Quando a seleção olímpica sobe pela direita no Torneio de Toulon, Antony recebe, Matheus Henrique se movimenta e uma flecha parte pro ataque. Às vezes até a linha de fundo. Em tantas outras, pega a diagonal e invade a área. Esse torpedo responde pelo nome de Emerson Royal, lateral que fez sucesso no Atlético Mineiro, foi contratado pelo Barcelona e, emprestado, defendeu a camisa do Betis no primeiro semestre de 2019.
Ele é um dos destaques do Torneio Maurice Revello, o antigo Torneio de Toulon, que a equipe canarinho tentará conquistar às 11h (Horário de Brasília) deste sábado (15), na final contra o Japão. Emerson tem exercido papel fundamental na variação tática do treinador André Jardine, que conta com seu futebol para defender, retormar a posse e aproveitar as oportunidades como ponta, meia ou um verdadeiro atacante.
“Até converso sobre isso com os meninos. O Jardine me colocou numa função que eu não havia atuado ainda, mas consegui me adaptar bem rápido. Essa troca que a gente faz, em que eu ataco pelo lado e por dentro, mexe com os adversários e confunde a marcação. Esse entrosamento criado com o Antony e o Matheuzinho [Matheus Henrique] faz a gente mudar o tempo inteiro. Uma hora um entra na diagonal e outro vai até a ponta e, depois, inverte. Isso ajuda a gente a se destacar”, afirmou o jogador.
Revelado pela Ponte Preta, Emerson explodiu para o mundo do futebol com as atuações pelo Galo, que o levaram à seleção brasileira Sub-20 e abriram os olhos dos clubes europeus. Após sua transferência para o Barcelona, foi emprestado ao Real Betis e manteve o bom futebol nesses primeiros meses de adaptação. No próximo sábado, quer levantar o troféu e escrever seu nome nas páginas do imenso livro de glórias da canarinho, jogando pela seleção olímpica.
“Sempre fui uma pessoa que trabalha muito e apostei em mim porque sabia do potencial das minhas características de jogo. Não era conhecido pelos torcedores, mas o tempo foi passando, eu consegui jogar com mais frequência e mostrei do que sou capaz”, ratificou Emerson, que ganhou esse apelido porque, na infância, quando chorava, abria muito a boca e ficava, segundo um tio, parecido com o Bocão, mascote da marca de gelatina.
Trajetória no Torneio de Toulon
Nas quatro partidas da Seleção Olímpica no Maurice Revello, o desempenho de Emerson e seus companheiros é impecável. Goleadas por 4 a 0 contra Guatemala e França e 5 a 0 sobre o Catar. Na semifinal, 2 a 0 na Irlanda. São 15 gols marcados e nenhum sofrido. Para encerrar a história no mesmo nível, falta o troféu.
“Nosso time vem trabalhando forte e com humildade, que também é importante. A gente vem de vitórias ótimas, mas está consciente da dificuldade que vai encontrar contra o Japão. Sabendo da nossa qualidade e do peso da nossa camisa, temos condições de buscar o título”, concluiu.