Poucos chegaram onde Fabíola da Silva chegou. Em 28 anos de carreira, a paulista, atleta do Time Dux Nutrition, é nada menos que oito vezes campeã na patinação nos X Games, além de ter conquistado sete títulos mundiais. Para chegar ao topo, no entanto, não foi fácil. Em um esporte considerado masculino, ela precisou quebrar barreiras para conquistar seu espaço.
Fabíola começou a andar de patins aos 12 anos. Quatro depois, ela estava na primeira edição dos X Games, em 1996, naquela que foi sua primeira viagem internacional, conquistando também sua primeira medalha na competição. E até hoje, a lembrança é motivo de emoção.
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“Fico toda arrepiada. Eu era a Fabíola, a menina que estava quebrando barreiras, que andava melhor que os homens, que tinha um estilo diferente… E eu sempre fui muito humilde, falava: ‘meu deus, tudo isso está acontecendo…’. E acho que deu tão certo, porque eu nunca foquei naquilo 110%. Eu fazia porque eu amava”, contou.
E o amor é tanto que aos 42 anos de idade, Fabíola da Silva segue firme e forte com os treinamentos e entende a importância do esporte na sua vida. “Acho que o esporte disciplina as pessoas, ensina o atleta a crescer como pessoa. O treinamento faz parte da minha performance. Minha rotina é pesada, não tem um dia que eu não estou dolorida, por exemplo. Por mais que você treine todo dia, sua musculatura fica fadigada, mas é normal. E a suplementação é essencial, 80% da sua performance. Não tenho vergonha de falar a minha idade e me sinto na minha melhor forma”.
Quebrando barreiras
Além de ser um esporte radical, considerado masculino, a patinação não é uma modalidade tão conhecida no Brasil. “É engraçado, porque quando eu falo que ando de patins, as pessoas que não conhecem perguntam se eu faço patinação artística ou ando no parque. E eu falo que não, que são aquelas manobras mesmo, em rampa. Então as pessoas ficam meio impactadas e quando você mostra, eles falam: ‘nossa, como você faz tudo isso? Que coragem'”.
E como coragem não é ausência de medo, a atleta confessa que o friozinho na barriga antes das manobras nunca passa, mas faz tudo ser ainda mais especial. “Eu ando há 28 anos. Se eu falar que às vezes não dá medo, é mentira, porque é uma certa concentração… Eu tenho medo até hoje, todo mundo tem. Mas é um medo gostoso, uma adrenalina, uma sensação maravilhosa”.
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Por fim, com toda sua experiência e seu currículo para lá de vitorioso, Fabíola da Silva quer passar a diante todo seu conhecimento e as lições que aprendeu ao longo da carreira. Principalmente o de acreditar em si mesmo, porque valeu tudo a pena. “Meus maiores sonhos hoje são poder passar para essa nova geração o quão maravilhoso e transformador o esporte é. Assim como transformou a minha vida, os meus sonhos, eu quero ajudar as pessas a conquistarem os delas também”.
“Eu sempre quis ser a melhor. Não para provar para os outros, mas para mim mesma, ainda mais em um esporte considerado masculino. Então eu olhava os meninos fazerem aquelas manobras, aquelas loucuras e queria fazer. Se eles estão fazendo, eu também posso. Então eu sempre me cobrava demais e olhar para trás e ver essa carreira brilhante não tem preço. Eu faria tudo de novo”, concluiu.
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