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Geyse briga pela vaga de “caçula” da seleção na Copa do Mundo

Atacante briga por uma vaga na lista final de Vadão para, quem sabe, disputar sua primeira Copa do Mundo. No total, já foi esteve presente em cinco convocações

Geyse briga por uma vaga na Copa do Mundo da França (foto: Laura Zago)

A atacante Geyse chegou esse ano à seleção feminina de futebol e já está de olho na Copa do Mundo da França. Desde criança as areias da praia de São Bento, em Maragogi, serviram de palco para a “neguinha” brilhar.

Foi com esse apelido que Geyse ficou conhecida na cidade natal, no paraíso do litoral alagoano, a então menina descobriu sua convocação. Um dia jogando bola com os amigos foi descoberta por uma “olheira” que passava pela praia, daí em diante, o futebol deixou de ser lazer.

“Eu comecei com 7 anos de idade jogando na praia com os meus amigos, acordava às 5h da manhã pra ir jogar bola. Eu era a única menina, era difícil porque não me deixavam jogar, e eu sempre arrumava confusão”.

A inspiração para seguir na carreira não poderia ser outra: a conterrânea Marta. Hoje, Geyse é a caçula do grupo que se prepara para a Copa do Mundo da França. Um dos sonhos ela já realizou: jogar ao lado da Rainha do Futebol. Aos 21 anos, a atacante fez sua estreia como titular na equipe principal no dia 5, diante da Espanha.

Por pouco o primeiro gol não saiu. A melhor chance foi no segundo tempo da partida, quando recebeu uma bola na área, dominou no peito, mas acabou chutando com a perna esquerda – que não é a melhor – e a bola saiu pra cima do travessão.

A atacante briga por uma vaga na lista final de Vadão para, quem sabe, disputar sua primeira Copa do Mundo. No total, já foi esteve presente em cinco convocações.

“Fiquei muito feliz com a primeira oportunidade como titular, não imaginava, mas acho que isso é fruto do meu trabalho e eu mereci. Fico muito feliz por essa chance. Fiquei com um friozinho na barriga, a perna tremeu um pouco quando entrei em campo. Todo dia antes de dormir eu boto a minha cabeça no travesseiro e penso que gostaria de ir para o Mundial. Sei que é difícil mas não é impossível”, revela.

Nas categorias de base, Geyse participou da Seleção Feminina Sub-20 e disputou dois Mundiais, na Papua Nova Guine, em 2016, e na França, em 2018. No Campeonato Sul-Americano da categoria, no ano passado, não só foi campeã como a artilheira da competição com 12 gols.

Depois do torneio, a carreira tomou novos rumos e vivenciou pela primeira vez o que é ficar longe da família, quando foi jogar no Madrid CCF, da Espanha. Após uma breve passagem pela liga espanhola, assinou contrato com o Benfica, em Portugal. Atualmente disputa a segunda divisão da liga portuguesa e já fez 36 gols.

“A Geyse é uma menina jovem que a gente trouxe da Sub-20. Em virtudes de algumas jogadoras mais experientes estarem contundidas, acabamos colocando ela pra iniciar jogando, já que vinha entrando muito bem nas partidas. É uma jogadora promissora, tem futuro, e precisamos dar rodagem nestes amistosos para ganhar experiência”, avalia Vadão.

A caçula da família de 5 irmão é o xodó da casa e também dos vizinhos em Maragogi. Em jogos importantes, a família e os amigos se reúnem para vê-la jogar, para ela o difícil é viver longe do paraíso alagoano. Sempre que volta para casa recebe os “mimos” da mãe, que faz o prato favorito: cuscuz com ovo.

“Minha família sempre me apoiou, eles estão orgulhosos de mim. O meu sonho, além de conquistar um título de importância para o Brasil, é construir uma casa para a minha mãe, tirar ela do aluguel, e espero que consiga em breve. Estou trabalhando para isso”, finaliza Geyse.

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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