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Esportes

Tiago Camilo destaca avanços da Comissão de Atletas do COB

Presidente da CACOB até o final de janeiro, Tiago Camilo avaliou seu período no grupo e, além de apontar as conquistas, citou o aumento das responsabilidades. Ele também voltou a apoiar Carol Solberg

O período de Tiago Camilo como presidente da CACOB (Comissão de Atletas do COB – Comitê Olímpico do Brasil) está acabando. Eleito em 2017, o ex-atleta deixa o cargo no final de janeiro de 2021. Ele optou por não tentar a reeleição e sua nova missão será como diretor do Centro Olímpico de São Paulo. Na liderança do grupo, o medalhista olímpico viveu de dentro do processo o aumento da representatividade dos atletas na entidade
Tiago Camilo foi eleito para a Comissão de Atletas do COB em 2017 (COB/Divulgação)

O período de Tiago Camilo como presidente da CACOB (Comissão de Atletas do COB – Comitê Olímpico do Brasil) está acabando. Eleito em 2017, o ex-atleta deixa o cargo no final de janeiro de 2021. Ele optou por não tentar a reeleição e a nova missão será como diretor do Centro Olímpico de São Paulo. Na liderança do grupo, o medalhista olímpico viveu de dentro do processo o aumento da representatividade dos atletas na entidade.

“Quando assumi só eu tinha direito a voto. Eram 35 presidentes e um atleta votando. Conquistamos um terço do colegiado, o que é um grande passo. Tomamos um lugar importante de decisão e participação na construção do esporte e agora temos que entender e encarar isso com grande responsabilidade. Com isso vem compromisso, comprometimento e doação”, analisou Tiago Camilo, em exclusiva ao Olimpíada Todo Dia.

“Foram quatro anos de aprendizado e fizemos bastante coisa. Organizamos o primeiro Fórum e reestruturamos as modalidades. Colocamos três membros para cuidarem de três esportes. Por exemplo, Thiago Pereira, Hortência e Poliana Okimoto cuidavam de três esportes, portanto, todos os contatos dessas modalidades eram feito com eles. Essa aproximação com as comissões das Confederações foi importante”, acrescentou.

Atletas com mais participação

Tiago Camilo deixa o cargo de presidente da CACOB em janeiro de 2021 (COB/Divulgação)
Tiago Camilo deixa o cargo de presidente da CACOB em janeiro de 2021 (COB/Divulgação)

Tiago Camilo considera relevante esse intercâmbio entre os membros da CACOB com os integrantes das comissões das Confederações para que seja possível compartilharem informações e conteúdos e que saibam e possam implantar a cultura de trabalho que é aplicado por eles no COB. Segundo o ex-judoca, o aumento da participação dos atletas nas instituições esportivas é uma tendência.

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“A participação dos atletas nos comitês e confederações nacionais é uma agenda do COI (Comitê Olímpico Internacional) e não do COB. Então, nós temos que dar o exemplo para outros atletas e modalidades. Caminhamos bastante e estamos preparando um documento que será um relatório de todas as ações realizadas nesses quatro anos. Será um prazer poder compartilhar o nosso papel e quais foram os avanços”, disse Tiago Camilo.

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“Anteriormente, o entendimento era que os atletas ficavam de um lado e os dirigentes do outro. Mas isso precisa mudar. Estão todos do mesmo lado. Nós defendemos o Movimento Olímpico, a Carta Olímpica e o interesse principal. Para que existem as confederações e os comitês? Elas existem por causa dos atletas. Então se existem para os atletas, a política e a gestão têm que ser feitas para os atletas”, completou o ainda presidente da CACOB.

Crescimento da responsabilidade

Como atleta, Tiago Camilo conquistou duas medalhas olímpicas e um título Mundial (COB/Divulgação)
Como atleta, Tiago Camilo conquistou duas medalhas olímpicas e um título Mundial (COB/Divulgação)

A ampliação da representatividade dos atletas nas entidades esportivas é um avanço. E junto com isso, aumenta também a responsabilidade. Diante disso, Tiago Camilo espera que exista um crescimento no engajamento. “Temos que fazer essa construção em conjunto com os dirigentes. O atleta precisa entender os lados administrativo, burocrático e da dificuldade de captação”, apontou o novo diretor do Centro Olímpico.

“Geralmente, o atleta acha que tudo funciona com facilidade e hoje eu tenho a noção que é burocrático e difícil. Foi uma grande mudança sair de um para 13 e agora serão 19 membros com direito a votos na CACOB. Obtivemos uma conquista importantíssima para a nossa classe e agora temos que corresponder com responsabilidade e profissionalismo”, completou Tiago Camilo, campeão Mundial em 2007.

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Além dos atletas conquistarem espaço político nas entidades esportivas, alguns deles ganharam mais evidência ao se posicionarem em temas que extrapolam a prática de modalidades. Figuras como LeBron James e Lewis Hamilton utilizam com frequência a palavra deles em causas sociais, raciais e políticas. No Brasil, Carol Solberg, jogadora do vôlei de praia, expôs opinião contra o governo do presidente Jair Bolsonaro. Por esse motivo, a CBV (Confederação Brasileira de Voleibol) repreendeu a jogadora.

Ao lado de Carol Solberg

A Comissão de Atletas do COB, presidida por Tiago Camilo, emitiu uma nota se colocando ao lado de Carol Solberg (COB/Divulgação)
A Comissão de Atletas do COB, presidida por Tiago Camilo, emitiu uma nota se colocando ao lado de Carol Solberg (COB/Divulgação)

Na ocasião, a CABOB divulgou uma nota se colocando ao lado da atleta. Em relação ao tema, Tiago Camilo voltou a defender o direito de expressão de Carol Solberg, mas revelou que, em 2020, aconteceu uma abertura para a discussão da regra 50 da Carta Olímpica, que determina que “nenhum tipo de demonstração ou propaganda política, religiosa ou racial é permitida em qualquer evento olímpico, local, ou outras áreas” e a adesão foi pequena.

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“A regra 50 diz que dentro das arenas você não pode fazer pronunciamento tanto político quanto religioso. Isso está no documento do COI. Houve uma discussão meses atrás e foi feito uma consulta no mundo sobre a discussão e a flexibilização. Os atletas do Brasil tiveram a possibilidade de participar e dar sugestões, porém, nós tivemos uma adesão muito pequena. Isso se encaixa naquilo que falei sobre engajamento”, destacou Tiago Camilo.

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“Faltou um pouco de entendimento da CBV. Fizemos uma reunião para ver como poderíamos auxiliar a Carol e também cuidar para que as empresas não saíssem do vôlei. É importante ter cuidado porque, às vezes, uma atitude pessoal acaba desencadeando uma reação negativa em cadeia. Sou a favor que as pessoas tenham bom senso e equilíbrio nas suas posições e ela tem todo direito de se manifestar”, concluiu o ex-judoca.  

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