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Aos 21 anos, Daiane, do PSG, sonha com primeira Copa do Mundo

Brasileira de 21 anos, que tem 23 irmãos, Daiane vence na carreira, chega ao PSG e sonha em jogar a Copa do Mundo de futebol feminino de 2019

Joga futebol, é nascida no Brasil, defende o PSG e é nome quase certo em todas as convocações da Seleção. Quem vê a descrição logo pensa que estamos falando de Neymar, mas se engana. Estamos falando de Daiane Limeira Santos da Silva, ou simplesmente Daiane, que veste a camisa 3 do time francês e vem fazendo história na Europa.

Com apenas 21 anos, Daiane tem em seu currículo passagens por cinco clubes, três países e dois continentes. Com atuações de destaque nas equipes de base da Seleção Brasileira feminina, a zagueira do PSG chegou e ficou na equipe principal e hoje vive a expectativa de disputar a primeira Copa do Mundo de sua carreira, neste ano na França, entre os dias sete de junho e sete de julho.

“A expectativa para a Copa do Mundo está grande. A cada dia que passa, ela se aproxima e com isso chega a ansiedade, os sonhos, à espera por esse grande momento. Meu coração está a mil”, comentou Daiane.

Mesmo tendo apenas 21 anos de idade, Daiane já passou por cinco equipes: Kinderman, XV de Piracicaba, São José, Avaldsnes e o PSG, mas para a atleta, o ponto de virada de sua carreira aconteceu por conta da Seleção Brasileira.

“Minha primeira convocação foi para a Sub-20, quando eu estava no Kinderman. Depois eu fiquei 1 ano fora da Seleção e voltei a ser chamada na preparação para a Copa do Mundo da categoria. Participei e foi depois dela que tudo mudou. Fomos eliminadas, mas eu consegui ir muito bem, vieram as propostas de outros clubes do Brasil e acabei indo para a Noruega. Aquele Mundial mudou tudo”, disse a zagueira.

Fora do Brasil, mas com ajuda de brasileiras

Ainda nova, Daiane recebeu uma proposta para trocar o Rio Preto, no interior do estado de São Paulo, pelo Avaldsnes, da Noruega. Apesar do desafio, a zagueira aceitou e partiu para a Europa. Depois de algumas temporadas, a brasileira trocou de clube e foi para o PSG. Para a atleta, uma parte importante para o seu sucesso nas duas equipes foi ter ao seu lado jogadoras brasileiras mais experientes.

“Tanto no Avaldsnes (com Andreia Rosa), como no PSG (com Formiga), elas me ajudaram muito. Eu cheguei nas equipes e elas me deram a calma necessária para treinar, me auxiliavam passando o que o técnico queria e assim eu pude desenvolver meu futebol e chegar onde eu estou”, comentou.

Com algumas temporadas atuando fora do Brasil, Daiane já consegue ver diferenças enormes na forma como o futebol feminino é tratado no velho continente. “Aqui somos respeitadas pelo nosso trabalho. Temos melhorado no Brasil em todos os sentidos, estrutura, campeonatos, times, mas fora do país somos respeitadas”.

Na atual temporada, atuando no PSG ao lado da experiente e capitã Formiga, Daiane está nas quartas de final da Champions League, onde terá pela frente o Chelsea, que é o segundo colocado do Campeonato Francês, atrás somente do Lyon, e segue vivo na Copa da França, competição em que o time de Paris é o atual campeão.

Um diamante entre 23

Como a grande maioria dos jogadores de futebol, Daiane teve um infância difícil. Mesmo tendo o apoio de toda a família e, principalmente, de seu pai, a alternativa para a zagueira foi jogar bola na rua. Em um desses dias brincando na rua com seus amigos as coisas começaram a mudar.

“Eu sempre joguei bola, minha família sempre me ajudou e apoiou, mas era difícil. Nunca faltou nada pra gente, mas somos em 24 filhos em casa, então não tinha como conseguir me dar a atenção para os treinos, jogos e todo o material necessário. Mas um dia, o Leonardo, professor de uma escolinha do Flamengo, em Uberlândia, me viu jogando e me chamou para ir jogar para ele, com tudo pago. Eu fui e lá ele me deu todo o apoio e me ajudou com os testes, me levando até eu conseguir passar”, disse Daiane.

Graças a Leonardo, Daiane conseguiu um teste no Kinderman e foi aprovada. Na equipe, a zagueira viu o seu sonho se tornar realidade, disputado os primeiros jogos oficiais com a disputa do catarinense e do Brasileiro e percebeu que era possível alçar voos mais altos.

“Graças a escolinha do Flamengo eu consegui materializar meu sonho de ser jogadora de futebol. De lá, fui pro Kinnderman, depois fui jogar no estado de São Paulo, passei pela Noruega e hoje estou no PSG. Sou muito grata a tudo que eles me proporcionaram, sempre que posso volto lá, mando fotos, camisa dos clubes e da Seleção, porque eles ajudaram muito no meu sonho”, finalizou Daiane.

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