidade que tive, e me sinto muito orgulhosa de ter aproveitado tudo que passou pela minha vida. Só tenho que agradecer!”, conclui.
De olho em uma vaga nas quartas de final, a Seleção Brasileira duela com a França, neste domingo (22). A bola rola às 16h (Horário do Brasil), no Estádio Oceáne, em Le Havre, com acompanhamento ao vivo do Olimpíada Todo Dia.